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por Rogério Coelho

 

A difícil passagem pela porta estreita


Nova Era despontará quando o homem se ajustar aos caminhos de Jesus.


“Sede perfeitos como perfeito é o Pai Celestial.” 
Jesus. (Mt., 5:48)


Pelos noticiários escabrosos propalados pelas mídias, vemos - com muita tristeza - que o egoísmo medra cada vez com maior vigor! São tantas as desgraças evitáveis que ficamos pensando por que a humanidade não acorda do seu marasmo espiritual!? Por que prefere sempre atender aos impositivos do “homem velho” limitado ao terra a terra dos interesses imediatistas e materiais, esquecida de sua destinação espiritual?!

Quando o homem se ajustar aos caminhos de Jesus, Nova Era despontará para esta humanidade ignorante e sofredora.

Deve ser o atual estado de coisas que inspirou estas palavras a Rabindranath Tagore: “como hoje está triste o meu pobre coração! Deixei que a vida me fosse, até aqui, um barco deslizando num rio sob sebes frondosas, onde busquei colher versos, contemplando a crista das pequenas ondas. Outras vezes saí, entre as árvores da terra, a catar frutos de encantamento em suas copas verdejantes... E, apesar disso tudo, trago um coração triste... Talvez porque o mundo, cheio de crianças sem rumo, representa uma grande noite de tristeza imensa na civilização religiosa, mas que não tem Deus!”

S. Vicente de Paulo afirmou[1]: “(...) nosso mundo material e o mundo espiritual, que bem poucos ainda conhecem, formam como que os dois pratos da balança perpétua.  Até aqui, as nossas religiões, as nossas leis, os nossos costumes e as nossas paixões têm feito de tal modo descer o prato do mal e subir o do bem, que se há visto o mal reinar soberanamente na Terra.   Desde séculos, é sempre a mesma a queixa que se desprende da boca do homem e a conclusão fatal é a injustiça de Deus. Alguns há mesmo que vão até à negação da existência de Deus.  Vedes tudo aqui e nada lá; vedes o supérfluo que choca a necessidade, o ouro que brilha junto da lama; todos os mais chocantes contrastes que vos deveriam provar a vossa dupla natureza.  Donde vem isto? De quem a falta? Eis o que é preciso pesquisar com tranquilidade e com imparcialidade.

Quando sinceramente se deseja achar um bom remédio, acha-se.  Pois bem! Malgrado a essa dominação do mal sobre o bem, por culpa vossa, por que não vedes o resto ir direito pela linha traçada por Deus? Vedes as estações se desarranjarem?  Os calores e os frios se chocarem inconsideradamente?  A luz do Sol esquecer-se de iluminar a Terra?  A terra esquecer em seu seio as sementes que o homem aí depositou? Vedes a cessação dos mil milagres perpétuos que se produzem sob nossos olhos, desde o nascimento do arbusto até o nascimento da criança, o homem futuro? Mas, se tudo vai bem do lado de Deus, tudo vai mal do lado do homem.  Qual o remédio para isto? É muito simples: aproximar-se de Deus, amar-se, unir-se, entender-se e seguir tranquilamente a estrada cujos marcos se veem com os olhos da fé e da consciência”.

Quando ajustarmos nossos passos no caminho assinalado por Deus, veremos em pouco tempo os acerados espinhos e pedras se transformando em floridas veredas de luz, onde os pés não mais se ferirão na caminhada, encontrando apoio e estímulo para a grande marcha até aos alteados e sublimes planos da glória estelar...

Não podemos olvidar que Jesus afirmou ser Ele próprio o Caminho!  

Os Espíritos Superiores confirmaram[2] ser Ele o nosso Modelo e Guia mais perfeito oferecido por Deus. É, portanto, absolutamente necessário que sigamos esse Caminho, esse Modelo e Guia...

Emmanuel[3] considera ser “(...) desarrazoado exigir de qualquer de nós transformações intempestivas. Por mais formosas e edificantes as lições de aperfeiçoamento moral, é forçoso acomodar-nos com o espírito de sequência, na marcha do tempo, a fim de que nos afaçamos a elas, adaptando-nos gradativamente aos princípios que nos preceituem.

Ser-nos-á, porém, claramente possível melhorar-nos com mais urgência e segurança se adotarmos a prática de permanecer um tanto mais com Jesus, cada dia...

Que não nos atemorizem os programas de reajuste, corrigenda, sublimação ou burilamento.

Ante as normas que nos indiquem elevação para a Vida Superior, recebamo-las respeitosamente, afeiçoando-nos a elas e, seguindo adiante, na base do dever retamente executado e da consciência tranquila, pratiquemos a regra de ascensão espiritual segura e verdadeira: sempre um tanto menos com os nossos pontos de vista pessoais e, a cada dia que surja, sempre um tanto mais com Jesus”, a ponto de podermos afirmar com Paulo, o singular e inolvidável Apóstolo dos Gentios: “já não vivo eu, mas Cristo vive em mim”.   


 


[1] - KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XXXI, item XXX.

[2] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2002, q. nº. 625.

[3] - XAVIER, F. Cândido. Encontro de paz. Araras: IDE, 1987, cap. 14.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita