Pecado é um mal para
alguém, nunca para Deus
O pecado é um mal
para alguém, nunca jamais para Deus, embora ele seja
contra a lei divina. E é contra ela porque o pecado é um
mal para a vítima e, também, para o seu próprio autor. E
Deus não quer o mal para nenhum dos dois, que são amados
por Ele com amor infinito.
Existe uma lei moral muito conhecida chamada de lei de
causa e efeito, a qual não é só da Bíblia, mas é
universal, pois ela está também presente nos livros
sagrados de todas as grandes religiões e nos lembra
também as leis da física. Outros a denominam de lei da
reciprocidade e de colheita da semeadura. E é por isso
que se diz muito que a semeadura é livre, mas a colheita
é obrigatória.
Um
dos exemplos dessa lei moral, religiosa, está no chamado
Sermão da Montanha, em que Jesus diz que ninguém deixará
de pagar tudo até o último ceitil ou centavo (São Mateus
5:26). E ela tem também um sentido muito importante, mas
pouco conhecido ou, pelo menos, os padres e pastores, em
seus ensinos, práticas e sermões, dificilmente falam
nele. É que quando o indivíduo quita todos os seus
pecados, ele mais nada vai pagar, pois essa lei é
perfeita. E um detalhe, ela joga por terra, totalmente,
o ensino das chamadas penas eternas infernais...
Aliás, o adjetivo eterno, “aionios” em grego do Novo
Testamento, e “ôlam” em hebraico do Velho Testamento,
significa tempo indefinido ou desconhecido, pois depende
da quantidade de pecados que cada indivíduo tem, não
sendo essas penas, portanto, sem fim, como erradamente
os dois vocábulos bíblicos citados foram traduzidos para
o português e outras línguas, geralmente ocidentais.
Porém, o chamado pecado ou falta é condenado pelas leis
divinas e, pois, pelas religiões. Mas, como vimos, Deus
nunca sofre com os nossos pecados. As vítimas deles é
que sofrem. Vejamos um exemplo disso. Se eu vir alguém
perder uma nota de cem reais e não mostrar para ele a
perda, a fim de eu ficar com ela para mim, trata-se de
um pecado, pois isso equivale a um furto. E, de acordo
com a lei de causa efeito, mais hoje, mais amanhã, e até
noutra vida, eu terei uma perda de valor equivalente ao
de cem reais. Isso quer dizer que tal pecado, que é
contra a lei de Deus, faz sofrer tanto a pessoa que
perdeu os cem reais, como eu que poderia ter evitado tal
mal para ela. Porém, Deus não sofre nada com isso. Mas,
como Ele ama a perdedora e a mim com amor infinito, tal
fato vai resultar num sofrimento para nós dois, pois é
contra a lei divina. E, como se vê, de fato, Deus mesmo
não sofre com isso, o que lembra o que nos ensinou Santo
Agostinho: O pecado é falta de amor. E lembra-nos também
o ensino bíblico sobre Deus (Jó 35: 6-8): “Se pecas, que
mal lhe causas tu?”
|