Agentes
causais da obsessão
As causas da obsessão variam de acordo com o caráter do
Espírito. Às vezes, uma vingança que este toma de um
indivíduo de quem guarda queixas da sua vida presente ou
do tempo de outra existência. Muitas vezes, também, não
há mais do que o desejo de fazer mal. O Espírito, como
sofre, entende de fazer que os outros sofram; encontra
uma espécie de gozo em os atormentar, em os vexar, e a
impaciência que por isso a vítima demonstra mais o
exacerba, porque esse é o objetivo que colima, ao passo
que a paciência o leva a cansar-se.
Com o irritar-se e mostrar-se despeitado, o perseguido
faz exatamente o que quer o seu perseguidor. Esses
Espíritos agem, não raro por ódio e inveja do bem; daí o
lançarem suas vistas malfazejas sobre as pessoas mais
honestas. Muitos obsessores são guiados por um
sentimento de covardia, que os induz a se aproveitarem
da fraqueza moral de certos indivíduos, que eles sabem
incapazes de lhes resistirem.
Nossas angústias podem ter origens na deslealdade aos
ajustes cristãos da prática do bem, em decorrência a
infelicidade se instala em nosso ser, resultando numa
obsessão pelas brechas da invigilância acarretando as
excitações espirituais negativas.
A propósito dessa obsessão, etimologicamente o termo tem
a sua origem no vocábulo obsessione, palavra
latina que significa impertinência, perseguição,
vexação. Para muitos estudiosos espíritas a obsessão é
interpretada como um verdadeiro flagelo mundial
Muitas vezes, dentro do mesmo lar, da mesma família ou
da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado
se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao
reajuste, raramente conseguem superar a aversão de que
se veem possuídos, uns à frente dos outros, e alimentam
com paixão, no imo de si mesmos, os raios tóxicos da
antipatia que, concentrados, se transformam em venenos
magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a
morte.
Importa lembrar nessa circunstância que há quadros de
obsessões explodindo por todos os lados em todos os
níveis, quais sejam de desencarnados para encarnados e
vice-versa; de encarnados para encarnados, bem como dos
desencarnados para desencarnados
O pensamento exterioriza-se e projeta-se, formando
imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que
se propõe atingir. Quando benigno e edificante,
ajusta-se às Leis que nos regem, criando harmonia e
felicidade, todavia, quando desequilibrado e deprimente,
estabelece aflição e ruína.
A química mental vive na base de todas as
transformações, porque realmente evoluímos em profunda
comunhão telepática com todos aqueles encarnados ou
desencarnados que se afinam conosco. Nosso mundo mental
é como um céu, mas, do firmamento descem raios de sol e
chuvas benéficas para a vida planetária, assim como no
instante do atrito de elementos atmosféricos, desse
mesmo céu procedem faíscas destruidoras.
Da mesma forma funciona a mente humana. Dela se originam
as forças equilibrantes e restauradoras para os trilhões
de células do organismo físico; mas, quando perturbada,
emite raios magnéticos de alto teor destrutivo para
nossa estrutura psíquica.
A obsessão é impotente diante de espíritos redimidos! Ou
seja, aquele que reconhece as suas limitações e, como
enunciado pelo apostolo Paulo, sente a alegria de
saber-se "matriculado na escola do bem". Em síntese,
identificamos sempre na obsessão (espiritual) o
resultado da invigilância e dos desvios morais. Para
garantir-nos contra a sua influência urge fortalecer a
fé pela renovação mental e pela prática do bem nos
moldes dos códigos evangélicos propostos por Jesus
Cristo, 'não esquecendo dos divinos conselhos do vigiai
e orai”.
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