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por Eder Andrade

 

Marcas de outras encarnações


Vários estudiosos ao longo do século XX constataram, por observação e pesquisa, marcas de nascença, alguns tipos de doenças e também lembranças recorrentes em sonhos, que podem estar relacionadas a outras encarnações.

Ian Stevenson, pesquisador norte-americano, estudou crianças que tinham lembranças da última encarnação, memórias que duravam até a idade de mais ou menos 7 anos.1 Nesses estudos foi possível observar que as crianças tinham uma facilidade de falar de acontecimentos que não eram relacionados à vida atual que levavam, despertando o interesse de vários pesquisadores espiritualistas nesse assunto, pois a ideia de reencarnação já era conhecida desde a Antiguidade mais remota.

O entendimento desse fato é muito complexo, desafiando os cientistas e os homens céticos que exigem uma comprovação científica do fenômeno, porém nesses casos apresenta um padrão que, independente do país e da cultura, se reproduz.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos uma explicação sobre o fenômeno da reencarnação, quando pensamos na vida futura:


Esse dogma, portanto, pode ser considerado como a base do ensinamento do Cristo; é por isso que ele está colocado como um dos primeiros pontos no início desta obra, porquanto deve ser o alvo de todos os homens; só ele pode justificar as anomalias da vida terrestre e ajustar-se com a justiça de Deus.
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Por esse motivo, a curiosidade dos pesquisadores fica aguçada, a ponto de afirmarem apenas que existem "fenômenos suspeitos de reencarnação".

No início da década de 1990, uma inglesa chamada Jenny Cockell revelou suas lembranças de vidas passadas em um livro cujo título é Yesterday's Children. Em português ganhou o nome de Minha vida em outra vida e no ano de 2000 deu origem a um filme, uma adaptação norte-americana para a história contada por essa inglesa. Segundo a obra, ela teria vivido na Irlanda e sofrido maus tratos do seu antigo marido. Impelida pela curiosidade de entender o que se passava em seus sonhos recorrentes, procurou concatenar as informações de forma a viajar para a Irlanda e procurar onde teria sido sua casa e se seus filhos, mesmo idosos, ainda poderiam estar vivos. Um relato muito emocionante de uma história cujos fundamentos vão ao encontro da Doutrina Espírita e a lei da reencarnação.3

Somos invadidos por sentimentos e emoções que despertam no nosso inconsciente. Como lidar com essas lembranças que surgem de forma inesperada?

As facilidades que temos para determinadas tarefas geralmente são interpretadas como aptidões, enquanto as nossas limitações são vistas como uma falta de estrutura da nossa parte. Na verdade, somos herdeiros de nós mesmos. As dificuldades e facilidades que revelamos ao longo da atual existência são desdobramentos de todo o conhecimento que amealhamos em várias encarnações.

Ian Stevenson pesquisou vários casos que sugerem reencarnação em diferentes continentes, até no Brasil, e os relatos são muito parecidos, nos quais as crianças se lembram de acontecimentos que não são capazes de explicar, por serem muito pequenas. São relatos repetitivos, como sonhos recorrentes ou a nítida lembrança de um fato acontecido recentemente.

Os registros de vidas passadas podem despertar de diversas formas, como uma mancha de nascença, sonhos repetitivos, aptidões para alguma profissão ou a nítida sensação de já ter aquele conhecimento e estar apenas revisando. Às vezes isso ocorre de forma tão sutil, que passa despercebido por pais e professores, quando apenas afirmam que a criança tem uma vocação para tal profissão ou ciência.

Um outro exemplo sobre a influência das últimas encarnações na vida atual pode ser encontrada em um livro cujo título é A Volta, que conta a história de um menino de 2 anos chamado James Leininger, que tinha sonhos recorrentes da sua última encarnação; esse livro não é espírita. James havia sido um piloto norte-americano quando, sobrevoando o Oceano Pacífico, seu avião foi abatido pelos caças japoneses durante a 2ª Guerra Mundial, em 3 de março de 1945.

Essa história fantástica acabou sendo pesquisada por Bruno Leininger, pai de James, que acabou reunindo informações que coincidiram com os relatos do filho. Juntamente com a esposa e a ajuda de um jornalista, escreveram um livro sobre a experiência que estavam tendo com seu filho sobre os relatos do fenômeno da última encarnação do garoto. Principalmente quando visitaram o Museu de Aeronáutica e o garoto identificou os aviões da época da guerra, assim como detalhes técnicos e mecânicos, que uma criança não seria capaz de compreender com a idade que tinha.4

Entre os casos mais conhecidos publicamente sobre reencarnação, podemos destacar o caso de Shanti Devi (1926-1987), que nasceu em Delhina Índia. Na década de 1930, ela começou a afirmar que se lembrava de detalhes de uma vida passada. De acordo com esses relatos, quando ela tinha cerca de quatro anos disse a seus pais que sua verdadeira casa era em Mathura, onde seu marido morava, a cerca de 145 km de Delhi.

Desanimada por seus pais, ela fugiu de casa aos seis anos, tentando chegar a Mathura. De volta, ela afirmou na escola que era casada e havia morrido dez dias depois de ter dado à luz um filho. Entrevistada por seu professor e diretor, ela usou palavras do dialeto Mathura e divulgou o nome de seu marido, um comerciante chamado Kedar Nath. O diretor localizou um comerciante com esse nome em Mathura que havia perdido a esposa, Lugdi Devi, nove anos antes, dez dias depois de ter dado à luz um filho. Kedar Nath viajou para Delhi, fingindo ser seu próprio irmão, mas Shanti Devi imediatamente o reconheceu e ao filho de Lugdi Devi. Como ela sabia vários detalhes da vida de Kedar Nath com sua esposa, ele logo se convenceu de que Shanti Devi era de fato a reencarnação de Lugdi Devi.5

Muitos fatos intrigantes despertam nossa curiosidade para esse desabrochar de lembranças que nos ajudam a melhor perceber a imortalidade do espírito. Já existíamos antes do berço e vamos continuar vivendo após o túmulo.

 

Referências:

1) Stevenson; Ian; Reencarnação (Vinte Casos); Ed. Vida e Consciência Ltda.

2) Kardec, Allan; O Evangelho Segundo o Espiritismo; Cap. II - it. 2 – A vida futura; FEB.

3) Cockell, Jenny; Minha vida em outra vida; FEB.

4) Leininger, Bruce e Andrea (com colaboração de Ken Gross); A Volta; Ed. Best Seller.

5) Wikipédia (Enciclopédia livre).

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita