O
altruísmo nos aproxima de Jesus
A
ética da generosidade centraliza suas atenções na lei de
amor
“Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” -
Jesus
Quando a mídia mostra cenas de caridade desinteressada,
a reação é de perplexidade!... Imediatista por
excelência, a grande mole humana vê com desconfiança os
gestos de abnegação, e busca sempre localizar a segunda
intenção ou os ocultos interesses subalternos.
A vida de Jesus, nosso modelo e guia, é a própria
materialização do altruísmo em sua expressão máxima.
“Sede perfeitos como perfeito é o Pai Celestial!” Só
nos aproximaremos dessa conclamação de Jesus se
lograrmos atravessar a ponte do altruísmo que é a
antítese do egoísmo. Ele nos permite alçar vistas para
a nobreza da emancipação espiritual, com a consequente
alteração do status quo tormentoso das cogitações
chãs. O altruísmo torna feliz não só a quem se beneficia
de suas benesses, mas em especial a quem o promove.
Todo o capítulo VI do
livro “Plenitude” psicografado por Divaldo
Pereira Franco, da lavra de Joanna de Ângelis, (Ed. Arte
& Cultura – Niterói-RJ) é dedicado ao altruísmo. Ali,
entre outras coisas, a nobre Mentora ensina o seguinte:
“(...) o altruísmo é o próprio amor ensinado por Jesus,
que esquece de Si mesmo
para concentrar-se no bem do Seu próximo. Antítese
do egoísmo cicatriza as lesões da alma, que este produz,
fomentando a vigência da saúde integral; irradia
paz envolvente, que alcança e vence as grandes
distâncias emocionais e preconceituosas que separam os
homens.
O desejo de posse, de gozo, de superioridade, que
tipifica o egoísmo,
na área libertadora do altruísmo, se converte em anelo
de doação, de felicidade, de fraternidade...
“(...) A paciência é o
passo seguro na execução do programa altruístico. Há
um inter-relacionamento entre os vários requisitos para a
integral vivência do altruísmo, que erradica as causas
dos sofrimentos.
Um fator depende do outro, que são conquistas do
espírito na sua busca de perfeição. Tornando-se
saudável exercício de elevação moral, cada um promove
a área do sentimento, desenvolvendo o intelecto na arte de
compreender para servir, de crescer para libertar-se, de
entesourar conhecimentos para distribuí-los. A
paciência, em razão disso, é relevante, pelo significado
de criar condições no tempo próprio para cada
realização. Ela
harmoniza as aspirações humanas, elucidando sobre o valor
da ação contínua, bem elaborada, que atende a cada
tarefa no momento oportuno; faculta repetir qualquer
labor malogrado com o mesmo entusiasmo,
ensinando como realizá-lo da maneira mais eficiente, sem
o cansaço que induz ao abandono da realização.
A paciência estimula a coragem, que se esforça para
colimar os
resultados. Essa coragem é fruto do conhecimento das
leis que propiciam
a insistência no programa do altruísmo.
(...) Insistir, portanto, com seriedade, pela conquista
do altruísmo,
encetando atividades que devem ser concluídas etapa a
etapa, constitui
passo de segurança para a libertação do sofrimento.
Mede-se, desse modo, o caráter de um homem, pelo
esforço que
empreende para crescer, para melhorar-se, a fim de
enfrentar as reações que o seu ideal e empreendimento
provocam.
O altruísmo não vige sem o esforço para a sua
manifestação, considerando-se
que parece haver uma conspiração por parte do egoísmo,
a fim de impedir-lhe a presença e o predomínio na área da
emoção.
Outro fator essencial ao altruísmo é a concentração
nele, sem cujo
contributo a mente se desvia, abrindo brechas para que
se instalem ideias desanimadoras. A
concentração amplia os horizontes enquanto fortalece o íntimo,
por facultar o intercâmbio de energias superiores que passam
a vitalizar o indivíduo, renovando-lhe as forças quando
em exaurimento.
Desacostumados aos gestos de elevação, os homens reagem contra
eles, tornando-se agressivos e ingratos, para
reconhecerem os
resultados positivos só posteriormente. Essa atitude
não poucas vezes
desanima as pessoas abnegadas e menos preparadas, que
recuam ou desistem, porque não buscaram o apoio da
meditação e
deixaram-se intoxicar pelo bafio pestilento.
Meditando-se, percebe-se a necessidade de maior
contribuição
altruística e sacrificial, compreendendo-se que a imensa
carência
de amor responde pela dureza dos sentimentos, e a agressividade
predominante atesta a gravidade das doenças morais em
desenvolvimento nas criaturas. A
meditação amplia a visão a respeito do mal, ao tempo em que
equipa o homem de lucidez, fornecendo-lhe os
instrumentos próprios para cuidar desse
adversário cruel. A
arte da concentração é uma conquista valiosa e
demorada, que exige cultivo e exercício, a
fim de responder de maneira eficiente
às necessidades emocionais do homem. Sem
o contributo da concentração quaisquer atividades perdem
o brilho e são mal executadas. É ela que propicia o
enriquecimento dos detalhes, a visão particular e
geral do empreendimento,
revigorando o indivíduo, concedendo-lhe lucidez e
inspiração.
Todos os grandes
realizadores devem à concentração, ao esforço e à
paciência o êxito que alcançaram. Esqueciam-se de tudo,
quando fixados no propósito de algo realizar.
(...) Por fim, após a
vivência desses variados itens, a sabedoria se instala
na mente e no coração do homem, libertando-o da ignorância,
apontando-lhe o objetivo real da existência corporal,
impulsionando-o para novos tentames.
Confunde-se a sabedoria com o conhecimento intelectual,
o burilamento
da mente, a fixação da cultura que, apesar de valiosos, são
uma conquista horizontal. Torna-se
indispensável que, ao lado dessa importante aquisição,
o sentimento lúcido e profundo do amor se torne a
grande vertical do processo evolutivo. Essa
conquista vertical é a responsável pelo discernimento de
como agir, facultando os recursos lógicos para tal.
A sabedoria faz que o amor seja prudente e um
sentimento generoso,
doador, altruístico, evitando que se entorpeça com as
manifestações do pieguismo, que disfarça os esquemas do
ego enfermo.
Simultaneamente, proporciona ao intelecto a serena percepção
de que à razão se deve unir o sentimento humano, sereno e
afável, responsável pelo arrastamento das pessoas.
Quando são desenvolvidos os passos que contribuem para
o altruísmo
e se adquire sabedoria, ilumina-se o Espírito, e a vida
ganha sentido. Os
sofrimentos cedem, então, lugar à paz, porque
desaparecem os fatores cármicos, vencidos pelas novas
ações libertadoras, e, porque não sejam geradas causas
atuais negativas, o futuro não se desenha sombrio nem
ameaçador.
Assim, o altruísmo viceja na mente e no coração, já não
sendo mais o homem quem vive e sim o
Cristo que nele passa a viver, conforme acentuou Paulo e
o sentiram outros
mártires, heróis e sábios de todos os tempos, que se
entregaram ao altruísmo em favor da humanidade”.
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