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por Cláudio Bueno da Silva

 

Especial, mas não sagrado


As leis do dever e da fraternidade têm levado homens espiritualizados a proporem às massas novas formas de vida, tanto física quanto psíquica. Indivíduos e grupos mais adiantados vão-se manifestando, procurando construir outra mentalidade no mundo. Dessa forma, a influência das forças renovadoras e humanitárias tende a se ampliar e ganhar adesões.

Porém, apesar dos inúmeros avanços e conquistas atuais, há muitas pessoas que não se importam com o caos, e até o estimulam tendo oportunidade. Não estão dispostas a ouvir, muito menos a refletir sobre nada que contrarie seus interesses. E assim vivem mergulhadas no turbilhão do mundo físico.

Não são capazes de enxergar que há outras energias mais importantes que a bruta matéria. Estão longe de compreender a força divina que rege leis atuantes no estabelecimento do equilíbrio, da harmonia e do progresso. Essa força aguarda sábia e pacientemente que os homens esgotem em si o vigor da materialidade que os tem levado à exaustão, e se voltem para o que pode consolá-los e lhes dar esperança.

Nesse sentido, falando direto ao Espírito, o Espiritismo pode eficientemente auxiliar aqueles que ainda não se encontraram. A Doutrina espírita tem recursos suficientes para alimentar os famintos do mundo e os retardatários dispostos a “ver e ouvir”.

O fato de os princípios cristãos terem chegado até os nossos dias, assumidos integralmente pelo Espiritismo, apesar da oposição que sofreram em todos os tempos, é uma grande vitória de Jesus. Mas, o pensamento cristão, na prática, é um processo ainda em desenvolvimento, que se completará quando o homem amar e respeitar o semelhante e toda espécie de vida na Terra.

Para muitos – até os que se dizem cristãos –, o Evangelho é desconhecido. Se não o fosse, sua moral já teria feito adiantar grande parte dos habitantes deste planeta.

Daí a necessidade de se continuar propondo a ética e a moral de Jesus à sociedade, dar o testemunho diário do “amai-vos uns aos outros” e trabalhar para melhorar tudo o que aí está.

Sabendo da força transformadora da moral de Jesus, Allan Kardec explicou e aproximou o Evangelho de todos nós e fez ver que o ensino de Jesus não é para ser vivido somente nos meios religiosos, mas em todos os lugares e momentos da nossa vida.

O Evangelho é um tratado especial, mas não sagrado. O conceito de livro sagrado imobiliza as pessoas e não deve prevalecer entre os cristãos, muito menos entre os espíritas. A proposta é compreender a sua essência e pô-la a benefício do progresso geral e do próprio adiantamento.

A partir daí, a materialidade e a indiferença humanas, por não serem razoáveis, perderão terreno para o sentimento e inteligência voltados ao bem. 
 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita