A vida e suas existências
Desde tempos imemoráveis que o ser humano questiona a origem
da vida, sua finalidade e sua finitude corpórea.
Incontáveis estudos já foram realizados evidenciando que
o Espírito é imortal e que a vida não se inicia nesta
existência, pois o Espírito precede a vida física. Um
dos grandes estudiosos sobre a vida futura, Coronel
Eugène Auguste Albert de Rochas d´Aiglun,
nascido na França, aprofundou-se nas pesquisas do
Magnetismo e do Espiritismo, deixando várias obras,
dentre elas, As vidas Sucessivas.
Citamos, ainda Ian Stevenson, psiquiatra e pesquisador
canadense, que fez intensos estudos sobre a
reencarnação, inclusive sobre EQM (Experiências Quase
Morte), na Europa. Escreveu os livros Reencarnação e Vinte
Casos Sugestivos de Reencarnação, estudado em
diversos países. Por sua vez, Brian Weiss, também
estudioso da matéria, escreveu os livros O Passado
Cura – A terapia através das vidas passadas e Muitas
Vidas, Muitos Mestres, além de inúmeros outros
cientistas que se dedicaram ao assunto.
Mas para os que não acreditam nessas verdades, poderemos
direcionar esse entendimento somente para a presente
existência. Então, cabe indagar: por que nascemos,
vivemos e desencarnamos? Com qual o objetivo Deus como
Inteligência Suprema e causa primaria de todas as coisas
iria criar o Espírito Ser inteligente da Natureza, para
viver uns poucos anos e tudo acabar sem nenhum outro
sentido lógico?
Vivemos do berço ao túmulo e nesse interregno,
valendo-nos do livre arbítrio, praticamos o mau ou
o bem. E ao final tudo acaba igual? Qual o mérito
de viver da forma digna ou não? Seria melhor, então
viver sem limites nem consequências? Se Deus é Justo e
Misericordioso isso não estaria nos seus propósitos.
Para os que não acreditam na existência de Deus, basta
pensar em tudo que o homem não criou. E quem o fez?
Então, se não cremos em vidas passadas, ao menos
a presente é palpável, nós vivenciamos... Porém como
viver sem o sentimento de que somos responsáveis pelos
nossos pensamentos e atitudes? Qual a razão se
não for para um ajuste de contas no futuro sobre nossa
conduta? A centelha divina dormita em todos nós.
Cabe-nos despertar para o enfrentamento da vida,
aceitá-la e compreendê-la. Nesse ponto caímos na vida
futura, que se existe, teve uma passada, já que o
Espirito vem antes da vida corpórea. E a de hoje, também
tem o seu pretérito.
Observemos o que diz o Apostolo Paulo em 1(Coríntios
15:35,44): “Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os
mortos? E com que corpo virão. “Semeia-se corpo
natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há
corpo natural, há também corpo espiritual. Em
Mateus 17,9-13; Marcos 9,9-13, encontramos: “É verdade
que Elias deve retornar e restabelecer todas as coisas;
porém vos declaro que Elias já veio e eles não o
reconheceram e o trataram como lhes aprouve”.
O Espírito é um diamante que para reluzir precisa ser
lapidado. As reencarnações são os períodos em que
vivemos para esse mister. Daí, a depender das
imperfeições o burilamento será mais longo e doloroso,
para que sua luz resplandeça à altura de merecer chegar
ao Alto. Como corrigir equívocos se não nos debruçamos
neles? Somos como alunos reprovados que necessitam
voltar ao estudo não exitoso.
O arrependimento é necessário para corrigirmos os
desvios. Mas a reparação daquilo que fizemos
equivocadamente é imperiosa. Assim, ela somente
acontecerá se vivenciarmos as situações e consequências
dos males praticados. Não existe penas eternas, pois
Deus com sua bondade infinita jamais nos daria esse
castigo. Aliás, quem nos julga é a nossa consciência. A
Lei de Causa e Efeito vige sempre. A
reencarnação é uma das maiores evidências da
Misericórdia de Deus para todos nós. Pela sua Justiça,
ninguém é privado dessas oportunidades de se corrigir e evoluir.
No livro Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar
Schutel, pg.16, encontramos: “A Parábola da Ovelha
Perdida mostra bem claramente que as almas transviadas
não ficarão perdidas no labirinto das paixões, nem nas
furnas onde medram os abrolhos” (...); “O Pai não quer a
morte do ímpio; não quer a condenação do mau, do
ingrato, do injusto, mas sim a sua regeneração, a sua
salvação, a sua vida, a sua felicidade”.
São através dessas passagens reencarnatórias que o
Espírito evolui ao se reeducar para o caminho do bem,
buscando com a vontade e seus próprios esforços a porta
estreita que dará lugar à luz que o aguarda nesse
incessante caminhar. No livro Jesus e Atualidade,
pg.11, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, consta: “A psicoterapia que
Ele utilizava era centrada na reencarnação,
por saber que
o homem é o modelador do próprio destino, vivendo
conforme o estabeleceu
através dos atos nas experiências passadas. Por
tal razão, jamais condenou a quem quer que fosse, sempre oferecendo
a ocasião para reparar o prejuízo e recuperar-se diante
da própria, bem
como da Consciência Divina”. (...). Ainda na mesma obra,
pg.42, temos: “Como pastor de almas, Jesus fez-se-nos
responsável, elucidando-nos a respeito dos deveres, das
necessidades reais, dos legítimos objetivos da nossa
vida” (...). (A vida é um ciclo infindável de
experiências para o Espírito.)