Estamos a perder o jogo connosco
próprios!
Mais uma vez, encontramo-nos a um passo de uma Guerra
Mundial, agora com “brinquedos” mais destruidores.
O jogo na Terra é uma dança entre o nosso interior e o
ser superficial apegado aos desejos terrenos, que a
Psicologia caracteriza de Ego.
De um lado a nossa consciência mais profunda que nos vai
orientando para o desapego, como par, o Ego que se
alimenta de desejos, problemas, conflitos, emoções
fortes, poder etc.
Como Dalai Lama os chamou numa pequena história, o lobo
mau e o lobo bom que vivem dentro de nós.
O Mestre Jesus, muito resumidamente, diz-nos que o
caminho é o Amor. Este Amor de que Ele fala não é a
paixão de dois namorados, mas um amor sereno que existe
nos seres de luz, que é espalhado por todo o planeta.
Este faz parte de quem somos como filhos de Deus, é a
nossa essência, por isso o sentimos de vez em quando, em
especial nas atividades de caridade feitas com amor.
Embora o sintamos de vez em quando, este não é mantido
vivo em nossos corações por darmos a nossa atenção ao
outro par da dança, O Ego que é construído pelo
conhecimento terreno, com um enorme sentido de
individualidade, estruturando a nossa forma de ser
Egoica, que é o mesmo que dizer Egoísta, Orgulhosa,
Vaidosa, Agressiva etc.
Este ser faz-nos acreditar em uma forma de vida
destruidora, por isso, toda a confusão que acontece na
Terra, ou acham que a confusão vem de outro local senão
a mente humana?
A causa de toda a tribulação humana acontece pela crença
cega que temos nesta formação psíquica e energética do
Ego. A grande motivação a esta crença são os doces
imediatos do Poder, da Importância, as más tendências
que Allan Kardec nos aconselha a combater e não o
fazemos por nos serem tão gostosas emocionalmente no
momento.
A maioria das pessoas, pelo enorme apego à personagem,
acreditam que irão conseguir juntar os dois, acreditando
que são os dois, o que não é possível, pois quando se dá
força a um se diminui no outro. Jesus diz-nos que não
podemos agradar aos dois senhores, a Deus e a Mamon, que
vivem através dos bailarinos que estão a dançar em cada
um de nós.
Lembram-se da história do Dalai Lama sobre os Lobos? Um
discípulo pergunta-lhe – Mestre, qual ganhará? – Surge a
resposta – Aquele que tu alimentares.
Não conseguimos ver esta realidade de forma clara, pois
somos movimentados pela mente a uma velocidade de
pensamento tal, que tudo se tornou automatizado. O maior
problema é que não conseguimos perceber este
automatismo, a ilusão é impressionante.
O Mestre fala-nos sobre esta, dizendo-nos que um dia
iremos conhecer a verdade e que esta nos libertará.
É fácil percebermos que somos nós que causamos os
conflitos na Terra e todos os problemas nela existentes.
Logicamente, teremos de ser nós a não o fazer. Os
conflitos nascem da importância que damos às coisas
erradas, através de uma forma pensamento que nos
constitui. Voltamos ao tal Ego.
Os conflitos terrenos, interno e externos, são uma
consequência dos quais somos a causa. Essa causa é uma
consequência de uma estrutura a que chamamos de caracter
e a psicologia chama de Ego. Colocamos sempre a hipótese
de alterarmos nossas ações, mas elas são uma
consequência de uma estrutura, tal como a luz é
consequência de acender uma lanterna. Se ação é errada a
sua causa não pode ser certa. Se o que causamos é o
caos, nós temos de ser por dentro o caos, por isso as
doenças psíquicas e todas as consequências desta forma
de viver.
Para termos um planeta paradisíaco sem problemas, temos
de alterar a nossa estrutura interna, abandonando, ou
desapegando, o que nos constitui psiquicamente, o Ego.
Sei que surge a questão se é possível? Claro, apenas
estamos confusos por não termos consciência do seu
funcionamento e vivermos comandado por esta forma
mental.
Todos temos tempos de paz em que não pensamos em nada,
no entanto o corpo, o filho do homem, é muito ativo em
suas tarefas.
Este ser terreno é extremamente inteligente, ele não faz
parte do Ego mas é manipulado por este.
Vou tentar dar alguns exemplos para que fique mais
simples.
Quando estamos a ler, não pensamos em mais nada. Podemos
ver o ser terreno em funcionamento numa tarefa que
requer inteligência. Se surgir o pensamento, perdemos a
concentração. Vemos o que Cristo chamou de o filho do
homem a ler e o pensamento ou Ego a perturbar, são dois
seres diferentes.
Quando fazemos uma ação de caridade em silêncio mental,
podemos ver o funcionamento do filho do homem, quando
surge em nossa mente o pensamento de que fomos bondosos,
podemos ver o orgulho do Ego.
O Filho do Homem, falado pelo Mestre, e o Ego, são dois
seres diferentes, embora para nós pareçam os mesmos.
Poderia continuar com uma lista enorme de exemplos, como
conduzir, que é uma tarefa inteligente feita em silêncio
pelo filho do homem e o falar interminável mental, pelo
Ego, através do pensamento.
O Ego é construído pelo apego, e dele nascem as más
tendências, o filho do homem é uma inteligência
silenciosa que vive no presente. Quando o Ego se cala,
aproximamo-nos do Filho de Deus, ou da nossa natureza
espiritual, que ainda é mais silenciosa do que o filho
do homem.
O único barulhento nesta história, que nos leva à
construção dos problemas, que nos coloca nas depressões,
que alimenta os ódios e as raivas, que se constrói com
os conflitos e guerras, é o Ego. O mais engraçado é que
nem sequer é um ser verdadeiro, por isso, ele muda
constantemente ao longo da vida.
Estamos a ser vencidos e a destruir o mundo em nome de
uma enorme ilusão, um ser construído pelo apego às más
tendências, que nem sequer é real.
Acontece por não seguirmos o concelho do Mestre para
vigiarmos assiduamente. Se o fizéssemos, acabaríamos por
nos aperceber de que a voz que nos comanda (o pensamento
constante sobre o passado, o futuro, os ideais, os
problemas, etc…), o Ego, é algo frívolo, sem qualquer
interesse, que nos encaminha às más tendências e aos
conflitos connosco e com os outros.
Esta consciência o arrancaria pela raiz, libertando-nos
do hipnotismo condicionador que nos tem dirigido.
Mantemos a crença de que o Ego somos nós, onde incluímos
o corpo, por nunca a colocarmos em causa de forma séria,
mesmo depois de aparecerem ciências, como a Física
Quântica, a dizer que não somos o pensamos ser.
Bruno Abreu reside em Lisboa, Portugal.
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