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por Altamirando Carneiro

 

A tentação de Jesus não houve 

Num dos cursos que fiz na Federação Espírita do Estado de São Paulo, foi proposto aos alunos o desenvolvimento de um tema sobre a tentação de Jesus. Na redação que fiz, coloquei o título acima: A tentação de Jesus não houve. 

O episódio dessa suposta tentação é narrado por Mateus (4:1 a 11); Marcos (1:12-13) e Lucas (4:1 a 13. João, em seu Evangelho, não registra o fato. 

Allan Kardec, em A Gênese, capítulo XV, itens 52 e 53, nos faz raciocinar sobre o assunto, informando que Jesus, transportado pelo diabo para o cume do templo, depois para o alto de uma montanha e tentado por ele, é uma das parábolas que a credulidade pública transformou em fatos materiais. 

Kardec transcreve a mensagem de João Evangelista (Espírito), dada em Bordeaux em 1862, da qual destacamos alguns trechos: 

"(...) A tentação de Jesus é, portanto, uma figura e será necessário ser cego para tomá-la literalmente. Como quereis que o Messias, o Verbo de Deus encarnado, tenha sido submisso, por um tempo, tão curto que fosse, às sugestões do demônio e que, como o diz o Evangelho de Lucas, o demônio o tenha deixado por um tempo, o que o levaria a pensar que Ele estaria ainda submisso ao seu poder? Não. Compreendei melhor os ensinamentos que vos foram dados. O Espírito do mal não pode nada sobre a essência do bem. (....) Pesai bem os ensinamentos dados nos Evangelhos; sabei distinguir o que está em sentido próprio, ou em sentido figurado, e os erros que vos cegaram durante tentos séculos se apagarão pouco a pouco, para serem substituídos pela luz resplandecente da verdade."

Apesar de todas as explicações, talvez alguém ainda não tenha dúvidas de que Jesus tenha sido tentado. Mas das nossas tentações ninguém duvida. Vem, então, a importância do orar e vigiar. E da força que se deve ter para resistir às sugestões dos Espíritos maus. Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles.

Por fim, destacamos o que dizem os Espíritos, na questão 459 de O Livro dos Espíritos:

"Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações? - Nesse sentido, a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem.”

Após a resposta dos Espíritos à questão 466, Allan Kardec destaca:

“É assim que Deus deixa à nossa consciência a escolha da rota que devemos seguir, e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências que se exerçam sobre nós.”

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita