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por Juan Carlos Orozco

 

Jesus entre nós e o seu Evangelho


Esta reflexão trata do tema Jesus entre nós e o seu Evangelho, que transforma a vida de quem decide seguir seus ensinamentos e exemplos, adotando-os como roteiro moral e espiritual, sendo constrangido a não mais ser a pessoa de antes.

A Doutrina de luz e amor do Cristo conduz à transformação como ocorreu na mudança radical de rumo na vida de Saulo para Paulo de Tarso, a caminho de Damasco, perante o chamamento do Senhor para a sua missão.

A transformação foi tamanha a ponto de Paulo dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas, 2: 20).

Saulo de Tarso foi algoz e grande perseguidor do Cristianismo nascente. Ele não conheceu Jesus; somente ouviu algumas de suas palavras pelos seguidores do Cristo.

Sob os testemunhos dos companheiros de viagem, Saulo se viu atirado ao chão e tomado de cegueira temporária e, quando se levantou, não era mais Saulo, o doutor da lei, mas Paulo, o Apóstolo da nova ordem cristã.

Em Damasco, Paulo saberia que rumo tomaria sua vida. Todos os seus valores, até ali, haviam ficado na poeira da estrada. Naquela cidade, encontrou Ananias que lhe restituiu a visão e o levou ao encontro do seu destino.

Nem todos somos chamados dessa maneira aos nossos compromissos. As palavras de vida eterna indicam o caminho a seguir, livrando-nos da cegueira da alma.

Naquele episódio, Paulo foi constrangido pelo amor de Cristo e, pelo livre-arbítrio, não voltou mais a ser o que era antes. Quando dominados pelo amor de Cristo, ele nos constrange a seguir as suas pegadas e a mudar as nossas atitudes, os nossos caminhos e as nossas vidas pela verdade divina que liberta a alma na busca da perfeição.

Coagidos pelo amor de Cristo, as claridades da Palavra iluminam e penetram com profundidade as almas transformadas, não havendo mais lugar para a pessoa antiga.

Para seguir Jesus, Paulo renunciou todos os sentimentos inferiores, como o egoísmo, o orgulho, a soberba, a vaidade, dentre outros, que retardam o progresso moral e espiritual.

A grande reflexão de Jesus entre nós está em como mudar a nossa vida e dar a ela um novo rumo e sentido, sendo constrangido pelo seu puro amor.

O primeiro passo está na libertação das amarras e no desapego das coisas materiais que nos prendem e impedem de tomar uma nova direção ou orientação, principalmente se essa nova direção será exatamente no sentido oposto ao que você vinha vivendo até agora.

Cedo ou tarde, a hora do despertar moral e espiritual chegará! A hora que será construída com luta diária, quer no seio da família, dos parentes e amigos, quer no trabalho, ou no caminho da evolução mediante provas e expiações.

Quando chegar a hora, não vacile, vá em frente, confiante, com fé e na certeza de que estará servindo ao Senhor e não ao servo.

Ao longo de nossas vidas, o Semeador Divino joga as suas sementes esperando que sejamos solos férteis para germinar boa árvore e dar bons frutos.

Pela Palavra, somos convocados a seguir as pegadas de Jesus no trabalho edificante da prática do bem e da caridade.

A verdade divina é uma só!

A cada dia, temos a oportunidade de renovação e de renascimento espiritual.

Para Jesus entrar em sua vida, depende unicamente de você.

Precisamos nos transformar de Saulo para Paulo, arrancando dentro nós a luz da consciência de um novo ser. A nossa tarefa está claramente diante de nós.

Os cristãos conhecem algumas passagens dos Evangelhos, porém poucos se dedicam a lê-los e menor parcela estuda os seus ensinamentos e exemplos. Entretanto, o mais difícil tem sido praticar os ensinamentos e exemplos deixados pelo Cristo.

Por séculos e séculos, o progresso moral não vem acompanhando o avanço intelectual da Humanidade. Isso porque a prática de ensinos morais exige a luta contra as próprias imperfeições para melhorar atributos na prática do bem.

Jesus Cristo trouxe a Boa Nova, dotado de plena autoridade divina, para suprir a Humanidade de recursos para a sua redenção moral e espiritual, cujos ensinamentos e exemplos revelam-no como Governador Angélico do planeta Terra.

Jesus revelou um Deus amoroso, bondoso, justo e misericordioso, que liberta o homem das orientações de temor e vingança. Depois de Jesus, a orientação deixa de ser o que não se deve fazer, mas sim o como agir.

O Cristo ensinou a lei maior do amor: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”. O amor a Deus não pode se dar sem o amor ao próximo em toda a sua abrangência. Cristo ensinou, pelo exemplo, o modelo de amor divino.

O seu Evangelho é o maior código moral existente, ensinando a colocar em prática a lei de Deus. O Cristo disse que não veio destruir a lei divina, mas dar o seu cumprimento, desenvolvê-la e dar-lhe o verdadeiro sentido.

Jesus, a serviço da lei de Deus, confirmou a sua imutabilidade, ao mesmo tempo em que se opunha às falsas interpretações da lei, à idolatria, aos abusos das práticas exteriores do culto e das cerimônias, dentre outras, desviando-se dos legítimos ensinamentos divinos.

O Cristo é o caminho, a verdade e a vida que conduz ao Pai.

As aquisições de virtudes são conquistas individuais, alcançadas por meio de provações e aprendizados construtivos em sucessivas experiências vividas, um processo longo e contínuo do que o Espírito ainda necessita de burilamento.

Para evoluir moral e espiritualmente, precisamos conhecer o Mestre, ler sobre seus ensinamentos e estudá-los para entender e sentir a sua presença viva dentro de nós. Quando estivermos amadurecidos espiritualmente, nos habilitaremos a viver a sua mensagem em plenitude.

Quando entendermos os ensinamentos e exemplos do Mestre como as suas verdades imutáveis, praticando-as, conseguiremos realizar caminhadas para a regeneração moral que conduzirão a Deus e à perfeição. Essas caminhadas consistem em seguir as pegadas do Cristo, agindo como Ele exemplificou. É caminhar com fé, coragem e esperança na certeza de que Ele estará sempre entre nós.

Assimilar a mensagem evangélica é vivenciar as lições do Cristo no cotidiano. Renascer a cada dia, com disposição para recomeçar quantas vezes forem necessárias.

É sentir a presença do Cristo na intimidade, reconhecendo que podemos alinhar os propósitos superiores das leis divinas por meio de atitudes e comportamentos que se coadunem com a ética e a moral.

Nunca estaremos sozinhos na caminhada evolutiva. O Pai Eterno vela por todos os seus filhos, sempre ofertando o melhor em consonância com o merecimento e a necessidade de cada um.

Amar na plenitude é palavra de ordem no cumprimento da Lei Maior que rege as relações harmoniosas entre todos os seres e a Natureza.

Respeito e tolerância são convites ao entendimento universal, à compreensão do comportamento alheio, sem preconceitos nem julgamentos. É requisito da paz e da fraternidade.

A Boa Nova não é apenas promessa de fraternidade e paz entre os homens, mas, acima de tudo, é reiterada mensagem do Cristo que induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo a avançar em direção do progresso moral.

A presença de Jesus em nossas vidas serve de morada, escola, hospital e local de trabalho.

O Evangelho representa o mais elevado código de conduta ética existente na humanidade. É fonte de preceitos morais. Seu conteúdo aponta o caminho da sabedoria, da paz e do progresso espiritual, norteando a vida. A sua observância transformará o mundo num local de fraternidade, paz e prosperidade.

A maior divulgação do Evangelho é por meio de nossos atos e, ao aplicarmos suas lições, damos a mais perfeita demonstração de que as assimilamos.

A verdade nos libertará à medida que evoluirmos e adquirirmos a capacidade de compreendê-la no serviço dignificante da prática do bem, do amor e da caridade junto aos nossos semelhantes.

Não seremos libertos pelas verdades provisórias puramente humanas de que sejamos detentores. Devemos nos colocar como seres receptivos para a verdade divina, única, absoluta, eterna e imutável.

A libertação pela verdade é longo processo pelo trabalho incessante na prática do amor ao próximo como a si mesmo. A prática do amor incondicional, sem esperar retribuição, reconhecimento e gratidão. É o amor pelo amor, que perdoa, faz caridade, tem misericórdia e piedade, não é orgulhoso e tampouco egoísta.

À medida que o ser humano busca planos mais elevados da vida, o amor transcende assumindo outras modalidades de amor, chegando até a amar como Jesus amou. Do amor ao próximo até amar os inimigos, mede-se a evolução moral, donde decorre o grau da perfeição.

Iluminados pela verdade, seremos instrumentos divinos, cooperando na obra de elevação intelectual, moral e espiritual do mundo.

Nesse momento de transição planetária, permanecendo na Palavra e conhecendo a verdade divina que liberta a alma, a perseverança e a vigilância surgem como essenciais preceitos de conduta nas lutas renovadoras, das quais somos convocados a fazer as escolhas mais acertadas em prol dos mais elevados sentimentos de fraternidade universal, pela prática da caridade para com nós mesmos e aos nossos semelhantes.

Com fé em Deus, confiança no amor do Cristo e entregando-se ao trabalho de renovação espiritual, com bom ânimo, alcançaremos a força espiritual necessária para superar as montanhas de dificuldades que surgem no caminho.

É preciso resistir e manter-se vigilante no combate aos vícios, às más paixões e à cegueira para as verdades divinas, pois larga é a porta da perdição e estreita a porta da salvação.

Por isso, atenção nesse momento de mudanças, pois surgirão falsos profetas que seduzirão pessoas com falsas verdades, mas aquele que perseverar até o fim se salvará.

 

Bibliografia:

BIBLIA SAGRADA.

EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Fonte viva.  1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2020.

EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Paulo e Estevão.  45ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.

EMMANUEL (Espírito); na psicografia de Francisco Cândido Xavier. Verdade e amor.  1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2015.

KARDEC, Allan; tradução de Evandro Noleto Bezerra. A Gênese. 2ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.

KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Livro dos Espíritos. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.


    

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita