Novidades que não foram acrescentadas às
obras básicas
“Não queremos crer como cegos: o raciocínio é o facho
que nos guia.” (ALLAN KARDEC)
Primeiramente, deixaremos bem claro que estamos usando a
expressão “obras básicas” para designar as cinco
principais obras doutrinárias – O Livro dos Espíritos, O
Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese –,
embora tenhamos nessa condição todas as obras publicadas
por Allan Kardec (1804-1869).
É oportuno trazermos de O Livro dos Médiuns,
capítulo III – Do Método, item 35, a seguinte sugestão
da ordem de leitura que o Codificador recomenda aos que
desejarem ter noções preliminares de Espiritismo:
1ª O que é o Espiritismo […].
2ª O Livro dos Espíritos […].
3ª O Livro dos Médiuns […].
4ª Revista Espírita – Variada coletânea de fatos,
de explicações teóricas e de trechos isolados, que
completam o que se encontra nas duas obras precedentes,
e que representam, de certo modo, a sua aplicação. Sua
leitura […] será mais proveitosa e, sobretudo, mais
inteligível, se for feita depois de O Livro dos
Espíritos. (KARDEC, O Livro dos Médiuns, p.
41, grifo nosso)
De fato, todos aqueles que leram os doze volumes da Revista
Espírita têm plena convicção de que dela se pode
tirar grande proveito. Certamente que não será difícil
perceber que muitas coisas registradas nela estão
inseridas nas designadas “obras básicas” ou, às vezes,
inadequadamente, denominadas de “pentateuco espírita”,
expressão essa bem com cheiro de sacristia.
Vejamos, por exemplo, estes dois trechos da Revista
Espírita, nos quais Allan Kardec nos informa sobre
acréscimos feitos em temas tratados anteriormente:
1º) Revista Espírita 1862, mês dezembro:
[…] Embora tenhamos já tratado desse assunto em O
Livro dos Médiuns, no capítulo da obsessão, e em
vários artigos desta Revista, a
acrescentaremos algumas considerações novas que tornarão
a coisa mais fácil de ser concebida. (KARDEC, Revista
Espírita 1862, p. 353, grifo nosso)
2º) Revista Espírita 1868, mês de junho:
O fenômeno da fotografia do pensamento se ligando ao das
criações fluídicas, descrito em nosso livro da Gênese, no
capítulo dos fluidos, para maior clareza reproduzimos
a passagem desse capítulo, onde esse assunto é tratado,
e o completamos com novas observações. (KARDEC, Revista
Espírita 1868, p. 167, grifo nosso)
Nessas duas situações, o Codificador acrescenta algo que
não disse em O Livro dos Médiuns e em A Gênese,
ou seja, somente encontraremos as novas observações
nesses artigos publicados na Revista Espírita, fato esse
que vem, objetivamente, comprovar a real necessidade de
estudá-la.
Referência bibliográfica:
KARDEC, A. O Livro dos Médiuns.
Brasília: FEB, 2013.
KARDEC, A. Revista Espírita 1862.
Araras (SP): IDE, 1993.
KARDEC, A. Revista Espírita 1868. Araras
(SP): IDE, 1993.