Os planos de Deus
“Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa
vontade para com os homens”. –
Lucas, 2:11-14.
Deus que cria sem cessar, segundo as informações
de Jesus ao afirmar que o Pai trabalhava até
hoje e ele também, tem seu plano para que toda a
obra da Criação evolua sempre e, dessa maneira,
atinja as condições de felicidade plena e a paz
que ainda não somos capazes sequer de imaginar.
Por ocasião do mês de dezembro, quando se
convencionou no calendário dos homens que teria
sido esse o mês de nascimento de Jesus, esses
planos são expostos segundo o enunciado que
colocamos bem abaixo do título do artigo.
Decompondo para melhor analisar, vamos refletir
no que seria essa glória a Deus nas alturas.
Para o espírita, seria comparecer ao Centro
espírita em determinados dias do ano, receber o
passe energizante, a água fluidificada, ouvir a
exposição de uma página por algum companheiro de
boa vontade, a palestra do orador que, muitas
vezes, viaja quilômetros para nos trazer sua
mensagem à luz da Doutrina espírita?
Por extensão, nas outras religiões a glória à
Deus seria obtida através do comparecimento nos
dias agendados da semana às cerimonias
programadas?
Não, da mesma forma, não seria dessa maneira o
darmos glória a Deus nas alturas, mas sim
através de respeitarmos e amarmos toda a obra da
Criação Divina.
Toda a obra não se restringe ao nosso semelhante
do reino hominal, mas abrange também tudo que é
parte da Criação que não pertence ao homem, ou
seja, desde o reino mineral até chegarmos ao ser
humano.
Assim considerando, o respeito e mesmo o amor ao
reino vegetal, animal e hominal faz parte desse
cortejo de glorificação ao Pai.
Quando devastamos florestas atrás do lucro que
permanecerá na Terra prejudicando as condições
atmosféricas, não estamos glorificando o
Criador.
Quando poluímos os rios através de dejetos
variados que impedem o crescimento da fauna
nessas águas, não estamos glorificando o
Criador.
Quando rolos de fumaça espessos contaminam o
próprio ar que respiramos como que nos
asfixiando, não estamos glorificando o Criador.
Quando impomos os mais variados tipos de
sofrimentos aos animais, nossos irmãos mais
novos, revelando ainda a pouca evolução que nos
caracteriza, não estamos glorificando o Criador.
Quando ferimos as leis de Amor do Universo
agredindo nosso semelhante do reino que
habitamos em nossa condição evolutiva, não
estamos glorificando o Criador.
Examinemos agora a segunda condição do plano de
Deus em relação às suas criaturas que é o da paz
entre os homens.
Não vamos nem chegar ao extremo das guerras que
revelam a exacerbação do orgulho e da vaidade
que ainda caracteriza o quase estado de
barbárie, quando contemplamos a destruição, a
viuvez, a orfandade, os mutilados, a fome, o
sofrimento extremo que as armas de destruição
semeiam de maneira indiferente a tudo.
Dia desses, em uma rede social, vi uma cena onde
uma mulher relativamente jovem esbofeteava um
senhor de cabelos grisalhos pelo motivo de briga
sobre um assento no ônibus em que viajavam na
região urbana de uma capital!
Isso sem considerar as mortes no trânsito onde
armas surgem repentinamente ceifando vidas no
momento do calor de discussões que não
glorificam a Deus sob o aspecto de paz na Terra.
E, finalmente, a última condição de glorificação
ao Criador: a boa vontade para com os homens!
Quando falamos em boa vontade, devemos analisar
principalmente o interior de nossos lares onde
nos reencontramos como Espíritos imortais para a
devida oportunidade de iniciarmos o amor ao
próximo.
Boa vontade para com os filhos que nada mais são
do que Espíritos criados por Deus e entregues à
nossa responsabilidade.
Boa vontade em nosso ambiente de trabalho onde
devemos silenciar as críticas destrutivas e a
maledicência costumeiramente passada adiante.
Boa vontade para com o vizinho que se encontra
em situação de dificuldade e que é de nosso
conhecimento e que podemos aliviar de alguma
maneira.
Boa vontade no Centro espírita que frequentamos
onde a paz possa reinar para o bom desempenho
dos desencarnados, procurando baixar o tom de
nossa vaidade e de nosso orgulho.
Foi nascendo Jesus em uma gruta envolvido em
panos simples e na presença de animais, distante
dos homens orgulhosos e poderosos da época, que
esse menino deu início ao processo de
glorificação ao seu Pai, nosso Pai, mostrando a
todos os que têm olhos de ver como devemos
proceder, se de fato assim desejarmos, em
repetir a atitude dEle, tão distantes que ainda
estamos da perfeição para a qual fomos criados
dentro dos Planos de Deus.