Luz do amor
E chegaram sua mãe e seus irmãos, e ficando da parte de
fora o mandaram chamar. E estava sentado à roda de um
crescido número de gente, e lhe disseram: Olha que tua
mãe e teus irmãos te buscam aí fora. E ele respondeu
dizendo: quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E
olhando para os que estavam sentados à roda de si, lhes
disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porque o que
fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã
e minha mãe... (Marcos,
cap. III: 20-21 e 31-35; Mateus, cap. XII: 46-50.)
Quando se ama, compreende-se e perdoa-se sempre. Joanna
de Ângelis, no livro Leis Morais da Vida, através
da psicografia de Divaldo P. Franco, comenta que a
família é o fulcro de maior importância para o homem.
Diz ela que se encontram no núcleo familiar as condições
do eclodir das paixões insanas como das sublimes.
Relata ela que num lar lucilado pela oração em conjunto,
onde a par do exemplo salutar dos cônjuges a palavra do
Senhor recebe consideração e apontamentos superiores, ao
menos periodicamente, os dramas passionais, as
ocorrências infelizes, os temores e as discórdias cedem
lugar à compreensão fraternal, à caridade recíproca, à
paciência, ao amor.
Sabemos que cada ser se encontra na família de que
necessita, para o seu aprimoramento espiritual.
Jesus era pouco compreendido por sua família, mas
sabemos que sua mãe esteve a seu lado até mesmo ao pé da
cruz, suportando que seu coração fosse varado pela
espada de dor, para estar junto de seu filho amado. O
governador da Terra, o ser mais evoluído que pisou no
mundo, teve sua mãe com ele. Agradecido e com o mais
profundo amor, depois foi buscá-la na velhice, quando
ela se despedia do mundo para entrar no reino
espiritual. De grande beleza o encontro saudoso dessa
mãe amada com seu filho querido, tão bem contado pelo
espírito de Humberto de Campos, no livro Boa Nova,
psicografado por Chico Xavier.
É muito belo ver o amor vencer e a atitude de espíritos
que o compreenderam.
Pudemos conversar com uma senhora assim. Enquanto
conversávamos pensamos conosco que grandeza espiritual a
daquela mulher, que enfrentou tanta dor por amor.
Ela nos apresentou suas duas filhas, de 17 anos, gêmeas
bivitelinas, mas muito parecidas, lindas! Elas têm uma
bagagem adquirida antes. Ambas são exímias desenhistas e
musicistas. Ninguém as ensinou. Desde pequenas
apresentaram essa capacidade, o que nos leva, com o
conhecimento da reencarnação, a entender que aprenderam
em alguma vida passada, ou quem sabe, até antes de
reencarnar, quando ainda estavam no mundo espiritual.
Sua mãe, uma senhora autodidata, grande conhecedora de
fitoterapia, contou-nos sua história. Enquanto a
ouvíamos, lembrávamos de André Luiz e seus relatos.
Disse-nos ela que era da alta sociedade no estado de São
Paulo. Era jovem, cerca de 18 anos atrás. Sua
preocupação, na época, contou-nos, era pensar a que
baile iria, a que festa compareceria, quando se viu
grávida.
Seu pai queria que abortasse, pois era solteira. Ela se
negou e ele a expulsou de casa. Ela saiu com a roupa que
estava usando, mais nada. Da mansão para a favela. Não
sabia nem cozinhar. Na favela, foi ajudada pelos
moradores de lá, que a ampararam.
Quando foi para o hospital, foi o povo da favela que a
socorreu mais uma vez. Sua família nunca mais falou com
ela. Ela tentava comunicar-se com eles, mas eles
desligavam o telefone.
Nasceram as meninas. São lindas e são artistas. Ela as
ensinou a respeitar os semelhantes e a amar ao próximo.
Aprendeu com o sofrimento e a dor a fazer de tudo um
pouco.
Tem premonição e clarividência hoje. Sabe reconhecer
plantas no matagal e delas extrair a medicação curativa.
Teve um companheiro, que a ajudou a cuidar das meninas.
Sempre disse a elas que ele era o padrasto. Elas o
conhecem como pai e o respeitam, mas há alguns anos ele
deixou a mãe para ficar com outra mulher. Ela fez
questão de dizer às meninas que era uma situação entre
os dois. E elas preservam o amor por ele.
Essa senhora, que tem grande compreensão, recebeu um
telefonema do pai que a expulsou de casa. Isso se deu
faz 5 anos. Ele queria conhecer as meninas. Pediu-lhe
perdão pelo que fez.
Nós lhe perguntamos se ela conseguiu perdoar, pois o
perdão é libertador. A resposta dela foi linda: Perdoar?
Eu não precisei perdoar. Eu sempre amei o meu pai! E
ensinei minhas filhas a amá-lo. Embora ele quisesse que
elas não tivessem nascido, eles se dão muito bem. Elas
amam o avô.
Essa mulher emite a luz do amor que carrega consigo. Que
beleza! Assim diria nosso querido amigo Jerônimo
Mendonça, o Gigante Deitado.
Que mulher grandiosa! Numa época difícil para a mulher,
recusou o aborto, saiu da abastança para a miséria! Tem
filhas maravilhosas e sabe amar.
Uma família linda e suas filhas conhecem o valor que
têm. Ela cultivou isso nelas. São inteligentes. Exímias
desenhistas, já fizeram até exposição de sua arte. E
trabalham. Que bênção!
Uma família que se ama. Suas filhas não bebem e não
fumam. Têm um projeto para a vida e se propõem a
realizá-lo, tudo na hora certa, tudo a seu tempo.
Estudam e trabalham. Têm a pretensão de trabalhar com
as artes.
Nasceram na pobreza, num meio difícil, mas graças a essa
mãe são corretas, são honestas, são capazes. São
espíritos que venceram o meio onde viveram. Têm sonhos e
vão ser capazes de realizá-los. O espírito é capaz de
vencer o meio, principalmente se tem familiares a
educá-los para isso e se têm vontade.
Ainda uma vez mais, compenetramo-nos de que o amor vence
sempre e que quem ama faz a centelha divina, a luz
interior, brilhar. Que nós amemos um tanto mais e
valorizemos a vida que temos e a família que tanto nos
ama!
A família é o amor de Deus em ação na Terra e nós
sabemos disso. Mantenhamos a família unida. Esse pai
levou tanto tempo! A filha o amou e ama sempre.
Graças a Deus, ele venceu o orgulho e procurou sua amada
filha a quem um dia maldisse.
O amor vence sempre! Graças a Deus!
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