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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Cicatrizes d'alma


“Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.”
 (Gálatas 6.17.)


A cada ilicitude que praticamos diante das Leis de Deus, acumulamos débitos e cicatrizes n´alma que irão dar ressonância nas existências que se sucederão. Sendo o Espírito o ser inteligente da criação, na erraticidade e à luz da razão com maior plenitude de visão do que aquela dos olhos do mundo corpóreo, terá a bússola que o levará à consciência, segundo O Livro dos Espíritos na questão de número 621: ”Onde se encontra a Lei de Deus? – Resposta: Na consciência”.

Lembremo-nos do teor das palavras do Apóstolo Paulo, em (1 Coríntios 6:12) “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são permitidas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. Com essa mensagem devemos entender que é imperioso o discernimento sobre tudo que nos acontece. É dessa forma que poderemos escolher os melhores caminhos a seguir e, não aqueles que adiante fustigarão as nossas consciências.

No livro Cirurgia Moral, de Jose Carlos de Lucca, pg.16, encontramos: “Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar, e a preparar o coração para a Grande Mudança”. (Emmanuel). Cita, ainda o autor na pg.20, frase do médico indiano Deepak Chopra: “Viver sem amor, compaixão ou qualquer outro valor espiritual cria um estado de desequilíbrio tão grave que todas as células anseiam por corrigi-lo. Em última análise é isso que existe por trás do início da doença”.

A atitude proativa para o bem evitará as nódoas que maculam o nosso Espírito, evitando dores e sofrimentos no porvir. No livro Renovando Atitudes, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo Espírito Hammed, Capítulo 4, Contigo Mesmo, pg.18, encontramos: “Teu primordial compromisso é contigo mesmo, e tua tarefa mais importante na Terra, para a qual és o único preparado, é desenvolver tua individualidade no transcorrer de tua longa jornada evolutiva”.

Não resta dúvida de que nossa responsabilidade recai sobre as atitudes que tomamos, podendo ou não nos levar para o caminho do progresso que é inevitável, -mais cedo ou mais tarde-, quando despertarmos para a transcendência espiritual. Contudo essa marcha evolutiva não deve se limitar a individualidade humana.

 Ela tem um propósito, também coletivo, considerando que deveremos seguir as palavras de Jesus, segundo Mateus 5:16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Dessa forma, não estaremos envolvidos pelo egoísmo e o orgulho, chagas que prejudicam grandemente o nosso crescimento espiritual.

É nesse sentido e propósito que devemos conduzir as nossas existências. O processo reencarnatório tem seu planejamento no mundo espiritual e se concretiza, em parte, naquilo que realizamos no âmbito físico. As experiencias dar-nos-ão condições de aprendizado e, obviamente nos servirão de “exemplo” que irão nortear nossas atitudes no decorrer do tempo...

Esse tempo parece-nos efêmero, mas o que Deus nos legou é o necessário para o que precisamos vivenciar, compartilhar, progredir, sem, contudo, nos esquecermos de que somos seres sociais e como tal, precisamos viver em harmonia com os nossos semelhantes, colhendo conhecimentos e doando aquilo que temos, ou seja conviver.

Assim, seremos úteis e, também, teremos oportunidade de crescermos em sociedade. Pungidos pelos arquétipos estamos sempre em confronte interior entre a razão daquilo que já discernirmos para o bem, e os estímulos equivocados do passado que estão fortemente ligados à nossa vida presente, originando a maior luta que temos conosco mesmo.

No livro A Coragem da Fé, pg.26, psicografia de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Bezerra de Menezes, temos: “(...) Todos estamos mais próximos do ontem que do amanhã: o passado exerci maior influência sobre as nossas ações do que o próprio presente, que somos chamados a viver no hoje das oportunidades que se nos renovam, através da reencarnação”.

Essas refregas nos deixam cicatrizes que denotam as c dissensões que enfrentamos no dia a dia. Contudo, deverão ser curadas no decorrer das experiências que se sucedem na vida, inseridas que estão na Lei do Progresso. O trabalho de reconstrução é bem mais penoso, visto que a ele antecede a demolição do que existe, para dar lugar às verdades que hoje conhecemos. (As cicatrizes d’alma devem ser marcas da luta pelo bem.)  


    

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita