As
tragédias naturais são
respostas
Podemos dizer que a
natureza age com
agressividade impondo as
catástrofes que se vê no
mundo atualmente? Ou
devemos reconhecer nossa
incapacidade de
compreender os
mecanismos de atuação
das leis naturais sobre
o mundo e os seres?
Assim como o corpo
humano sofrerá com as
doenças se atacado anos
a fio por vícios e
excessos materiais e
mentais, assim a Terra –
organismo vivo – reage
ao bombardeio que
o homem lhe impõe há
pelo menos um século.
Se acatarmos a lei
física de Ação e Reação,
propondo que, para cada
ação haverá uma reação
contrária e de igual
intensidade, podemos
perguntar: – Como
pretendemos que o
planeta reaja diante das
agressões contínuas aos
oceanos, com lixo,
esgoto de embarcações,
óleo de vazamentos
colossais, pesca
predatória, dizimação de
espécies marinhas;
depois de termos poluído
rios, córregos, lagos,
fontes, com detritos
industriais e
domiciliares; depois de
termos arrasado áreas
imensas de vegetação;
depois de termos
envenenado a atmosfera
com emissões cada vez
maiores de gases
poluentes e produzido,
em escala inimaginável,
bens e produtos que os
geram; depois de termos
invadido áreas próprias
dos leitos de rios,
represas e costas
marítimas; depois de
ocuparmos espaços
inviáveis para
habitação, numa expansão
urbana e imobiliária
cobiçosa e
irresponsável, muitas
vezes com a conivência
do poder público; depois
de eliminarmos, sob
vários pretextos,
inumeráveis espécies
animais e vegetais,
desencadeando dor e
extinção?
Que tipo de reação
esperar da natureza
depois disso e de tantos
outros comportamentos
lamentáveis ao longo de
muitas décadas, na
construção apressada de
um modelo de
desenvolvimento
civilizatório que fez
desequilibrar o meio
ambiente?
A resposta das forças
naturais, traduzida nas
calamidades, não é de
agressividade e sim o
resultado das ações
humanas equivocadas e
permanentes. Se a reação
é forte, ela é
proporcional à
intensidade das forças
destrutivas criadas pelo
homem no afã de
progresso e comodidade
(?!).
Não há como
responsabilizar uma
nação ou povo,
unilateralmente. A
humanidade produziu esse
estado de coisas e dela
se espera a atitude de
conscientização para
revertê-lo.
É bom acrescentar como
causa simultânea dessas
catástrofes de ordem
física na Terra, as
revoluções naturais
próprias da
transformação evolutiva
do globo que, se não têm
mais o caráter de
modificação estrutural,
estão sujeitas a
perturbações locais,
conforme explica Allan
Kardec, em A Gênese,
capítulo IX, “Revoluções
do Globo”.
Mas como superar isso?
No que toca ao trabalho
do homem, creio que será
agindo de modo contrário
ao que tem feito até
aqui. Revendo séria e
urgentemente suas
estratégias de
progresso,
excessivamente calcadas
no materialismo
consumista. Esse modelo
de vida está exaurido.
Em síntese: mudando a
atitude mental e
comportamental, com
determinação.
Deus não odeia, não
agride. A natureza é o
meio criado por Ele para
o desenvolvimento do
Espírito e cumprimento
dos Seus desígnios. A
agressividade está em
nós.
As reações da natureza
estão propondo ao homem
que reveja sua
trajetória para, enfim,
encontrar o caminho que
lhe está destinado.
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