Um jeito de ser relativamente
feliz
“Pode o homem gozar de completa felicidade na
Terra?
– Não, por isso que a vida lhe foi dada como
prova ou expiação. Dele, porém, depende a
suavização de seus males e o ser tão feliz
quanto possível na Terra.”
“Concebe-se que o homem será feliz na Terra
quando a Humanidade estiver transformada.
Enquanto isso se não verifica, pode-se conseguir
uma felicidade relativa?
– O homem é quase sempre o obreiro da sua
própria infelicidade. Praticando a Lei de Deus,
a muitos males se forrará e proporcionará a si
mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a
sua existência grosseira.” (O Livro dos
Espíritos, questões 920 e 921.)
Qualquer criatura em sã consciência e plena
lucidez do seu raciocínio deseja ser feliz e
viver em paz. A busca pela felicidade é uma
constante em todos os níveis sociais.
Muitos a procuram no poder temporário, mas
conhecemos inúmeros seres humanos poderosos
vivendo em tremenda infelicidade. Deparamos com
homens e mulheres que buscam a felicidade na
fama e no prestígio, mas também não é difícil
encontrar quem é famoso ou famosa desfrutando de
uma vida desconfortável. Outros, ainda,
depositam a esperança da felicidade na fortuna,
no entanto o mundo está repleto de ricos
infelizes. Tem também quem acredita que a
felicidade está na beleza física, mas ao nosso
redor existem criaturas belas chorando pelos
caminhos da vida.
Em realidade a felicidade não é deste mundo como
bem afirmou o ensinamento evangélico. O que
podemos vivenciar na presente reencarnação são
momentos felizes, isso porque na condição
evolutiva em que mourejamos, permanecendo num
mundo de expiações e provas é muito natural e
compreensível que ainda estamos longe da
felicidade total, condições que desfrutam os
Espíritos puros, obviamente, o que não é o nosso
caso.
Então, podemos compreender perfeitamente que a
exterioridade da nossa vida, seja ela de qual
maneira ou forma for, não conseguirá nos
proporcionar nada além de lampejos de
felicidade, ou seja, uma pequena amostra do que
será a nossa vida quando nos conscientizarmos da
necessidade e importância em adquirir valores
internos, tais como honra, ética, dignidade,
decência, respeito, honestidade e tantas outras
virtudes.
Conseguimos conhecer um pouco de felicidade
quando somos humildes, desprovidos de orgulho e
arrogância. Nesse momento não teremos a
preocupação de ser melhores e nem mais
importantes que ninguém. Condição essa que nos
manterá seremos no contexto social em que
vivemos.
Conseguimos vislumbrar momentos agradáveis de
felicidade quando entendemos o valor da
simplicidade, pois que nessa hora sabemos viver
com o que temos, sem complicar os nossos dias
com anseios e desejos fortuitos e fugidios.
Conseguimos experimentar um pouco do sabor da
felicidade quando nos conscientizamos que
podemos viver bem apenas com aquilo que temos,
sabendo separar o necessário para a nossa
sobrevivência do supérfluo que nos remete às
aflições, quando não conquistado.
Em verdade, será possível desfrutar de uma
felicidade relativa, dentro do possível para a
nossa realidade espiritual, quando,
definitivamente, compreendermos e praticarmos a
essência evangélica, conforme nos apresentou
Jesus Cristo, principalmente agindo para fazer
os outros felizes. Fora disso, estaremos
caminhando na contramão da lógica e, obviamente,
formando o grupo das criaturas infelizes e
chorosas num cortejo de lamúrias e sofrimentos.
A escolha sempre será nossa.
Reflitamos.