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por José Reis Chaves

 

Pecado é um mal para alguém, nunca para Deus


O pecado é um mal para alguém, nunca jamais para Deus, embora ele seja contra a lei divina. E é contra ela porque o pecado é um mal para a vítima e, também, para o seu próprio autor. E Deus não quer o mal para nenhum dos dois, que são amados por Ele com amor infinito.

Existe uma lei moral muito conhecida chamada de lei de causa e efeito, a qual não é só da Bíblia, mas é universal, pois ela está também presente nos livros sagrados de todas as grandes religiões e nos lembra também as leis da física. Outros a denominam de lei da reciprocidade e de colheita da semeadura. E é por isso que se diz muito que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Um dos exemplos dessa lei moral, religiosa, está no chamado Sermão da Montanha, em que Jesus diz que ninguém deixará de pagar tudo até o último ceitil ou centavo (São Mateus 5:26). E ela tem também um sentido muito importante, mas pouco conhecido ou, pelo menos, os padres e pastores, em seus ensinos, práticas e sermões, dificilmente falam nele.  É que quando o indivíduo quita todos os seus pecados, ele mais nada vai pagar, pois essa lei é perfeita. E um detalhe, ela joga por terra, totalmente, o ensino das chamadas penas eternas infernais...

Aliás, o adjetivo eterno, “aionios” em grego do Novo Testamento, e “ôlam” em hebraico do Velho Testamento, significa tempo indefinido ou desconhecido, pois depende da quantidade de pecados que cada indivíduo tem, não sendo essas penas, portanto, sem fim, como erradamente os dois vocábulos bíblicos citados foram traduzidos para o português e outras línguas, geralmente ocidentais.

Porém, o chamado pecado ou falta é condenado pelas leis divinas e, pois, pelas religiões. Mas, como vimos, Deus nunca sofre com os nossos pecados. As vítimas deles é que sofrem. Vejamos um exemplo disso. Se eu vir alguém perder uma nota de cem reais e não mostrar para ele a perda, a fim de eu ficar com ela para mim, trata-se de um pecado, pois isso equivale a um furto. E, de acordo com a lei de causa efeito, mais hoje, mais amanhã, e até noutra vida, eu terei uma perda de valor equivalente ao de cem reais. Isso quer dizer que tal pecado, que é contra a lei de Deus, faz sofrer tanto a pessoa que perdeu os cem reais, como eu que poderia ter evitado tal mal para ela. Porém, Deus não sofre nada com isso. Mas, como Ele ama a perdedora e a mim com amor infinito, tal fato vai resultar num sofrimento para nós dois, pois é contra a lei divina. E, como se vê, de fato, Deus mesmo não sofre com isso, o que lembra o que nos ensinou Santo Agostinho: O pecado é falta de amor. E lembra-nos também o ensino bíblico sobre Deus (Jó 35: 6-8): “Se pecas, que mal lhe causas tu?” 


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita