Ante o alvorecer
Troa o canhão, de novo, à frente da batalha.
De novo, chora a paz, rasgando o próprio peito…
Sempre a postergação do bem e do direito
Que a sombra espessa e hostil menospreza e amortalha.
Mas além do pavor da noite e da metralha,
Sem a escura ilusão de mentiroso preito,
Fulge o reino imortal do Espírito Perfeito,
Onde o anseio da fé se aprimora e agasalha.
Do abismo tenebroso, em que ruge a procela,
A visão de Jesus renovadora e bela
Ressurgirá trazendo a luz risonha e forte.
Hosanas ao porvir da nova sementeira!
No Evangelho, resplende a vida verdadeira
Na grandeza do amor que vence a treva e a morte.
Do livro Cartas do Alto, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.