A
consciência
32 E
conhecerão a verdade, e
a verdade os
libertará". 33 Eles
lhe responderam: Somos
descendentes de Abraão e
nunca fomos escravos de
ninguém. Como você pode
dizer que seremos
livres? 34 Jesus
respondeu: Digo a vocês
a verdade: Todo aquele
que vive pecando é
escravo do pecado. 35 O
escravo não tem lugar
permanente na família,
mas o filho pertence a
ela para sempre. 36 Portanto,
se o Filho os libertar,
vocês de fato serão
livres. (João,
8:32 a 34)
No exercício de escutar
o som, que é um
exercício de
desenvolvimento de
consciência, como muitos
outros, pudemos perceber
o movimento do
pensamento. Como nos
vamos acalmando com o
exercício, percebemos
claramente que existem
momentos sem pensamento
e nesses momentos
podemos sentir uma
vibração silenciosa, que
nos traz paz.
O pensamento aparece e
desaparece, é
impermanente, quando
este não existe, nós não
deixamos de existir.
Faça o exercício
novamente, e perceba o
que fica quando o
pensamento está inativo.
Fica a consciência,
silenciosa. É tão subtil
que ao início temos de
definir por palavras
para que as pessoas
entendam, com o passar
do tempo, vai perceber
que qualquer palavra não
define esse silêncio
maravilhoso de paz e
amor.
Sei que esse silêncio
não vos parece nada para
já, porque olham com os
olhos do pensamento ou
da mente, o que vos dá a
sensação de que “eu
entrei em silêncio e
saí”.
Se escutar os sons, sem
se apegar a nenhum em
particular, vai ser
trazido para o “agora”.
Volto a repetir que ao
princípio vai ter a
sensação de “eu estou a
escutar os sons”, sentir
o eu como uma energia
que se acentua na zona
do cérebro, mas com a
continuação do escutar,
vai deixando de existir
essa distância entre o
som e eu, e aí acontece
a verdadeira paz que
encontramos em estado de
consciência.
O que acontece nesta
eliminação de distância
entre nós e a vida,
neste caso, entre quem
escuta e o que escuta, é
a diminuição do ser
Egoico, ficando a pureza
do ser humano, pois não
deixamos de existir,
apenas existimos em uma
vibração muito mais
pura, onde não existe
qualquer intenção do
Ego, em que estão
inclusas as más
tendências.
Volte a repetir o
exercício e constate
isso na prática.
No conselho da oração, o
Mestre aconselha-nos a
recolher-nos nos
aposentos e ficar em
“silêncio”, porque nosso
Pai em “silêncio”
escuta, remete-nos para
esse estado de vibração.
O silêncio parece-nos
nada por o compararmos
com o barulho do
pensamento, que nos tem
hipnotizado.
É necessária prática ou
oração, como preferirem
chamar, para podermos
mudar por completo a
nossa ideia sobre esse
silêncio, pois com a
prática o tempo em
consciência vai
aumentando.
O que chamam de
exercícios de meditação
serve para nos abrir os
“olhos” para esse
estado. Na verdade, a
meditação é permanecer
nesse estado, em plena
atenção ou vigia, como
chamou Cristo, enquanto
a vida material decorre.
Em O Livro dos
Espíritos Alan
Kardec pergunta:
23. O que é o espírito?
– O princípio
inteligente do Universo.
23–a. Qual é a natureza
íntima do espírito?
– O espírito não é fácil
de analisar na vossa
linguagem. Para
vós não é nada, por não
ser palpável. Para nós,
contudo, é alguma coisa.
Ficai sabendo: nenhuma
coisa é nada e o nada
não existe.
Não vos estou a dizer
que essa consciência é o
Espírito, mas ela se faz
presente nele e existe
numa vibração muito
ténue comparada com a
matéria a que estamos
habituados, por isso não
nos parece nada.
Como respondido pela
espiritualidade, o
Espírito para nós não é
nada, mas podemos
perceber, com o aumento
de consciência ou a
permanência no silêncio,
que é algo, pois não
deixamos de existir.
Sabemos que o corpo
perece, mais tempo menos
tempo, também sabemos
que a personalidade
acaba. Não nos lembramos
de nenhuma das
personalidades que fomos
nas inúmeras vezes que
reencarnamos. Também
sabemos que já está
aqui, connosco, em nós,
como preferirem, a
totalidade do ser, ou
seja, o Espírito.
O que poderá sobreviver
à morte do corpo e da
personalidade (Ego)?
Essa energia que nos
parece nada, mas quando
estamos em plena
serenidade, parece-nos
tudo, e é o que
sobreviverá a essa
passagem. Nela residem o
Amor, a paz e todas as
virtudes humanas.
Podemos não perceber
isto, mas conseguimos
perceber que no
pensamento Egoico estão
a raiva, o ódio, a ira,
o orgulho e todos os
outros defeitos. O amor
nós sentimos que nasce
de uma profundidade
pacífica do nosso ser.
Os hábitos psíquicos de
milhares e milhares de
anos hipnotizam-nos e
escondem a parte mais
importante de nosso ser,
o filho de Deus, fazendo
este parecer nada. É
necessário
desenvolvermos uma
sensibilidade fora do
campo da mente para
podermos perceber esta
parte do ser.
É um processo de
desabituação do Ego, das
tendências, dos desejos,
dos certos e dos
errados. Não poderia ser
de outra forma, pois o
Mestre fala-nos em
desapego, um desapego
que ultrapassa a matéria
externa e envolve o ser
terreno.
Podemos perceber na
prática que temos de
combater as más
tendências, os nossos
desejos, os nossos
fortes caracteres que
nos dizem o que é certo
e errado, os nossos
vícios, e o que sobra?
Veja que esse silêncio é
parte do ser, não o
separe de si. Ao estar
em silêncio mental,
perceba que não tem más
tendências iminentes,
não deseja nada de
momento, não está com
maus sentimentos.
Disse: O
escravo não tem lugar
permanente na família,
mas o filho pertence a
ela para sempre.
Sem a prática da busca
deste ser, não o
encontrará, portanto
pratique. Esta é a Busca
do Reino de Deus.
O autor
reside na cidade de
Lubango, Angola.
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