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por Nilton Moreira

 

“Só peru...”


Os enfrentamentos na vida são necessários, muito embora não estejamos preparados para nos deparar com eles, já que são repentinos. É um assalto a mão armada; uma torção ao tropeçar na calçada; uma cirurgia de risco, mas acreditamos que o enfrentamento que causa mais ojeriza é a morte, pois todos os outros são situações em que vislumbramos recuperação, enquanto que para nós a extinção da vida é algo que não gostamos de abordar, sempre dizendo que existem outros assuntos mais importantes.

Existe um ditado que canaliza força para o enfrentamento da morte que é “só peru morre na véspera”, e no meio policial é muito usada esta expressão, mas no sentido de dizer que nenhum perigo vai evitar esses profissionais de enfrentarem as vicissitudes no cumprimento do dever quando em confronto. Não devemos ter medo da morte porque, se existe uma coisa certa, é ela.

“Começamos a morrer no dia que nascemos”, assim disse o astrônomo Manilius. Vivenciamos a morte a todo momento que deixamos o corpo físico pelo efeito do sono. “O sono é irmão da morte”, assim definiu o filósofo Léon Denis.

Ora, por que temer a morte se somos espíritos imortais!?

Já vivemos várias e várias vidas! Portanto já morremos tantas e tantas vezes!

Parece que o não querer abordar o assunto tem a ver com o apego às coisas materiais e não ao medo que existe após o passamento!

Realmente damos muito importância ao material e passamos praticamente a vida inteira buscando realizações, almejando espaços, disputando posições, competindo visando melhorias em geral que proporcionalmente estão ligadas ao acúmulo de bens.

É comum após algumas conquistas acharmos não ser o suficiente e querermos mais, e deixar tudo que custou muito conseguir é no mínimo frustrante, o que interpretamos como medo da morte.

Se vivermos com menos preocupações em conquistar mais e mais bens e nos contentarmos com o que já conseguimos, e adaptarmos o nosso viver a isso, procurando ajudar o próximo, vivendo mais o presente e nos preocupando menos com o futuro, teremos mais qualidade de vida, preservando nossa saúde, e o medo da morte ficará relegado apenas ao sentimento de saudade das pessoas que nos cercam e que – por algum tempo – deixaremos um dia.

Muita energia a todos.


    

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita