Especial,
mas não sagrado
As leis do dever e da
fraternidade têm levado
homens espiritualizados
a proporem às massas
novas formas de vida,
tanto física quanto
psíquica. Indivíduos e
grupos mais adiantados
vão-se manifestando,
procurando construir
outra mentalidade no
mundo. Dessa forma, a
influência das forças
renovadoras e
humanitárias tende a se
ampliar e ganhar
adesões.
Porém, apesar dos
inúmeros avanços e
conquistas atuais, há
muitas pessoas que não
se importam com o caos,
e até o estimulam tendo
oportunidade. Não estão
dispostas a ouvir, muito
menos a refletir sobre
nada que contrarie seus
interesses. E assim
vivem mergulhadas no
turbilhão do mundo
físico.
Não são capazes de
enxergar que há outras
energias mais
importantes que a bruta
matéria. Estão longe de
compreender a força
divina que rege leis
atuantes no
estabelecimento do
equilíbrio, da harmonia
e do progresso. Essa
força aguarda sábia e
pacientemente que os
homens esgotem em si o
vigor da materialidade
que os tem levado à
exaustão, e se voltem
para o que pode
consolá-los e lhes dar
esperança.
Nesse sentido, falando
direto ao Espírito, o
Espiritismo pode
eficientemente auxiliar
aqueles que ainda não
se encontraram. A
Doutrina espírita tem
recursos suficientes
para alimentar os famintos do
mundo e os retardatários
dispostos a “ver e
ouvir”.
O fato de os princípios
cristãos terem chegado
até os nossos dias,
assumidos integralmente
pelo Espiritismo, apesar
da oposição que sofreram
em todos os tempos, é
uma grande vitória de
Jesus. Mas, o pensamento
cristão, na prática, é
um processo ainda em
desenvolvimento, que se
completará quando o
homem amar e respeitar o
semelhante e toda
espécie de vida na
Terra.
Para muitos – até os que
se dizem cristãos –, o
Evangelho é
desconhecido. Se não o
fosse, sua moral já
teria feito adiantar
grande parte dos
habitantes deste
planeta.
Daí a necessidade de se
continuar propondo a
ética e a moral de Jesus
à sociedade, dar o
testemunho diário do
“amai-vos uns aos
outros” e trabalhar para
melhorar tudo o que aí
está.
Sabendo da força
transformadora da moral
de Jesus, Allan Kardec
explicou e aproximou o
Evangelho de todos nós e
fez ver que o ensino de
Jesus não é para ser
vivido somente nos meios
religiosos, mas em todos
os lugares e momentos da
nossa vida.
O Evangelho é um tratado
especial, mas não
sagrado. O conceito de
livro sagrado imobiliza
as pessoas e não deve
prevalecer entre os
cristãos, muito menos
entre os espíritas. A
proposta é compreender a
sua essência e pô-la a
benefício do progresso
geral e do próprio
adiantamento.
A partir daí, a
materialidade e a
indiferença humanas, por
não serem razoáveis,
perderão terreno para o
sentimento e
inteligência voltados ao
bem.
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