Queremos ou não sanear o mundo?
Há quem não compreenda que interesse pode ter aquele que
deseja o bem do outro.
Há quem não compreenda como alguém possa se interessar
pelo bem coletivo antes de tomar as coisas primeiramente
para si mesmo.
Há quem não compreenda como alguém consegue se colocar
no lugar do outro e saber-lhe as necessidades sem querer
se aproveitar das suas fragilidades.
Adversários do progresso, há quem não compreenda ideias
libertadoras que circulem fora do seu ambiente
confortável.
Por serem egoístas, preconceituosos, antiquados para
viverem num mundo moderno em evolução, não compreendem
que esse comportamento os afasta do verdadeiro amor que
poderá interceder por eles quando precisarem, um dia.
Não compreendem que enquanto houver brutais diferenças
separando as pessoas social e economicamente, a
segurança e estabilidade de todos estará comprometida.
Enquanto se aceitar as injustiças como normais, enquanto
se acreditar cegamente que quem tem é porque merece, e
quem não tem sofre castigo, as coisas não andarão bem.
Enquanto houver preguiça mental e má vontade para se
estudar as causas das nossas misérias, o pacote pronto
de respostas formulado pelos interesseiros do mundo
continuará servindo de catecismo para os homens.
Esses adversários são inimigos deles próprios. A vida,
com seus espinhos, se encarregará cedo ou tarde, de
alertá-los para o mal que têm causado às sociedades com
suas ideias e comportamentos retrógrados e doentes.
Religiosos falsos, cínicos defensores da família,
hipócritas dos hábitos e costumes, falsários dos fatos,
criadores de mentiras, todos se locupletam com a
ingenuidade e ignorância populares.
As imperfeições morais ainda são próprias da Terra e há
que ter tolerância em muitas situações. Mas a perfídia,
o gozo, o sadismo em gerar trevas é altamente reprovável
e deve ser combatido com energia. Afinal, queremos ou
não sanear o mundo?
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