Renúncia: uma
necessidade
evolutiva
"E todo aquele
que tiver
deixado casas,
irmãos, irmãs,
pai, mãe,
mulher, filhos
ou terras, por
amor do meu
nome, receberá
cem vezes tanto
e herdará a vida
eterna." (Mateus,
19:29)
A Doutrina dos
Espíritos
revela-nos a
imperiosa
necessidade de
evolução do ser
humano. Os
relatos são
substancialmente
ricos e
convincentes.
Sabemos que ao
nascermos
trazemos as
“sombras” das
vidas
pretéritas, que
correspondem aos
hábitos
cristalizados ao
longo das nossas
existências.
Esse modelo de
“comportamento”
repleto de
equívocos está
presente em
todos nós e,
como eram
prática
corrente,
influenciam,
ainda de forma
contundente,
tudo aquilo que
pensamos e
fazemos na
presente
encarnação. O
que nos leva a
evoluir são as
virtudes, visto
que nelas é que
se encontram os
valores morais,
que ainda estão
muito aquém das
nossas
conquistas e das
exigências
próprias da
felicidade no
Reino Celestial.
Ao nos
despojarmos dos
apegos viciosos
da matéria
sentiremos o
alívio da
“perda” que nos
conduzia à
ansiedade, que,
por sua vez, se
esvai no vazio
que não nos fará
falta. É nesse
estado de
espírito que
vivenciaremos a
felicidade
relativa nos
momentos de
nossas vidas.
Divaldo Pereira
Franco, ao
psicografar o
livro Até o
fim dos tempos,
autoria do
Espírito Amélia
Rodrigues,
pg.42, nos diz:
“(...) Um
sentido
exclusivo tem a
existência
humana: a
preparação para
a sua
imortalidade
espiritual.
Todos quantos
transitam no
carro físico,
deixam-no e
seguem com os
valores
amealhados
emocionalmente,
sejam quais
forem”. Em
certas situações
deveremos levar
em conta o valor
da renúncia, que
não deixa de ser
um recuo, mas
não significa
necessariamente
uma derrota...
Há momentos em
que se impõe
essa postura,
para que adiante
e, após uma
reflexão
proveitosa,
possamos avançar
para o melhor e
com mais
segurança. Esse
é o contexto de
vida de todos
nós e, quando
antecipamos o
conhecimento
dessas
necessidades,
estaremos
permitindo-nos
uma melhor
qualidade de
vida e ascensão
espiritual,
decorrentes das
preciosas
experiências
vividas.
Segundo
Aristóteles (384-322
a.C.) “A
felicidade consiste
em uma atividade
d’alma conforme
à virtude.
É o bem supremo,
que tem um fim
em si mesmo,
sendo almejado
por todos. O que
constitui a
felicidade são
as ações
virtuosas, e as
atividades
viciosas
conduzem ao
contrário”. Ele
enfatizou com o
seu entendimento as virtudes
como sendo os
elementos
próprios a serem
conquistados
pelo ser humano,
a fim de obter a
felicidade.
Destarte somos
impelidos a
renunciar às
paixões
inferiores que
nos impedem
alicerçar o
nosso caminho
evolutivo. Todos
esses
sentimentos
nefastos estão
atrelados às
nossas vivências
pretéritas. Essa
luta interior,
que considero
ser a maior
batalha que o
ser humano trava
consigo mesmo,
está na
dependência da
vontade, da
perseverança e
da fé, para que
possamos chegar
à plenitude
espiritual.
Reportemo-nos
ao Livro dos
Espíritos,
questão 907: ”Será
substancialmente
mau o princípio
originário das
paixões, embora
esteja na
Natureza?
Resposta: Não; a
paixão está no
excesso de que
se acresceu à
vontade, visto
que o princípio
que lhe dá
origem foi posto
no homem para o
bem, tanto que
as paixões podem
levá-lo à
realização de
grandes coisas.
O abuso que
delas se faz é
que causa o
mal”.
No livro Caminho,
Verdade e Vida,
psicografia de
Francisco
Cândido Xavier,
autoria de
Emmanuel, cap. Renunciar,
pg.161, temos: “(...) Observemos,
portanto, o que
representa
renunciar por
amor ao Cristo.
É perder
as esperanças da
Terra,
conquistando as
do Céu”. Esse
caminho é longo
e não estamos
livres das
dificuldades que
encontraremos.
Tal qual o
diamante que
para reluzir
passa por um
processo árduo
de lapidação, o
Espírito com
suas mazelas
precisa, também,
ser aprimorado
em cada
existência, para
que faça brilhar
a sua luz,
segundo Mateus
5:26: ”Assim
brilhe a luz de
vocês diante dos
homens, para que
vejam as suas
boas obras e
glorifiquem o
Pai de vocês que
está nos céus”.
É válido, ainda
citar texto do
livro Coragem,
cap. Tuas
dificuldades,
pg. 7,
psicografia de
Francisco
Cândido Xavier,
autoria de
Emmanuel: “(...)
tuas
dificuldades –
tuas bênçãos.
Nelas e por
elas,
encontrarás o
estímulo
necessário para
que não te
precipites nos
despenhadeiros
do orgulho, e
nem te
encarceres nas
armadilhas do
marasmo,
prosseguindo,
passo a passo,
degrau a degrau,
em tua jornada
de burilamento e
ascensão”. (Os
percalços da
vida oportunizam
mudança de
rumos.)