Sabedoria
operante e invisível
As
lentes do telescópio espacial Hubble flagraram o
comportamento da energia escura, um dos maiores enigmas
cósmicos. Ao observar supernovas, que são explosões de
estrelas, o telescópio registrou o efeito da aceleração
da luz. A descoberta deve ajudar a explicar o que é a
energia escura que cobre quase todo o cosmos, uma força
que pode ser responsável pela contínua e acelerada
expansão do Universo, também chamada de partícula Deus.
Deus é uma
coisa palpável não por Ele mesmo, mas através de Sua
criação, do mesmo modo que átomos não são "coisas" em
sua forma atômica, mas um grande número deles colocados
juntos repentinamente se torna visível e objeto
reconhecível.
A Doutrina
Espírita rejeita a fé deslumbrada, defendendo, com
argumentos, a fé arrazoada, conduzindo as pessoas a não
acreditarem, simplesmente por acreditar, mas a saber por
que acreditam em algo. E a principal delas é defender a
prova da existência de Deus.
Além do Big
Bang - Cosmologia Quântica e Deus é o livro
publicado pelo cientista Willem B Drees, Doutor em
Física Teórica e Matemática pela Universidade Utrecht e
em Teologia pela Universidade de Gröningen (Holanda),
que procura demonstrar sobre a existência de um
interesse crescente pela investigação científica baseada
na certeza da existência de Deus.
A teoria
mais moderna do início do Universo nos remete não apenas
para o Big Bang (a grande explosão), princípio de
tudo, mas para a ideia de vários big bangs, com
Universos cíclicos através de quatrilhões de anos.
Diante
destes números pensaríamos haver chegado à ideia do que
é o Universo; ledo engano, pois estas áreas, ou melhor,
volumes, representariam apenas 3% do que seria a
totalidade de tudo dentro do tridimensional e
espaço/tempo como conhecemos.
Os espaços
interplanetários, interestrelares e intergalácticos,
obviamente, formariam a maior parte daquilo que chamamos
de Universo. O grande desafio da astrofísica,
atualmente, é a chamada energia escura e as lentes do
telescópio espacial Hubble flagraram o comportamento
dessa energia, um dos maiores enigmas cósmicos.
A nossa
compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a
nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa
difícil, quando o limitado tenta alcançar o Ilimitado,
ou o finito entender o Infinito. Assim somos nós diante
de Deus.
As opiniões
científicas ainda estão divididas quanto à origem do
Universo, mas há unanimidade num ponto: existe ordem no
Universo.
Todos fomos
criados por Deus para a glória celeste, caminhando pelos
proscênios terrestres, onde desenvolvemos
potencialidades interiores que nos são herança divina
esculpidas.
"A dedução
que se pode tirar da certeza inata que todos os homens
trazem em si da existência de Deus é a de que Ele
existe; pois donde lhes viria esse sentimento, se não
tivesse uma base? E sendo Deus a essência divina por
excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais
alto grau de desmaterialização o podem perceber.
Da
megaestrutura dos astros à infraestrutura subatômica,
tudo está mergulhado na substância viva da mente de
Deus. O físico americano Paul Davies no seu livro
intitulado Deus e a Nova Física afirma
categoricamente que o Universo foi desenhado por uma
consciência cósmica.
O Universo,
portanto, constituído por esses bilhões de sóis, regido
por leis universais, imutáveis, completas, às quais
acham-se sujeitas todas as criaturas, é a exteriorização
do Pensamento Divino. Importante refletirmos também que
conhecimento da Divindade e o roteiro celeste serão
encontrados dentro de nós mesmos.
Por que
audácia inominável cometeríamos o absurdo de aguardar
plena e pronta identificação da nossa natureza egressa
da irracionalidade, em dias tão curtos, com a sublime
plenitude de Deus? Como ombrear-se o batráquio com o
Sol?
As
religiões antropomórficas da Crosta envenenaram-nos a
mente, instilando falsas intuições de Deus em nossos
raciocínios. Não podemos, todavia, culpá-las totalmente,
porquanto a estagnação espiritual caracterizava-nos a
todos.
Quando nos
integrarmos efetivamente, de cérebro e coração renovado,
no Evangelho do Mestre, será impossível a
contraproducente interferência sacerdotal. O dogma,
considerado imparcialmente, constitui desafio e
repreensão simultâneos. Desafio à inteligência
investigadora e construtiva, para que se dilate no mundo
a noção do Universo Infinito, e repreensão às mentes
ociosas que renunciam levianamente ao dom de pensar e
decidir por si mesmas as questões sagradas do destino.
Em toda
parte encontraremos a Sabedoria Operante e Invisível do
Senhor, estendendo-se em todas as minúcias da Natureza.
Calemos, portanto, a vaidade ferida e o orgulho
humilhado que nos ditam observações ingratas e
criminosas!
Fixemo-nos
no santuário da consciência e não exigiremos visões e
revelações que não conseguiríamos padecer.
As noções
que a Doutrina dos Espíritos oferece do Criador e da
criação - Deus, espírito e matéria - facilitam a
compreensão de tudo o que existe, máxime quando esses
conhecimentos básicos são complementados pela revelação
das leis divinas estabelecidas para o funcionamento de
tudo o que foi criado.
Pelas leis
naturais, ou divinas, pode a Humanidade hoje perceber
que a Inteligência Suprema não só criou os dois
elementos - espírito e matéria - mas regulou o
funcionamento de toda a criação dentro de uma harmonia
total, universal.
Matéria e
espírito estão ligados de tal forma que, regidos por
leis perfeitas e imutáveis, podemos, hoje, perceber o
sentido da vida na Terra e em outros mundos, numa
realidade que se contrapõe ao que as religiões e as
escolas filosóficas do passado e do presente têm
ensinado.
São muito
importantes para a Humanidade as Revelações da
Espiritualidade Superior formuladas na Codificação
Espírita, sob todos os seus aspectos.
Mas, no que
concerne às noções sobre Deus, o Criador e o Universo,
as Revelações assumem excepcional importância, pela
diversidade de concepções reinantes nas religiões, nas
filosofias e nas ciências, mostrando que Deus não pode
ser confundido com sua criação, como no panteísmo
oriental; nem é um Deus antropomorfo, como nas
concepções religiosas do Ocidente; ou não existe, para o
materialismo multifário e o ateísmo dominantes em
determinadas ciências e filosofias.
A Revelação
Espírita vem em socorro de todos os que já se encontram
em condições de entender o Poder, a Bondade e a
Misericórdia de Deus, suas múltiplas formas de
manifestação por todo o Universo, inclusive em nosso
mundo de expiações e provas.
Essa
revelação, como todas as anteriores, está à disposição
daqueles que estão em busca de conhecimentos reais, em
demanda da coerência e da verdade.
Entretanto,
as novas revelações não obrigam nem constrangem os
negadores ou os céticos a aceitá-las.
Elas
representam a solidariedade, o amor e a bondade do Alto
aos que já fazem jus à ajuda e à compreensão.
O
Espiritismo não se apresenta à Humanidade como uma
imposição do Superior ao Inferior.
Seus
postulados básicos não só explicam e aclaram os grandes
problemas defrontados pelo homem como auxiliam o
pensamento a evoluir sempre, não se detendo em
colocações dogmáticas que cerceiam futuros
desdobramentos da realidade e da verdade.
A certeza
da continuação da vida, após a morte do corpo físico, o
contato com as realidades transcendentes, a percepção de
um Deus justo e misericordioso, o conhecimento e a
comprovação das vidas sucessivas e a demonstração da
presença permanente das leis divinas na Natureza, nos
seus diversos reinos e em todos os bilhões de mundos do
Universo, dão ao seguidor da Doutrina Espírita uma
percepção diferente da vida na Terra, diante das
vicissitudes e do futuro, induzindo-o a não se apegar às
coisas transitórias do mundo e a valorizar tudo o que
diz respeito ao ser imortal que ele é - o Espírito.
Por isso,
considerando que a lei do progresso e da evolução, como
norma divina, renova toda a criação, inclusive o mundo
ainda atrasado em que vivemos, é lícito que se espere a
regeneração deste orbe, com o predomínio dos ensinos do
Cristo, em espírito e verdade, e do Consolador por Ele
enviado, propiciando a substituição da mentalidade
atual, oriunda de um passado de erros, por outra,
calcada na realidade e na Verdade.