Desencarnação de entes queridos
“Compadece-te dos entes amados que te precederam
na romagem da Grande Renovação. Chora, quando
não possas evitar o pranto que se te derrama da
alma; no entanto, converte quanto possível as
próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e
preces de esperança...” (Emmanuel/Francisco
C. Xavier, no livro Na Era do Espírito,
item 13.)
Por certo, não existe na Terra dor e sofrimento
maiores que a separação de entes amados pela
desencarnação.
Embora conscientes de que somos Espíritos
eternos, e que estamos vivendo neste mundo
apenas uma experiencia material, sendo a
verdadeira vida na pátria espiritual, a ausência
da criatura amada deixa sempre uma enorme lacuna
em nossos corações.
Não é nada fácil seguir nossos dias por aqui
depois dessas perdas, mas trata-se da lei
natural, pois que um dia saímos da vida
espiritual e num determinado momento para lá
retornaremos. O mais importante é que
continuamos vivos.
O amor, a afetividade e as ligações de
fraternidade entre as criaturas que se afinizam
não se rompem pela morte do corpo. O involucro
material que usamos por algum tempo é muito
importante e nos serve de valioso instrumento,
para que adquiramos oportunidades de crescimento
espiritual, aliás razão de estarmos encarnados.
Mas dentro de um contexto familiar,
consanguíneo, as separações são inevitáveis e
obedecem às determinações da Leis Divinas, que
ainda não conseguimos compreender a sua
profundidade, tal qual uma criança, que por mais
que se esforce, não consegue entender o mundo
dos adultos.
Como somos eternos e temos necessidades de viver
as reencarnações, que são como anos escolares na
vida de um aluno, ora estamos no mundo
espiritual, ora estamos no mundo físico, mas
evoluindo em grupos dentro do princípio das
afinidades. Portanto dentro da família sempre
estarão chegando novos componentes e outros
partindo.
Quando a desencarnação, ou seja, a volta da
criatura ao mundo espiritual se dá com pessoas
bem idosas, já bem debilitadas ou doentes,
embora dolorosa, ganha uma condição de mais
naturalidade, pois que o ser amado em se
livrando do corpo físico muito deteriorado, por
certo, terá melhores condições de vida fora da
matéria.
Já o mesmo não se dá quando o ser querido parte
com pouca idade física, quando a sequência
natural seria viver na Terra até a velhice.
Nesses casos a dor sempre é maior porque, ante o
nosso conhecimento e expectativa, essa vida
terrena ainda tinha muito que viver por aqui.
Mas como somos Espíritos eternos, temos um longo
passado, onde exercitamos o nosso libre
arbítrio, e, nem sempre o fizemos com
maturidade, sendo possível que tenhamos cometido
erros graves que acabam redundando em
experiências dolorosas, dentro da lei de causa e
efeito ou de ação e reação.
Mas em qualquer circunstância que a
desencarnação chegar à nossa família e devolver
à vida espiritual aqueles que amamos, tenhamos a
absoluta certeza de que eles não morrem, apenas
trocam de endereço, e, um dia quando retornarmos
também, lá estarão nos esperando para
prosseguirmos nossa saga de amor e carinho.
Dentro da saudade que nos envolve, lembremos
deles com esperanças e muitas preces, pois que
eles registram os nossos pensamentos e se
felicitam com a nossa compreensão e serenidade,
embora com profunda dor no coração.
Evitemos a lamentação e o inconformismo, pois
que Deus jamais criaria mecanismos que nos
prejudicasse.
Os corpos morrem, nós Espíritos somos eternos.
Reflitamos.