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por Cláudio Bueno da Silva

 

Velhos livros, antigas canções


Estou vivendo um período diferente que está sendo bem interessante. Curioso como, ao desatar alguns fios que eu sempre achei que me davam segurança, comecei a me sentir mais livre, com a percepção mais aguçada.

Eu diria que atravesso uma fase um tanto egoísta. Não o egoísmo que tira das pessoas, mas o que faz olhar para as próprias carências pretendendo resolvê-las.

Depois de ter caminhado muito chão e ter visto muita coisa, sinto-me propenso agora a olhar para mim, como que buscando uma síntese do que aprendi.

Não deixei de me preocupar com as pessoas, pois se assim o fizesse estaria negando as convicções que sempre tive. Ao contrário, acho que compreender a natureza humana é um desafio necessário.

Nesse processo de tentar compreender a vida, fico perplexo ao ver tantas pessoas se fatigando na mesma rotina durante anos e anos, sem perspectiva de futuro, com a mente presa a ideias imutavelmente cômodas. Eu sei que tentar movê-las sem que elas queiram se mover é contraproducente.

Pessoas e ideias devem estar sempre em movimento, e quando isso não acontece é preciso trabalhar as ideias para estimular as pessoas. Enfrentar a inércia propondo ideias a quem não as tem, eis o caminho. Penso que só assim se pode conviver com as imperfeições provisórias de cada um, enquanto se cuida das próprias.

Encosto a cabeça nos ombros do tempo e compreendo que sem ele nada se encaminha a contento. Essa conclusão não me abate e nem me faz desistir de nada, apenas mudar estratégias.

O Espírito imortal precisa de tempo e vidas, muitas vidas, para se achar no mundo, e mais ainda, no universo.

Enquanto busco contribuir de alguma forma com essa coisa toda, vou relendo velhos livros (são os melhores), ouvindo antigas canções (são as melhores), escrevendo poemas, e acreditando sinceramente no gênero humano.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita