A difícil passagem pela porta
estreita
Nova Era despontará quando o homem se ajustar
aos caminhos de Jesus.
“Sede perfeitos como perfeito é o Pai
Celestial.” Jesus.
(Mt., 5:48)
Pelos noticiários escabrosos propalados pelas
mídias, vemos - com muita tristeza - que o
egoísmo medra cada vez com maior vigor! São
tantas as desgraças evitáveis que ficamos
pensando por que a humanidade não acorda do seu
marasmo espiritual!? Por que prefere sempre
atender aos impositivos do “homem velho” limitado
ao terra a terra dos interesses imediatistas e
materiais, esquecida de sua destinação
espiritual?!
Quando o homem se ajustar aos caminhos de Jesus,
Nova Era despontará para esta humanidade
ignorante e sofredora.
Deve ser o atual
estado de coisas que inspirou estas palavras a
Rabindranath Tagore: “como
hoje está triste o meu pobre coração! Deixei que
a vida me fosse, até aqui, um barco deslizando
num rio sob sebes frondosas, onde busquei colher
versos, contemplando a crista das pequenas
ondas. Outras vezes saí, entre as árvores da
terra, a catar frutos de encantamento em suas
copas verdejantes... E, apesar disso tudo, trago
um coração triste... Talvez porque o mundo,
cheio de crianças sem rumo, representa uma
grande noite de tristeza imensa na civilização
religiosa, mas que não tem Deus!”
S. Vicente de
Paulo afirmou: “(...)
nosso mundo material e o mundo espiritual, que
bem poucos ainda conhecem, formam como que os
dois pratos da balança perpétua. Até aqui, as
nossas religiões, as nossas leis, os nossos
costumes e as nossas paixões têm feito de tal
modo descer o prato do mal e subir o do bem, que
se há visto o mal reinar soberanamente na
Terra. Desde séculos, é sempre a mesma a
queixa que se desprende da boca do homem e a
conclusão fatal é a injustiça de Deus. Alguns há
mesmo que vão até à negação da existência de
Deus. Vedes tudo aqui e nada lá; vedes o
supérfluo que choca a necessidade, o ouro que
brilha junto da lama; todos os mais chocantes
contrastes que vos deveriam provar a vossa dupla
natureza. Donde vem isto? De quem a falta? Eis
o que é preciso pesquisar com tranquilidade e
com imparcialidade.
Quando sinceramente se deseja achar um bom
remédio, acha-se. Pois bem! Malgrado a essa
dominação do mal sobre o bem, por culpa vossa,
por que não vedes o resto ir direito pela linha
traçada por Deus? Vedes as estações se
desarranjarem? Os calores e os frios se
chocarem inconsideradamente? A luz do Sol
esquecer-se de iluminar a Terra? A terra
esquecer em seu seio as sementes que o homem aí
depositou? Vedes a cessação dos mil milagres
perpétuos que se produzem sob nossos olhos,
desde o nascimento do arbusto até o nascimento
da criança, o homem futuro? Mas, se tudo vai bem
do lado de Deus, tudo vai mal do lado do homem.
Qual o remédio para isto? É muito simples:
aproximar-se de Deus, amar-se, unir-se,
entender-se e seguir tranquilamente a estrada
cujos marcos se veem com os olhos da fé e da
consciência”.
Quando ajustarmos nossos passos no caminho
assinalado por Deus, veremos em pouco tempo os
acerados espinhos e pedras se transformando em
floridas veredas de luz, onde os pés não mais se
ferirão na caminhada, encontrando apoio e
estímulo para a grande marcha até aos alteados e
sublimes planos da glória estelar...
Não podemos olvidar que Jesus afirmou ser Ele
próprio o Caminho!
Os Espíritos
Superiores confirmaram ser
Ele o nosso Modelo e Guia mais perfeito
oferecido por Deus. É, portanto, absolutamente
necessário que sigamos esse Caminho, esse Modelo
e Guia...
Emmanuel considera
ser “(...) desarrazoado exigir de qualquer de
nós transformações intempestivas. Por mais
formosas e edificantes as lições de
aperfeiçoamento moral, é forçoso acomodar-nos
com o espírito de sequência, na marcha do tempo,
a fim de que nos afaçamos a elas, adaptando-nos
gradativamente aos princípios que nos
preceituem.
Ser-nos-á, porém, claramente possível
melhorar-nos com mais urgência e segurança se
adotarmos a prática de permanecer um tanto mais
com Jesus, cada dia...
Que não nos atemorizem os programas de reajuste,
corrigenda, sublimação ou burilamento.
Ante as normas
que nos indiquem elevação para a Vida Superior,
recebamo-las respeitosamente, afeiçoando-nos a
elas e, seguindo adiante, na base do dever
retamente executado e da consciência tranquila,
pratiquemos a regra de ascensão espiritual
segura e verdadeira: sempre um tanto menos com
os nossos pontos de vista pessoais e, a cada dia
que surja, sempre um tanto mais com Jesus”, a
ponto de podermos afirmar com Paulo, o singular
e inolvidável Apóstolo dos Gentios:
“já não vivo eu, mas Cristo vive em mim”.
-
KARDEC, Allan. O Livro dos
Espíritos. 83.ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 2002, q. nº. 625.