Interpretações bíblicas
"E, chegada a hora,
pôs-se à mesa, e com ele
os doze apóstolos. E
disse-lhes:
Desejei muito comer
convosco esta páscoa,
antes que padeça;
Porque vos digo que não
a comerei mais até que
ela se cumpra no reino
de Deus.
E, tomando o cálice, e
havendo dado graças,
disse:
Tomai-o, e reparti-o
entre vós; Porque vos
digo que já não beberei
do fruto da vide, até
que venha o reino de
Deus.
E, tomando o pão, e
havendo dado graças,
partiu-o, e deu-lho,
dizendo: Isto é o meu
corpo, que por vós é
dado; fazei isto em
memória de mim.
Semelhantemente, tomou o
cálice, depois da ceia,
dizendo: Este cálice é o
novo testamento no meu
sangue, que é
derramado."
No livro Parábolas e
Ensinos de Jesus, (Casa
Editora O Clarim) -
capítulo A Ceia Pascal -
Cairbar Schutel
esclarece que nesta
passagem do Evangelho de
Lucas (22:14 a
20), Jesus não se
referiu ao pão
material nem ao vinho de
uva. Ele referiu-se
à sua Doutrina, que
constitui o alimento do
Espírito e precisa ser
repartido por todos,
para que todos não
sintam fome de
conhecimentos
religiosos, "para que
todos sejam saciados com
esse Pão que nos
dá um corpo novo,
incorruptível,
imortal". "Queria
Jesus mais uma vez
lembrar a seus
discípulos que o seu
corpo - que é a sua
Doutrina - não pode ser
assimilada unicamente à
letra, mas precisa ser
estudada e compreendida
em espírito e verdade; por
isso o Mestre
acrescentou, quando os
judeus se escandalizaram
por haver ele dito que
seus discípulos
necessitavam comer a
sua carne e beber o seu
sangue: A carne para
nada presta, o espírito
é que vivifica; as
palavras que eu vos digo
são espírito e vida."
Na Epístola aos Romanos
(7:6), Paulo diz: "Para
que sirvamos em novidade
de espírito e não na
velhice da letra". E na
2a. Epístola aos
Coríntios (3:6) Paulo
diz que a letra mata e o
espírito vivifica. Quer
dizer: nos livros dos
profetas e nos
Evangelhos deve-se
deixar de lado a
interpretação segundo a
letra, para ater-se
somente ao significado
segundo o espírito, ou
seja, deve-se
interpretar tudo não
pela letra, mas pelo
espírito da letra.
Esse é o lema da
Doutrina Espírita.
Quando Jesus respondia
com uma pergunta às
perguntas que lhe foram
feitas, ele ensinou o
homem a pensar. Com
isso, Jesus lançou as
bases para a fé
raciocinada, que,
séculos depois, foi (e
é) a fé valorizada pelo
Espiritismo.
A fé cega conduz ao
fanatismo, enquanto a fé
raciocinada liberta o
homem de erros e falsas
interpretações. Não
admitindo provas, a fé
cega deixa no espírito
ideias vagas. Já a fé
raciocinada, apoiando-se
nos fatos e na lógica,
não deixa dúvidas.
Enfim, a fé
inabalável só o é a que
pode enfrentar de frente
a razão, em todas
as épocas da Humanidade.
|