Cidadão
espírita consciente
Já estamos nos aproximando da data em que seremos
convocados ao exercício da democracia, e depositar
nossos votos para a escolha dos dirigentes políticos
administrativos dos Poderes Legislativo e Executivo na
esfera municipal.
Trata-se de momento de exercitar nossos deveres
políticos e partidários: uns candidatando-se a ocupar os
cargos de vereadores e prefeitos; outros a obrigação
legal de escolher e votar nos candidatos que se
apresentarem ao pleito.
Entre pessoas que se dizem espíritas, alguns não gostam
de participar desse certame e mesmo argumentam que o
espírita não deve se imiscuir na política.
Será que, verdadeiramente, essa é a posição da Doutrina
Espírita?
Vamos, então, à sua fonte: O Livro dos Espíritos,
codificado por Allan Kardec. Nele encontramos seguras
diretrizes para analisarmos essa questão. Para tanto,
iremos até a sua 3ª Parte – Das Leis Morais, no capítulo
VII – Da lei de sociedade. (1)
Na questão nº 766, Allan Kardec indaga: A vida social
está em a Natureza? Respondem os Mentores
Espirituais: Certamente. Deus fez o homem para viver
em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas
as outras faculdades necessárias à vida de relação
(social) (parêntese nosso)
Já comentamos: “Torna-se evidente que a pessoa tem um
compromisso com a sociedade em que vive.” (2)
Mais adiante Allan Kardec questiona a motivação para
essa convivência, na questão nº 768: “Procurando a
sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um
sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum
providencial objetivo de ordem mais geral?“
A resposta é clara é precisa:” O homem tem que
progredir. Insulado não lhe é isso possível, por não
dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o
contato com os outros homens. No insulamento ele se
embrutece e estiola.”
Por isso a História nos mostra, desde os primórdios, os
seres humanos se aglutinando e formando grupos, tribos e
comunidades.
A civilização ocorre justamente pela organização cada
vez melhor desses grupos, surgindo, então, as diversas
formas de administração dessas organizações sociais.
A estrutura mais bem organizada, embasada em leis justas
e equânimes, se revela nas sociedades democráticas.
Nessas, o sistema eleitoral, com base no voto dos
cidadãos, é fundamental na escolha dos dirigentes dos
Poderes Legislativo e Executivo.
O Espiritismo demonstra que o espírita não pode se
omitir no cumprimento do seu dever cívico, político,
participando como eleitor, ou mesmo, se para tal
vocacionado, na concorrência aos cargos eletivos, tendo
sempre como objetivo maior o Bem comum.
Referência:
(1) O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec, capítulo VII – Da lei de
sociedade:
(2) Espiritismo e
política – Contribuições para a evolução do ser e da
sociedade. Capítulo 7 – A sociedade na perspectiva
espírita. Aylton Paiva. Editora FEB.
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