Sentimento cria a ideia
Nós todos, os racionalistas, os cientistas, os
positivistas, ou, no seu conjunto, os intelectuais da
Era Moderna, pensamos que a Razão seja tudo em nossas
vidas mundanas, sendo ela, pois, o que há de mais
importante no mundo terreno, donde se desprezam, pois,
as pieguices, as frescuras e denguices do sentir, de
nossa alma, do nosso coração, que são coisas até
escritas em minúsculo por sua irrelevância, seu pouco
valor.
E dita Razão, também no Espiritismo, tem o seu real e
devido valor, pois que nossa doutrina, afinal,
constituindo tríplice aspecto, reúne Ciência e
Filosofia, donde tal dupla, porém, se lhe adiciona um
outro fator, o Moral, o Religioso, algo da
Ordem-Sentimental.
Logo, o Espiritismo, que acata o Racional, ele, porém,
vai além da Ciência gélida, que despreza o Sentir, o
Ético, o Sacro ou Espiritual; tanto é que Kardec, no
Século 19, e, pois, na obra central do seu pentateuco
consolador, refere que: “Não há Fé inabalável senão a
que pode encarar a Razão face a face em todas as épocas
da humanidade”. (Vide: O Evangelho segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec.)
Logo: Razão, no Espiritismo, não se isola da Fé, do
Sentir, do condicionador Ético, equilibrando, pois, os
reais fundamentos do Espírito humano: sua racionalidade
e espiritualidade.
O que está coerente, e, modo parecido, com o mais
importante livro da Humanidade terrena: o Evangelho do
Cristo, que já assinalava ser: “... do Coração que
partem os maus pensamentos, os homicídios, os
adultérios, os falsos testemunhos...”. (Mateus, 15).
Quando este, pois, o Evangelho, vai mesmo além daquele
outro – do Espiritismo – pois Razão não se iguala ao
Coração, pelo contrário, este lidera aquela, é
fundamento daquela, com que Emmanuel, André Luiz, Aulus
e muitos outros sábios da obra de Francisco Cândido
Xavier estão acordes, ministrando, por exemplo, em
página de “Ação e Caminho” (Emmanuel-Ideal):
“O Sentimento cria a Ideia”.
“A Ideia cria o Desejo”.
“O Desejo acalentado forma a Palavra”.
“A Palavra orienta a Ação”.
“A Ação detona Resultados”.
“Os Resultados nos traçam o Caminho nas áreas infinitas
do Tempo”.
“Cada Criatura permanece na Estrada que construiu para
Si mesma”.
“A Escolha é sempre Nossa”.
Logo, se “o Sentimento cria a Ideia”, isto está a dizer
que o nosso Vibrar mais íntimo, ou seja, do nosso
Coração, está a liderar a Razão, e não o contrário como
se pensa por aí, e, até mesmo, no meio espírita, donde
intelectuais da nova doutrina ainda não se
conscientizaram para os fatos genéticos do Ser
espiritual que há em nós, cujos fundamentos estruturais
residem não na sua Razão, mas nas profundidades do
Sentir, este Vibrar íntimo de nós todos: Seres Pensantes
e Racionais.
Mas, dantes que tudo, Emocionais!
Logo, o fundamento da Razão, e, pois, sua gênese, é, de
fato, o Coração, como o afirmara Jesus e os mais
relevantes sábios da Espiritualidade Maior como
supracitado.
Daí o fato de nossos Superiores do Mundo-Maior tanto
insistirem em nossa Reforma Íntima, Reforma do nosso
Sentimento, do nosso Coração!
Boas reflexões a todos.
|