EQM – Experiência de quase morte
A expressão EQM-Experiência de quase morte foi
criada pelo psiquiatra norte-americano Raymond
A. Moody Jr., em 1975, seguindo os passos da
psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross
(1926-2004), que em 1969 lançara seu primeiro
livro sobre o tema: Sobre a morte e o morrer.
Segundo o psiquiatra Alexander Moreira-Almeida,
professor da Universidade Federal de Juiz de
Fora, experiências de quase morte são situações
vivenciadas por pacientes que passam por grande
risco de vida.
Várias causas podem desencadeá-las, como uma
infecção grave, um acidente, a queda de um
alpinista ou uma parada cardíaca, por exemplo.
Numa EQM completa, os pacientes têm a cessação
da dor e do desconforto por que estavam
passando, sentem-se saindo e se conservando fora
do corpo e vendo-se de um ângulo acima de si
mesmos. Muitas vezes veem um túnel com uma luz
em fundo escuro, encontram-se com seres
iluminados, parentes já falecidos e detectam um
sentido maior e profundo do mundo e da vida.
Moreira-Almeida cita estudo realizado na Holanda
com mais de 300 sobreviventes de parada
cardíaca, que foram acompanhados por até oito
anos. Desses, os que passaram pela EQM tiveram
mudanças duradouras em sua personalidade ao
longo dos anos seguintes: maior espiritualidade,
desenvolvimento do altruísmo, maior satisfação e
encontro de mais sentido na vida.
Essas descrições da EQM são muito semelhantes às
visões descritas por pessoas em processo de
desencarne, geralmente devido a doenças de longo
curso. Esses pacientes chegam a um ponto de não
retorno. Sentem que, se ultrapassarem aquele
limite não poderão retornar mais à vida material
e, em determinado momento, detectam uma espécie
de chamamento de volta ao corpo físico, quando
ocorre, então, seu despertamento.
Assim também são semelhantes a depoimentos
mediúnicos, como, por exemplo, o do Irmão Jacó,
narrado no livro Voltei, e também de
pessoas que quase morrem e depois contam ter
visto o filme de sua vida, do nascimento até
aquele momento.
Semelhantes relatos comprovam a continuidade da
vida além da morte e dão a perfeita noção da
realidade que nos espera além-túmulo. Todos nos
imaginamos homens de bem, racionalizamos nossos
atos e palavras, como mecanismo de defesa, a fim
de evitar a verdadeira explicação para a
inconsistência dos nossos desvios.
Não esperemos por uma experiência de quase morte
para despertar e tomar consciência dos nossos
deveres, pois, dependendo dos créditos de que
dispomos, a viagem para o plano espiritual
poderá ser apenas de ida, com o infeliz
desperdício de mais uma jornada física.