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por Jane Martins Vilela

 

O amor ampara


“Mas quem pratica a verdade, vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus.”
 – Jesus. (João, 3:21.)


No livro Fonte Viva, psicografado por Chico Xavier, autoria de Emmanuel, há belíssimas lições. Uma delas, “Sois a Luz”, quando, iniciando-se com as palavras de Jesus, vós sois a luz do mundo, Emmanuel comenta que quando disse isso a seus discípulos, Jesus lhes assinalou tremenda responsabilidade na Terra.

Diz ele que a missão da luz é clarear caminhos, varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente, à custa do combustível que lhe serve de base. Afirma ele que a claridade, seja do sol ou do candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e alegria, tranquilizando aqueles em torno dos quais resplandece.

Comenta ele que, se nos compenetramos da lição do Cristo, é indispensável nossa disposição de doar nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa Nova brilhe na senda de redenção para todos. E ainda propõe que não nos detenhamos em conflitos e perquirições sem proveito, concluindo dizendo que a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina.

Jesus nos convidou há muito. Seu evangelho brilha há mais de dois mil anos.

O que nos impede de segui-lo? A ignorância, diríamos, pois a maioria ainda não o conhece integralmente. O orgulho, completaríamos, pois não é fácil alijar de si esse mal que é um empecilho para o progresso da humanidade.

O orgulho e o egoísmo, dizem-nos os espíritos evoluídos, são a grande chaga da humanidade. Retirar de nós essas imperfeições e se tornar uma luz deveria ser a meta de quem já conhece os ensinamentos de Jesus. E a nossa grande luta.

Uma parte, no entanto, ainda jaz mergulhada na ambição, nos desejos materiais, no desejo de poder. Mandar! Que coisa! Esquecem que a verdadeira liderança é a que se estabelece portas adentro do coração. Nesse sentido, Jesus foi o maior líder da humanidade.

O verdadeiro líder jamais abandona. Socorre e ampara sempre. É amado e, portanto, obedecido pelos que o amam.

Com referência a isso, lembramos aqui uma narrativa de um espírito, líder das trevas, feita há pouco tempo em uma de nossas reuniões mediúnicas.

Chegou ele dizendo que sempre nos atacara e que agora ali estava em posição diferente. Disse-nos que sempre julgara que Jesus era um fraco, que seu amor era fraqueza e há milênios comandava hostes trevosas contra ele, não acreditando em seu poder. Era uma das lideranças entre as milhares de lideranças de trevas que existem.

Estava cheio de ódio, vendo que a luz de Jesus entrava em seus domínios, libertando antigos prisioneiros que ali eram escravizados. Resolveu então atacar com seu exército. Desafiou Jesus, que ele achava impotente para dominar com o amor.

Partiu com seu exército e estava numa área de oceano, levantando as ondas em imensa escuridão e acentuada tempestade.

Onde estava esse Jesus, que não vinha com seu exército para enfrentá-lo?

Subitamente, para espanto dele e de seus comandados, uma pequena jangada no mar se fez visível. Ali havia apenas um ser, um homem. Por onde a jangada passava, sobre as ondas do mar turbulento, as águas se tornavam mansas e a claridade eliminava a escuridão. Tudo se amansava.

Ele, o espírito líder das trevas, atônito se encontrava diante disso. Quem era aquele homem que sozinho afrontava seu exército e acalmava a tempestade e a violência do mar?

Ficou observando a jangada que se aproximava. Quando ela parou diante dele, o homem na embarcação levantou os olhos e o fitou. Olhos nos olhos.

E contou-nos o espírito:

- Quando ele me olhou, caí de joelhos! Eu! Caí de joelhos ante aquele olhar! Implacável perseguidor, não suportei aquele olhar de amor puro. Caí de joelhos. Meus comandados não entenderam. Acharam que me acovardei. Não me incomodo. Senti o poder desse a quem vocês seguem. Senti o amor dele. Será que ele me aceitará?

Naquele instante, ele começou a chorar, viu uma grande luz que o iluminou por inteiro. Sentiu que era aceito. Era amparado.  Jesus o chamava. Saiu chorando da reunião, emocionado.

Lembramos então quando o Mestre há 2.000 anos disse que o bom pastor se alegra muito mais quando uma ovelha que estava perdida retorna para o seu rebanho.

Perguntamos a nós outros, aqueles que hoje trilhamos o cristianismo, que estamos nas fileiras do Espiritismo, quando foi que caímos de joelhos diante do Mestre? Em que época? Há quanto tempo?

Se me amais, guardai os meus mandamentos, disse–nos ele. Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.

Grande é nossa responsabilidade, queridos irmãos. Estamos desde há muito nas fileiras do Senhor, que nos aceitou, como o bom pastor. Façamos jus a isso. Sejamos cristãos e tenhamos a conduta que Jesus espera que seus seguidores tenham.

Ele nos olhou também e também caímos de joelhos diante dele. Estamos amparados pelo seu amor.  Lembremo-nos disso e continuemos nossa grande luta contra nós mesmos, exemplificando sempre até a vitória completa do bem na Terra.

Sejamos luz, dentro de nossas possibilidades.

Caminhemos com a verdade e a luz do Cristo nos sustentará. 

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita