Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Amor à Natureza


A tartaruguinha em perigo


Tatá e Guinho eram duas tartarugas jovens e amigas desde a infância.

Nadavam juntos no mar e gostavam de buscar alimentos perto de uma encosta de pedras de uma praia muito bonita.

Ali era um lugar especial, os vãos entre as pedras serviam de esconderijo para muitos animaizinhos. Sobre as pedras cresciam algas que alimentavam vários peixes. Por isso, aquele local era cheio de animais e belezas e frequentado por mergulhadores que gostavam de nadar calmamente junto com os cardumes de peixes coloridos ou fotografar a vida marinha.

O único problema que havia ali é que, ao se aproximarem muito dos humanos, os animais corriam riscos, pois existem pessoas que amam e respeitam a natureza, mas existem outras que ainda não.

Como as tartarugas tinham que subir até a superfície da água para respirar, às vezes eram avistadas não só pelos mergulhadores, mas também pelas pessoas que costumavam andar sobre as pedras e elas ficavam empolgadas ao vê-las.

Guinho e Tatá percebiam que eram admiradas e que muitas pessoas gostavam delas. Mas, como também ouviam histórias tristes de coisas que haviam acontecido, sempre preferiam manter uma certa distância, por segurança.

Certo dia, Tatá e Guinho estavam nadando juntos quando, de repente, Tatá sentiu sua perna presa. Percebeu que alguma coisa estava enroscada nela, atrapalhando seus movimentos. Ela chacoalhou a perna, tentando se soltar, mas não adiantou.

Guinho, vendo que a amiga tinha ficado para trás, voltou e viu que ela estava com problemas. Um pedaço de uma rede de pescador estava enroscado na perna de Tatá. Guinho tentou ajudar, mas não conseguiu retirá-la. Pelo contrário, quanto mais eles mexiam e tentavam puxar, mais a rede se enrolava em Tatá.

As tartarugas não sabiam o que fazer. Tatá, então, tentou usar a outra perna para empurrar a rede. Mas foi pior, pois ela ficou presa também. Sem conseguir mexer direito as duas pernas, Tatá tinha que fazer um grande esforço para nadar e começou a ficar cansada.

– Vamos subir, Guinho! – disse ela – preciso respirar.

Mas Tatá quase não conseguia nadar. Guinho foi ajudando, empurrando-a para cima até ela chegar à superfície e ganhar fôlego.

Ambas estavam muito nervosas, pois a situação era muito grave. Foi, então, que Guinho teve uma ideia.

– Tatá, nós precisamos de ajuda! Eu volto logo! Fique aqui na superfície.

Elas estavam bem perto da encosta. Guinho nadou até lá o mais rápido que pôde, rezando para encontrar uma boa pessoa. Ela sabia que os humanos conseguem fazer muitas coisas, têm muitas ferramentas, que às vezes fazem mal, como aquela rede, solta no mar, mas que às vezes podem fazer o bem também.

Assim que viu um mergulhador, Guinho se encheu de coragem e foi nadar bem próximo dele. O mergulhador, encantado com a beleza daquela tartaruga marinha e seu modo bonito de nadar, parecendo que voava, só que dentro da água, começou a segui-la.

Guinho, então, foi nadando até onde estava sua amiga. Não era longe, nem tão fundo. O mergulhador chegou até lá, com facilidade e logo encontrou Tatá, ainda toda enroscada e já muito cansada.

O mergulhador, graças a Deus, era uma boa pessoa. Ele logo quis ajudar Tatá. Tirou de sua roupa de mergulho uma pequena faca, segurou a rede que prendia Tatá e começou a cortá-la. Demorou um pouco, mas ele conseguiu. Tatá e Guinho ficaram muito felizes quando ele terminou e ela conseguiu nadar livremente de novo.

O mergulhador, então, recolheu todos os pedaços da rede para levá-los embora.

As duas tartarugas nadaram com ele mais alguns minutos. Estavam muito agradecidas e felizes por tudo ter terminado bem.

O mergulhador também estava muito feliz por ter salvo Tatá e retirado aquela rede do mar. Ele respeitava a natureza, pois sabia que tudo é criação de Deus e voltou para casa com uma bonita história para contar.

 

(Adaptação da história “Tatá a Tartaruguinha Encrencada”, de Veridiana de Paula Reis Castro.)

 


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