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por Nilton Moreira

 

A natureza, as crianças e os animais


Conhecido músico e poeta no ano de 1979 teve a inspiração de formalizar belíssima canção fazendo alusão ao momento que então vivenciávamos. Os mais jovens poderão achar estranho o conteúdo da letra da canção e a própria música, pois os ritmos dançantes visavam outras harmonizações, bem diferentes do que é tocado hoje nas rádios, mas passado tanto tempo o tema continua em voga.

A canção – para ouvi-la na voz de Roberto Carlos, CLIQUE AQUI – oferece-nos a seguinte letra:

 

O ouro no ano passado subiu sem parar

Os gritos na bolsa falaram de outros valores

Corpos estranhos no ar

Silenciosos voadores

Quem sabe olhando o futuro do ano passado

O mar quase morre de sede no ano passado

Os rios ficaram doentes com tanto veneno

Diante da economia

Quem pensa em ecologia?

Se o dólar é verde é mais forte que o verde que havia

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza, as crianças e os animais?

Quantas baleias queriam nadar como antes

Quem inventou o fuzil de matar elefantes?

Quem padeceu de insônia

Com a sorte da Amazônia?

Na lei do machado o mais forte do ano passado

Não adianta soprar a fumaça do ar

As chaminés do progresso não podem parar

Quem sabe um museu no futuro

Vai guardar em lugar seguro

Um pouco de ar puro relíquia do ano passado?

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza as crianças e os animais?

Os campos risonhos um dia tiveram mais flores

E os bosques tiveram mais vida e até mais amores

Quem briga com a natureza

Envenena a própria mesa

Contra a força de Deus não existe defesa

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza as crianças e os animais?

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza as crianças e os animais?

 

Passados quase 45 anos desde que foi lançada a música, ainda estamos lutando para a melhoria ambiental em todos os níveis, o que preocupa a grande maioria dos habitantes do globo. Mas foi necessário que a natureza se manifestasse veementemente várias vezes demonstrando-nos descontentamento efetivo, inclusive com catástrofes, ceifando vidas, para que o homem empreenda medidas mais eficazes e valorize mais o que diz respeito à natureza.

Até pouco tempo nos importávamos apenas com os vegetais que geravam lucro financeiro, derrubando frondosas árvores, procedendo às queimadas. Nem com o ar, nem com a água nos preocupávamos. Era como se não existisse vida nesses locais e saíamos desmatando tudo na intenção de busca por minerais lucrativos ou área aberta para criação de gado. Alteramos cursos de rios e jogamos dejetos tóxicos em qualquer córrego, contaminando por consequência até os vegetais que nos serviam de alimento.

Agora, o mundo se vê obrigado a acordar e encarar o problema que causamos no passado, restituindo o espaço que pertence a natureza. E o homem de hoje está pagando bastante caro o preço da destruição pretérita.

Aproveitemos a visão do poeta, e usemos do livre-arbítrio para corrigir os equívocos e regenerarmos o planeta.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita