Salve, imortalidade!
Tudo se desfará na poeira transitória,
Sombra e luz, guerra e paz, dor e prazer,
Queda e restauração, servilismo e poder,
A refulgência do ouro e a tristeza da escória.
Volverá cada sonho à beleza incorpórea,
Passa a emoção por luz na argila a perecer,
Cada dia se apaga além do anoitecer,
Estrelas rolarão no abismo sem memória.
Mas, o Espírito não!… Viajor da imensidade,
Por mais se altere o rumo e a forma se degrade,
Transforma o tempo eterno em veloz bergantim…
E a pleno mar da vida, agoniado e inseguro,
Ama, sofre, tateia em demanda ao futuro,
Mas sobe, ínclito e belo, à glória do sem-fim!…
Do livro Poetas redivivos, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.