Tiradentes – de
inquisidor a herói
nacional
Toda restauração exige
dificuldades
equivalentes. Todo valor
evolutivo reclama
serviço próprio. Nada
existe sem preço. Emmanuel
(Chico Xavier)
O Criador, que é Deus, e
que Jesus chamava de Pai
Nosso, é a
Inteligência Suprema, e
nos seus atributos
encontramos
soberanamente a bondade,
a sabedoria, a
misericórdia e a
justiça.
Dentre suas leis, a de
causa e efeito é
disciplinadora, porque o
Pai, conforme os
profetas judeus, é todo
amor e todo justiça, e
providencia, através de
seus mensageiros, o
plano de redenção, visto
que os seus atributos se
complementam ao invés de
se excluírem mutuamente,
corrige com amor,
oportuniza com
sacrifício para nossa
edificação: “Em
verdade, em verdade vos
digo que todo aquele que
comete o mal é servo
(escravo) do mal”, Jesus
(João 8:34).
Joaquim José da Silva
Xavier (1746-1792)
nasceu na Fazenda do
Pombal, hoje Tiradentes,
em Minas Gerais. Filho
do português Domingos da
Silva Santos,
proprietário rural, que
se dedicava à mineração,
e da brasileira Maria
Antônia da Encarnação
Xavier, sendo o quarto
filho entre sete irmãos.
Com nove anos ficou
órfão de mãe e aos 11 de
pai, não fez estudos
regulares, as primeiras
letras aprendeu com o
irmão mais velho. Foi
então criado na casa do
padrinho, o cirurgião
Sebastião Ferreira
Leite, que lhe ensinou
noções práticas de
odontologia, da qual
ganhou o apelido de
Tiradentes.
Era um homem autodidata,
trazia bagagem de
conhecimentos e
experiências de
lideranças doutras
encarnações, inclusive
uma delas na qual foi um
inquisidor, levando ao
suplício e sofrimento
muitas pessoas que
pensavam diferente,
inclusive por
enforcamento e outras
terríveis punições.
Tiradentes foi um dos
líderes da Inconfidência
Mineira, movimento de
tentativa de libertação
colonial do Brasil de
Portugal (Reinado de d.
Maria I).
O mártir da
independência foi
executado no dia 20 e
esquartejado em 21 de
abril. Mais tarde, já
sob a república, o dia
de sua morte foi
declarado feriado
nacional. A rainha D.
Maria I concede a
comutação da pena de
enforcamento para prisão
perpétua aos demais
indiciados, exceto a
Tiradentes, que seria
enforcado e decapitado
após assumir ter
planejado o levante.
Tiradentes foi morto no
Largo da Lampadosa
(atual Praça Tiradentes)
no Rio de Janeiro. No
dia 21 de abril de 1792
seu corpo foi
esquartejado, sua cabeça
exposta em Vila Rica e
os seus membros
espalhados em postes no
caminho entre Minas e o
Rio de Janeiro.
Tiradentes trouxe um
anseio de liberdade, mas
não governou.
Naquele 21 de abril,
Tiradentes resgatou seu
carma dos tempos da
inquisição e foi
recebido no plano
espiritual pelo espírito
Ismael, conforme obra
psicografada por Chico
Xavier, do espírito
Humberto de Campos, Brasil,
coração do mundo, pátria
do Evangelho.
“Tiradentes revestiu-se
de supremo heroísmo. Seu
coração sentiu alegria
sincera pela expiação
cruel que somente a ele
fora reservada. Ao
morrer na forca,
Tiradentes foi cercado
pelas falanges
invisíveis de Ismael,
Guia Espiritual do
Brasil, e sua alma
edificada foi recebida
por este elevado
mensageiro do Mestre
Jesus, que lhe disse:
’Irmão querido, resgatas
hoje os delitos cruéis
que cometeste quando te
ocupavas da função de
inquisidor, nos tempos
passados. Redimiste o
pretérito obscuro e
criminoso, com as
lágrimas do teu
sacrifício em favor da
Pátria do Evangelho’.”
Arnaldo
Divo Rodrigues de
Camargo é diretor da
Gráfica e Editora EME. |