Cicatrizes d'alma
“Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no
corpo as marcas de Jesus.” (Gálatas
6.17.)
A cada ilicitude que praticamos diante das Leis de Deus,
acumulamos débitos e cicatrizes n´alma que irão dar
ressonância nas existências que se sucederão. Sendo o
Espírito o ser inteligente da criação, na erraticidade e
à luz da razão com maior plenitude de visão do que
aquela dos olhos do mundo corpóreo, terá a bússola que o
levará à consciência, segundo O Livro dos Espíritos na
questão de número 621: ”Onde se encontra a Lei de Deus?
– Resposta: Na consciência”.
Lembremo-nos do teor das palavras do Apóstolo Paulo, em
(1 Coríntios 6:12) “Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas
convêm; todas as coisas me são permitidas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma delas”. Com essa mensagem
devemos entender que é imperioso o discernimento sobre
tudo que nos acontece. É dessa forma que poderemos
escolher os melhores caminhos a seguir e, não aqueles
que adiante fustigarão as nossas consciências.
No livro Cirurgia Moral, de Jose Carlos de Lucca,
pg.16, encontramos: “Se estás doente, meu amigo, acima
de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a
auxiliar, e a preparar o coração para a Grande Mudança”.
(Emmanuel). Cita, ainda o autor na pg.20, frase do
médico indiano Deepak Chopra: “Viver sem amor, compaixão
ou qualquer outro valor espiritual cria um estado de
desequilíbrio tão grave que todas as células anseiam por
corrigi-lo. Em última análise é isso que existe por trás
do início da doença”.
A atitude proativa para o bem evitará as nódoas que
maculam o nosso Espírito, evitando dores e sofrimentos
no porvir. No livro Renovando Atitudes, de
Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo Espírito
Hammed, Capítulo 4, Contigo Mesmo, pg.18, encontramos: “Teu
primordial compromisso é contigo mesmo, e tua
tarefa mais importante na Terra, para a qual és o único
preparado, é desenvolver tua individualidade
no transcorrer de tua longa jornada evolutiva”.
Não resta dúvida de que nossa responsabilidade recai
sobre as atitudes que tomamos, podendo ou não nos levar
para o caminho do progresso que é inevitável, -mais cedo
ou mais tarde-, quando despertarmos para a
transcendência espiritual. Contudo essa marcha evolutiva
não deve se limitar a individualidade humana.
Ela tem um propósito, também coletivo, considerando que
deveremos seguir as palavras de Jesus, segundo Mateus
5:16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Dessa forma,
não estaremos envolvidos pelo egoísmo e o orgulho, chagas
que prejudicam grandemente o nosso crescimento
espiritual.
É nesse sentido e propósito que devemos conduzir as
nossas existências. O processo reencarnatório tem seu
planejamento no mundo espiritual e se concretiza, em
parte, naquilo que realizamos no âmbito físico. As
experiencias dar-nos-ão condições de aprendizado e,
obviamente nos servirão de “exemplo” que irão nortear
nossas atitudes no decorrer do tempo...
Esse tempo parece-nos efêmero, mas o que Deus nos legou
é o necessário para o que precisamos vivenciar,
compartilhar, progredir, sem, contudo, nos esquecermos
de que somos seres sociais e como tal, precisamos
viver em harmonia com os nossos semelhantes, colhendo
conhecimentos e doando aquilo que temos, ou seja conviver.
Assim, seremos úteis e, também, teremos oportunidade de
crescermos em sociedade. Pungidos pelos arquétipos
estamos sempre em confronte interior entre a
razão daquilo que já discernirmos para o bem, e os
estímulos equivocados do passado que estão fortemente
ligados à nossa vida presente, originando a maior luta
que temos conosco mesmo.
No livro A Coragem da Fé, pg.26, psicografia de
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Bezerra de Menezes,
temos: “(...) Todos estamos mais próximos do ontem que
do amanhã: o passado exerci maior influência sobre as
nossas ações do que o próprio presente, que somos
chamados a viver no hoje das oportunidades que se nos
renovam, através da reencarnação”.
Essas refregas nos deixam cicatrizes que denotam as c dissensões que
enfrentamos no dia a dia. Contudo, deverão ser curadas
no decorrer das experiências que se sucedem na vida,
inseridas que estão na Lei do Progresso. O trabalho de
reconstrução é bem mais penoso, visto que a ele antecede
a demolição do que existe, para dar lugar às verdades
que hoje conhecemos. (As cicatrizes d’alma devem ser
marcas da luta pelo bem.)