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por Altamirando Carneiro

 

O batismo de Jesus e a multiplicação dos pães


Tempos bíblicos. Chegamos ao kibutz Kinneret, próximo ao local em que o Rio Jordão deixa o Mar da Galileia (mais um lago que propriamente um mar) seguindo o seu curso sinuoso rumo ao Mar Morto.

Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, “kibutz” é, em Israel, o estabelecimento agrícola de caráter coletivo. Os primeiros kibutzim criados pelos sionistas socialistas a partir de 1909 possuíam características militares e agrícolas; após 1948, os kibutzim constituíram um setor de ponta da agricultura israelense; são, hoje, um setor minoritário.

Foi no Rio Jordão que aconteceu o batismo de Jesus. Visitemos o lado do Rio Jordão mais ao sul, junto a Jericó. Um local belíssimo, com um florido jardim junto às águas do rio.

Novo Testamento. “Batismo de Jesus” (3:13 a 17) do Evangelho de Mateus. Também Marcos (1:9 a 11), Lucas (3:21 a 22) e João (1:32 a 34) relatam o fato.

Batismo de Jesus – Nesse tempo, veio Jesus da Galileia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele. Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?

Jesus, porém, respondeu-lhe: Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça. E João consentiu.

Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele.

Ao mesmo tempo, uma voz vinda dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Uma questão: Por que o Espiritismo não batiza, se Jesus deixou-se batizar e a explicação sobre o registro de que o Espírito de Deus desceu como uma pomba.

O Espiritismo não batiza, pois o verdadeiro batismo é o batismo do Espírito A partir do momento em que nos conscientizamos e seguimos uma ideia, estamos batizados perante essa ideia.

Sobre o registro: O Espírito de Deus descendo como uma pomba, vindo sobre Jesus, foi um Espírito Superior que se manifestara ali, vindo como uma pomba e não em forma de pomba, pois os Espíritos superiores não se materializam em forma de animais.

Leiamos os versículos 11 e 12, do capítulo 3 do Evangelho de Mateus. Encontramos referências em Marcos (1:7 a 8), Lucas (3:15 a 17) e João (1:19 a 28).

Pregação de João Batista: Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo.

A pá está na sua mão: vai limpar a sua eira e recolher seu trigo no celeiro: mas, quanto à palha, vai queimá-la num fogo inextinguível.

Jesus deixou-se batizar porque era uma prática utilizada por João Batista e Ele não viera para derrogar nenhuma lei, nenhum costume.  O batismo também foi uma forma pela qual Jesus se deu a conhecer.

Quanto à afirmação de João Batista, de que Jesus veio depois dele e é mais poderoso do que ele, é que João nasceu seis meses antes de Jesus, portanto João era seis meses mais velho, mas Jesus tinha mais vivência, era um Espírito de maior evolução do que seu primo João Batista.

No Vale de Genesaré, nas cercanias da pequena cidade de Tabga, entrava-se na Igreja do Heptágono que, segundo a tradição, foi o local onde houve a multiplicação dos pães e dos peixes, ou seja, em que cinco pães e dois peixes foram suficientes para saciar a fome de 5 mil pessoas.

Houve duas multiplicações: A primeira é narrada em Mateus (14:13 a 21), Marcos (6:30 a 44) e João (6:1 a 14); a segunda é narrada em Mateus (15:32 a 39) e Marcos (8:1 a 10).

No livro A Gênese, de Allan Kardec, vejamos trechos sobre o assunto, inserido no capítulo 15: Os Milagres do Evangelho:

(...) Sabe-se que uma grande preocupação de espírito ou a atenção fixada sobre um assunto fazem esquecer a fome. Ora, aqueles que seguiam a Jesus eram pessoas ávidas de ouvi-lo; nada há de espantoso que, fascinados por sua palavra e talvez também pela poderosa ação magnética que ele exercia sobre seu auditório, não sentissem necessidade material de comer.

(...)

Ao lado do sentido alegórico moral, ele pôde produzir um efeito fisiológico natural, muito conhecido. O prodígio, neste caso, está na ascendência da palavra de Jesus, bastante poderosa para cativar a atenção de uma multidão imensa, ao ponto de fazê-la esquecer de comer. Este poder moral testemunha a superioridade de Jesus, muito mais que o fato puramente material da multiplicação dos pães... 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita