A busca
da paz
A maioria das pessoas
deseja viver em paz, mas
tem uma enorme
dificuldade em chegar a
este pequeno “paraíso”.
O maior bloqueio para a
paz somos nós próprios,
pois desejamos na ideia,
mas não na prática, por
isso perdemos a
consciência do caminho
para esta, tendo-se
tornado numa visão
abstrata.
A verdadeira paz não é
uma emoção, mas um
estado de espírito. Isto
quer dizer que não
funciona através das
emoções, embora algumas,
como a alegria, possam
transmitir um pouco de
paz, mas esta é
independente das
emoções.
O ser humano vive
consecutivamente a
procura de algo,
material, emocional ou
espiritual. Esta busca é
a primeira causa para a
falta de paz. Dentro da
lógica, podemos perceber
que qualquer busca nos
retira a paz.
A paz acontece quando
estamos completos, ou
seja, não buscamos mais
nada. O completo parece
um termo para quem tudo
tem, mas este estado
pertence a quem nada
busca, pois é impossível
termos tudo.
Quem tem muito dinheiro
pode buscar mais, ou
outras coisas como amor,
quem tem uma grande casa
pode querer uma maior,
quem tem 4 carros, pode
querer ter mais um ou
uma moto, o desejo não
tem limites, nem no tipo
nem na quantidade.
A paz é um estado
natural, com isto quero
dizer que ele existe
sempre, mesmo quando não
a sentimos.
Imagine a paz como sendo
o sol. Quando estamos
bem e não buscamos mais
nada, é um dia sem
nuvens e sentimos todo
aquele calor da paz,
quando buscamos algo,
estamos descontentes,
ansiosos, é como um dia
cheio de nuvens,
encobrindo sol. Não quer
dizer que o sol não está
no sítio dele, apenas
não o vemos nem
sentimos, mas continua a
iluminar o nosso dia.
Quando a turbulência dos
pensamentos, das
emoções, dos desejos,
acalma, a paz brilha.
Não temos de construir
nada para que esta
brilhe, mas apenas
desapegarmo-nos do que a
esconde e ilude e esta
brilha por si.
A paz é um estado do
ser, que acontece nas
condições corretas de
nosso interior. É como o
silêncio que sobressai
sempre que não existe
ruido, também é um
estado natural. O ruido
ou o som é que aparece e
desaparece, quando o som
não existe acontece o
silêncio. Podemos
afirmar que não existe
quando está muito
barulho? Basta que o
barulho pare e é o
silencio que sobra. Nós
criamos palavras para
definir o estado da não
existência de algumas
coisas, como por
exemplo:
- O silêncio: é ausência
do barulho
- A paciência: é a
ausência da impaciência
ou ansiedade
- A saúde: é a ausência
da doença.
Com isto quero apenas
explicar que existem
estados naturais que
estão sempre presentes,
mesmo que não estejam
visíveis, pois são eles
que sobram na ausência
das coisas.
Está a ler este texto,
pare um pouco após a
explicação deste
exercício.
Fique atento ao presente
momentaneamente. Com
isto quero dizer, para
abandonar um pouco o
movimento de sua cabeça.
É um vazio mental, pois
fora continua a existir
tudo.
Fique atento, veja se
sua mente sossegou ou se
aparece algum impulso
energético de pensamento
criando pequenos
movimentos.
De qualquer dos modos
pode perceber:
- Se a mente parou,
encontrou o estado de
paz, sem qualquer
movimento mental para a
frente ou para trás. Ou
seja, memórias em
movimento ou desejos de
futuro em movimento.
Aqui percebe o estado de
Paz.
- Se se mantêm os
impulsos energéticos,
que se movimentam como
se o quisessem tirar do
lugar, então deparou-se
com o que lhe rouba a
paz. Desta forma,
consegue perceber que se
esses movimentos fossem
inexistentes, estaria em
paz.
O que teve que fazer
para criar a paz?
Parece-nos que tivemos
que silenciar a mente,
fizemos um esforço para
não existirem
pensamentos ou desejos.
Pela lógica, podemos
constatar que o esforço
é o desejo ou o
pensamento, pois não tem
existência permanente. O
que tem existência
permanente é a paz e o
silêncio, pois, o
movimento do pensamento
ou desejo param e sobram
estes.
A tribulação exaustiva
da mente, pensamento
atrás de pensamento,
emoções, desejos,
movimentos mentais
constantes, fazem
parecer que este é o
funcionamento natural,
então temos de fazer um
esforço para o parar.
Esta ideia errada é uma
herança de milhares de
anos, muitas
reencarnações seguidas
de um funcionamento
atribulado, que causa
uma visão deturpada da
realidade.
Pela lógica podemos
perceber que o que nasce
e acaba é o pensamento,
as emoções, os desejos,
e não a base do ser onde
está incluída a paz.
Quando o que nasce,
cessa momentaneamente,
podemos retornar a paz.
A busca da paz é uma
utopia criada pela mente
barulhenta que nos
oferta a falta desta.
Procure compreender o
que lhe tira da paz e
iniciará o processo de
regresso a esta.
Tenha a certeza que a
quer, pois, a paz é um
caminho de abdicação, de
desapego. O barulho
mental é constituído por
aquilo que nos tem
parecido mais
interessante, os
desejos, os vícios, as
tendências, os egoísmos,
os orgulhos que nos
enaltecem o Ego, as
formas mentais de
criação de poder que
geram a agressividade,
que nos fazem parecer
importantes, a defesa da
honra, dos certos e
errados e todas as
formas de estar
“infantis” que acabam
por ofertar o bem-estar
egoico.
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