Tema: Amor à Natureza
A tartaruguinha em perigo
Tatá e Guinho eram duas tartarugas jovens e amigas desde
a infância.
Nadavam juntos no mar e gostavam de buscar alimentos
perto de uma encosta de pedras de uma praia muito
bonita.
Ali era um lugar especial, os vãos entre as pedras
serviam de esconderijo para muitos animaizinhos. Sobre
as pedras cresciam algas que alimentavam vários peixes.
Por isso, aquele local era cheio de animais e belezas e
frequentado por mergulhadores que gostavam de nadar
calmamente junto com os cardumes de peixes coloridos ou
fotografar a vida marinha.
O único problema que havia ali é que, ao se aproximarem
muito dos humanos, os animais corriam riscos, pois
existem pessoas que amam e respeitam a natureza, mas
existem outras que ainda não.
Como as tartarugas tinham que subir até a superfície da
água para respirar, às vezes eram avistadas não só pelos
mergulhadores, mas também pelas pessoas que costumavam
andar sobre as pedras e elas ficavam empolgadas ao
vê-las.
Guinho e Tatá percebiam que eram admiradas e que muitas
pessoas gostavam delas. Mas, como também ouviam
histórias tristes de coisas que haviam acontecido,
sempre preferiam manter uma certa distância, por
segurança.
Certo dia, Tatá e Guinho estavam nadando juntos quando,
de repente, Tatá sentiu sua perna presa. Percebeu que
alguma coisa estava enroscada nela, atrapalhando seus
movimentos. Ela chacoalhou a perna, tentando se soltar,
mas não adiantou.
Guinho, vendo que a amiga tinha ficado para trás, voltou
e viu que ela estava com problemas. Um pedaço de uma
rede de pescador estava enroscado na perna de Tatá.
Guinho tentou ajudar, mas não conseguiu retirá-la. Pelo
contrário, quanto mais eles mexiam e tentavam puxar,
mais a rede se enrolava em Tatá.
As tartarugas não sabiam o que fazer. Tatá, então,
tentou usar a outra perna para empurrar a rede. Mas foi
pior, pois ela ficou presa também. Sem conseguir mexer
direito as duas pernas, Tatá tinha que fazer um grande
esforço para nadar e começou a ficar cansada.
– Vamos subir, Guinho! – disse ela – preciso respirar.
Mas Tatá quase não conseguia nadar. Guinho foi ajudando,
empurrando-a para cima até ela chegar à superfície e
ganhar fôlego.
Ambas estavam muito nervosas, pois a situação era muito
grave. Foi, então, que Guinho teve uma ideia.
– Tatá, nós precisamos de ajuda! Eu volto logo! Fique
aqui na superfície.
Elas estavam bem perto da encosta. Guinho nadou até lá o
mais rápido que pôde, rezando para encontrar uma boa
pessoa. Ela sabia que os humanos conseguem fazer muitas
coisas, têm muitas ferramentas, que às vezes fazem mal,
como aquela rede, solta no mar, mas que às vezes podem
fazer o bem também.
Assim que viu um mergulhador, Guinho se encheu de
coragem e foi nadar bem próximo dele. O mergulhador,
encantado com a beleza daquela tartaruga marinha e seu
modo bonito de nadar, parecendo que voava, só que dentro
da água, começou a segui-la.
Guinho, então, foi nadando até onde estava sua amiga.
Não era longe, nem tão fundo. O mergulhador chegou até
lá, com facilidade e logo encontrou Tatá, ainda toda
enroscada e já muito cansada.
O mergulhador, graças a Deus, era uma boa pessoa. Ele
logo quis ajudar Tatá. Tirou de sua roupa de mergulho
uma pequena faca, segurou a rede que prendia Tatá e
começou a cortá-la. Demorou um pouco, mas ele conseguiu.
Tatá e Guinho ficaram muito felizes quando ele terminou
e ela conseguiu nadar livremente de novo.
O mergulhador, então, recolheu todos os pedaços da rede
para levá-los embora.
As duas tartarugas nadaram com ele mais alguns minutos.
Estavam muito agradecidas e felizes por tudo ter
terminado bem.
O mergulhador também estava muito feliz por ter salvo
Tatá e retirado aquela rede do mar. Ele respeitava a
natureza, pois sabia que tudo é criação de Deus e voltou
para casa com uma bonita história para contar.
(Adaptação da história “Tatá a
Tartaruguinha Encrencada”, de Veridiana de Paula Reis
Castro.)