Relação
entre homens e espíritos
Segundo o escritor José
Herculano Pires,
“mediunidade é a
faculdade humana,
natural, pela qual se
estabelecem as relações
entre homens e
espíritos” ¹. É
um dom natural como o de
falar, ouvir, ver,
sentir... Esses dons do
corpo põem o homem em
relação com o mundo
físico, enquanto a
mediunidade favorece a
percepção
extrassensorial. É uma
faculdade psíquica que
precisa aprimoramento e
educação constantes para
atender melhor aos seus
objetivos.
Da mesma forma que os
sentidos materiais
servem para o homem de
instrumentação de
progresso, a ação
mediúnica serve para que
ele se instrua e avance,
desde que usada com
critério e elevação de
propósitos.
A pessoa que não sabe se
expressar, que usa
termos chulos ou
inadequados, não
consegue se comunicar
com o seu meio, além de
criar antipatias. Aquele
que não aprendeu a ouvir
entende as coisas
segundo o seu prisma, e
raramente compreende a
posição dos outros.
Aquele que não sabe ver
distorce os fatos,
comprometendo pessoas.
Assim, os médiuns que
não procuram educar a
sua faculdade
sujeitam-se a tropeçar
em dificuldades como a
obsessão, a
mistificação, a perda ou
suspensão da mediunidade
etc., e vir a sofrer com
isso.
Todos são chamados a
servir de algum modo,
segundo suas
características
individuais e
necessidades evolutivas.
Os que foram investidos
da faculdade mediúnica
ostensiva dediquem-se a
ela, vendo-a como uma
oportunidade ímpar de
crescimento espiritual.
Procurem estudá-la,
exercitá-la com
disciplina, bom senso e
amor.
Esse convite ao estudo,
à observação e à
vigilância acaba
servindo a qualquer
indivíduo, já que todos
somos médiuns, conforme
enunciou Allan Kardec.
Herculano Pires endossa
essa ideia, pois,
segundo ele, não há quem
não tenha intuições,
inspiração,
pressentimentos e até
visões. Não há quem não
se relacione com os
espíritos, de alguma
forma. A mediunidade,
portanto, é patrimônio
da humanidade em geral,
“faz parte da nossa
natureza (...) é um
elemento essencial da
nossa constituição
humana” ².
Dessa maneira, todos têm
responsabilidades na
construção do mundo
melhor que se deseja, e
a faculdade mediúnica é
mais um recurso que Deus
ofereceu ao homem para
seu progresso moral e
espiritual. Contudo, a
responsabilidade é ainda
maior para o médium que
trabalha na casa
espírita. Investido de
tarefas, ele é o maior
beneficiário do processo
mediúnico, e deverá
desempenhá-lo com os
melhores recursos que
dispuser.
Para desincumbir com
equilíbrio a função
mediúnica é preciso
conhecer seus mecanismos
e seus objetivos. Além
da boa vontade e do
espírito de serviço, é
fundamental o estudo
permanente da teoria
espírita, sem o que, o
comprometimento com a
tarefa fica prejudicado.
Referências:
¹ Herculano
Pires, José. Mediunidade
(Vida e comunicação), capítulo
“Conceito de
Mediunidade”. EDICEL.
² Idem,
capítulo “Mediunidade
estática”. |