Obsessão bem caracterizada
A expressão foi usada por Erasto, em 1862. Kardec a
incluiu no capítulo 21 de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, no subtítulo Instruções dos
Espíritos. Citada comunicação recebeu o título de Os
falsos profetas da erraticidade.
Pela importância da mensagem, direciono o leitor ao
precioso texto para que seja lido na íntegra, dada sua
atualidade, profundidade e, claro, especialmente pela
gravidade do assunto.
É o item 10 daquele capítulo e já no primeiro parágrafo
há a informação de que tais falsos profetas (inclua-se
aí todos os comportamentos que mentem, deturpam,
distorcem, buscam o ego estimulado pela vaidade, na
falsa aparência da seriedade e amor, com os
desdobramentos próprios do orgulho) encontram-se em
maior número entre os desencarnados movidos por
interesses contrários ao progresso, à harmonia. E no
mesmo importante parágrafo, um destaque precisamos
transcrever: (...) para melhor fascinar aqueles que
querem enganar, para dar mais peso às suas teorias,
ornam-se, sem escrúpulos, de nomes que os homens não
pronunciam senão com respeito. Referido item 10 é
riquíssimo e o espírito autor indica meios de
reconhece-los, bem como de desmascará-los, além de
recomendar: -Repeli impiedosamente todos esses espíritos
que se apresentam como conselheiros exclusivos (...),
acrescentando que - São geralmente espíritos ávidos de
poder que, déspostas públicos ou privados durante a sua
vida, querem ainda vítimas para tiranizar após a sua
morte. (...). E com clareza, observa: (...) desconfiai
de comunicações que trazem um caráter de misticismo e de
estranheza (...).
O melhor, todavia, está no penúltimo parágrafo do já
citado item, que transcrevo parcialmente:
(...) Ninguém é médium perfeito se está obsediado, e há
obsessão manifesta quando um médium não é apto senão
para receber as comunicações de um espírito especial,
por mais elevado que ele mesmo procure se colocar. Em
consequência, todo médium, todo grupo que se crê
privilegiado por comunicações que só ele pode receber
(...), estão indubitavelmente sob a ação de uma obsessão
bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador
se vangloria de um nome que todos, espíritos e
encarnados, devemos honrar e respeitar, e não deixar
comprometer a toda hora(...).
Magnífico! Que vacina preventiva! Para não ficar nas
transcrições, recomendo leitura na íntegra. Atualíssimo,
necessário, oportuno. Ressalte-se o início do item: Os
falsos profetas não estão somente entre os encarnados;
estão também, e em maior número, entre os espíritos
orgulhosos que (...) lançando, de permeio, seus sistemas
absurdos que fazem médiuns aceitarem, e para melhor
fascinar aqueles que querem enganar (...).
Advertência que pede nossa atenção! Fiquemos atentos.
Nada de ilusão com pseudomentores. Os verdadeiros são
discretos, jamais fazem imposições e nunca se vestem com
as capas ou máscaras da vaidade, do orgulho e de ego,
falsamente seguro para impressionar.