A
Matemática e o burro
Conta-se que Chico,
certa vez, falando com
Emmanuel, lhe expusera
sua dificuldade em
entender certas coisas
da Mediunidade, e que
gostaria de saber mais
sobre tal potencialidade
psíquica, esta, pois,
inerente a todo e
qualquer Ser humano, com
o que obteve do seu
protetor a seguinte
resposta:
“Não se tem como ensinar
Matemática pra um
burro!”
Dita resposta, algo
grosseira, mas também
algo jocosa, não se
destinara, penso eu, e
propriamente falando, ao
Chico, mas sim aos
tantos sabichões que
acham saber tudo de
Espiritismo, onde se
inclui, óbvio, a
Mediunidade.
Ora, Chico, além de ter
sido um dos maiores
autodidatas do século
20, fora igualmente um
médium que, desde seus
primeiros anos de idade,
já falava, via
mediúnica, com o
Espírito de sua
mãezinha, que o
reconfortava de suas
tristezas, seus
problemas vários da vida
terrena.
Donde o Chico, mais
ainda, comentava saber,
desde tenra idade, de
todas as passagens de um
dos mais importantes
livros codificados no
Século 19: “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”
(1864), de Allan Kardec;
e isso desconhecendo o
referido livro; e,
portanto, como é que se
explica tal fato da vida
do Chico, do seu saber
quando ainda não sabia,
pelo menos do ponto de
vista humano e material,
quando não havia
estudado tal obra no
Mundo terreno.
Logo, Chico fora mais
que um médium, fora um
‘Extraordinário Sábio
Doutrinário’ e, além do
mais, dotado de uma
humildade e de um amor
incondicional a todos,
coisa que, aliás,
estamos longe de
alcançar em termos
evangélicos e
espirituais.
Por outro lado, Chico
foi detentor de 75 anos
de mediunidade, e,
portanto, fora um
conhecedor da Vida em
seu mais amplo aspecto:
físico e transcendental
que nos circunda a
todos, e, portanto,
cremos que a resposta de
Emmanuel fora sim,
dirigida aos mais
diversos sabichões que,
estudando tão só “O
Livro dos Médiuns”, já
se acham doutores em
matéria tão complexa,
como o é a questão da
mediunidade, desse
intercâmbio psíquico que
se faz tanto daqui pra
lá, como de lá pra cá,
em todo o percurso de
nossas vidas terrenais.
Ora:
“Semelhante atrai
semelhante!”
Não é mesmo?
Por outro lado, as
renomadas obras do
Espírito André Luiz, de
Emmanuel e de muitos
outros sábios da Vida
Espiritual – e não só
tais obras do Chico –
têm-nos alertado sobre o
problema mediúnico, de
suas dificuldades,
sucessos e insucessos.
Na obra de André Luiz,
por exemplo, “Nos
Domínios da Mediunidade”
(1954-Feb), vemos, no
capítulo 1, o referido
autor tratar do tema
como sendo inerente ao
que se pode classificar,
pasmem, como: “Ciências
Mediúnicas”.
Donde se conclui que o
sábio Espírito Aulus
detinha, ou detém,
notável “riqueza
cultural e o mais
entranhado patrimônio de
Amor”, adquiridos,
ambos, em muitos anos de
trabalho em tal setor
humano e científico da
mediunidade, pois que:
“Interessara-se pelas
experimentações
mediúnicas desde 1779,
quando conhecera Mesmer,
em Paris, no estudo das
célebres proposições
lançadas a público pelo
famoso magnetizador.
Reencarnando-se no
início do século passado
(século 19), apreciara,
de perto, as realizações
de Allan Kardec na
codificação do
Espiritismo, e privara
com Cahagnet e Balzac,
com Theophile Gautier e
Victor Hugo, acabando
seus dias na França
depois de vários
decênios consagrados à
mediunidade e ao
magnetismo, nos moldes
científicos da Europa.
No mundo espiritual
prosseguiu no mesmo
rumo, observando e
trabalhando em seu
apostolado educativo”.
(Opus Cit.).
E reitera estar o sábio
da mediunidade:
“Dedicando-se, agora, à
obra de espiritualização
no Brasil, e isto há
mais de 30 anos, donde
comentava, otimista, as
esperanças do novo campo
de ação, dando-nos a
conhecer a primorosa
bagagem de memórias e
experiências de que se
fazia portador”. (Opus
Cit.).
Logo, e, por si só, tal
lembrete da obra de
André Luiz nos faz
refletir sobre quanto
temos de estudar e de
aprender sobre tal
aspecto inerente à
grandiosa Ciência do
Espírito, quando, então,
e no tocante, ainda, ao
que dissera Emmanuel a
Chico, podemos até não
ser burros em tal
disciplina pelo fato de
já conhecermos os mais
distintos sábios do
Século 19, do Século 20
e deste início do Século
21 no tocante a um tema
tão vasto como também
complexo, o que nos
coloca, pois, e, quiçá,
com algum saber sobre o
tema – mediunidade - em
questão.
Porém, a mediunidade,
como qualquer outra
faculdade psíquica, é
igualmente evolutiva e,
pois, avança e se
distende pelos mais
diversos Mundos
superiores ao nosso,
possibilitando fenômenos
cada vez mais grandiosos
em suas potências que
não cessam jamais.
Ora, o Nosso Senhor
Jesus era, em sua
tamanha superioridade
espiritual, e, como se
sabe: médium; ou melhor,
Ele ainda o é, até hoje,
como sabemos:
“Um Médium de Deus”.
Logo, nós todos, ainda,
não somos doutores em
tal disciplina, e,
tampouco o somos em
coisa alguma, não
passando Eu, Você, como
todos nós, de aprendizes
um tanto indisciplinados
de tão importante
aspecto de nossas vidas
terrenas, donde a
mediunidade, como
faculdade em expansão,
se inicia nos animais e
se enriquece pelas
humanidades afora,
prosseguindo, ainda,
muito além do que o
possamos imaginar!
Creio que humildade em
tal aspecto é tudo
quanto possamos ter
nestas horas de difícil
transição planetária
para um Mundo melhor: o
Regenerador.
Para encerrar,
reiteremos que somos
todos nós, ainda,
iniciantes quanto ao
fenômeno da complexa
mediunidade em nossas
vidas comuns, pois
sabemos que os grandes
instrumentais
mediúnicos, mesmo eles,
foram também suscetíveis
de algum deslize, alguma
falha de suas faculdades
no intercâmbio com o
Mundo Maior.
Emmanuel, em “O
Consolador”, falara, em
suas páginas
finalizantes, sobre o
problema da filtragem
mediúnica, donde
ocorrera algum equívoco
na transmissão de suas
ideias no referido
livro.
E Pietro Ubaldi, em
“Comentários”, também
aludira a tais pontos de
filtragem no tocante à
obra “A Grande Síntese”,
sinceramente declarando:
“poder-se-á discutir da
obra algum termo, algum
pormenor, poder-se-á
levantar a acusação de
alguma inexatidão”, e
etc. etc., revelando,
com isso, pois, sua
extrema humildade, donde
“Sua-Voz” se lhe
mostrava num plano de
inteligência crística,
globalizante, e, pois,
de altíssimas vibrações
psíquicas.
E seu autor mediúnico -
Ubaldi – por sua vez, se
achava num plano
constrito pela
materialidade de um
Mundo provacional donde
as ideias daquele (Sua-Voz)
haveriam de sofrer
alguma distorção pelas
circunstâncias
distintas, “quiçá
longínquas”, de tais
planos mentais e, em
nosso caso,
biologicamente densos e
materiais.
Boas reflexões a todos! |