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por Marcus De Mario

Princípios do colaborador espírita


A obra Os Mensageiros, ditada pelo Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, traz em seu capítulo dois importantes ensinos do instrutor espiritual Aniceto sobre o que se espera de um colaborador na Instituição Homem Novo, nas dependências da colônia Nosso Lar, e que vamos adaptar para os colaboradores voluntários do Centro Espírita, ou seja, vamos conhecer os seis princípios que o colaborador espírita deve colocar em ação no atendimento ao próximo, divulgação do Espiritismo e transformação moral de si mesmo.

Estudemos esses seis princípios, tendo sempre em mente que não basta conhecer pela teoria o Espiritismo, é preciso vivenciá-lo no relacionamento com os outros:


1. O colaborador deve estar interessado somente na descoberta da felicidade de servir.

2. O colaborador compromete-se a calar toda espécie de reclamação.

3. O colaborador não deve exigir expressão nominal nas obras úteis realizadas, e todos os colaboradores respondem por qualquer erro cometido.

4. O colaborador deve extinguir as velhas vontades pessoais.

5. O colaborador deve interessar-se tão somente pelo bem.

6. O colaborador deve esquecer as exigências descabidas da personalidade.


Esses princípios exaltam a humildade e a caridade, assim como o espírito de equipe, sendo lembrado que no serviço voluntário no Centro Espírita não cabe nenhum personalismo, nenhuma exigência para si, devendo o colaborador, antes de reclamar de qualquer coisa, aprender a servir ao próximo, seja este quem for. Fazer o bem, porque o bem faz bem a quem o faz e a quem o recebe, deve ser a motivação e o ideal do colaborador espírita, assim olhando antes para todos, para o coletivo, e não para si mesmo. Não é o querer pessoal que deve prevalecer no desenvolvimento das tarefas, pois isso significa predominância do egoísmo e do orgulho, que são incompatíveis com a caridade e a humildade.

Esses seis princípios podem parecer demasiados rígidos para muitas pessoas, que poderão pensar que eles sejam aplicáveis somente no mundo espiritual, mas não é bem assim. Ao abraçar o Espiritismo, o espírita logo se conscientiza da necessidade de realizar sua transformação moral, e que “fora da caridade não há salvação”, não podendo ser apenas discurso, apenas teoria, pois o que se estuda deve ser colocado em prática, mesmo porque o espírita deve fazer todos os esforços para vivenciar o mais plenamente possível o “amai-vos uns aos outros”.

Se o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a hipocrisia predominam, mais esforço deve o colaborador fazer para se melhorar, para se moralizar, combatendo essas más tendências, para que melhor possa representar o Espiritismo, e, naturalmente, esse esforço deve estar presente sempre que o colaborador estiver no Centro Espírita, até que consiga ser humilde e bondoso em todas as circunstâncias sociais, com qualquer pessoa. É um processo de autoconhecimento acompanhado da autoeducação, a tão conhecida reforma íntima, e esse processo se potencializa quando aprendemos que compreensão, tolerância, paciência geram paz nas relações, que por sua vez, com o tempo, gerarão a felicidade.

Fazer parte de uma equipe de trabalho e ganhar experiência no atendimento às necessidades alheias, colaborando ativamente para o bem coletivo, ao mesmo tempo em que se dedica ao estudo da Doutrina Espírita, leva o colaborador espírita ao seu engrandecimento moral e espiritual, assim sufocando personalismos, reclamações, exigências, muitas vezes descabidas, sem razão de ser, e que tanto perturbam o bom andamento dos serviços prestados pelo Centro Espírita a todos os que o procuram.

O colaborador não precisa de destaque, pois não está fazendo obra pessoal, mas servindo à causa maior do bem, como representante do Evangelho, pois o espírita deve seguir em sua vida os ensinos morais de Jesus, e se não consegue colocá-los em ação no Centro Espírita, como haverá de conseguir vivenciá-los na família e na sociedade?

Essas considerações nos fazem lembrar de um amigo espírita que vivia se queixando dos colaboradores e diretores do Centro Espírita que frequentava, mas que, ao mesmo tempo, não queria assumir nenhum cargo, nenhuma responsabilidade diretiva. Fizemos com que ele entendesse que, nesse caso, somente lhe restavam duas opções. A primeira opção era calar e trabalhar, pensando no bem coletivo, pois o verdadeiro espírita não fica nos bastidores minando o trabalho que é realizado por corações abnegados que, bem ou mal, estão trabalhando visando o melhor. Agora, se isso não fosse possível, pela divergência de pensamentos, que ele colocasse em ação a segunda e última opção: saísse desse Centro Espírita, colocando-se em serviço em outra instituição espírita, e com humildade, aprendendo e servindo sempre.

Quantos males evitaríamos seguindo os seis princípios do colaborador espírita!

É de grande utilidade a leitura completa das explicações de Aniceto a André Luiz, e não podemos finalizar sem antes registrar sua fala com referência a quando aceitou a função de instrutor, de líder de aprendizes, que podemos assim resumir: o líder não deve perder tempo na melhoria e educação de si mesmo. E podemos entender que isso também deve ser feito pelo colaborador, mesmo que ainda um aprendiz da doutrina.

O Centro Espírita deve ser compreendido como escola de almas, verdadeira instituição do homem novo, renovado nas luzes da imortalidade e da reencarnação, núcleo de atividades evangélicas em que temos de ser, acima de tudo, servidores da causa maior do amor ao próximo.

 

Marcus De Mario é escritor, educador, palestrante; coordena o Seara de Luz, grupo on-line de estudo espírita; edita o canal Orientação Espírita no YouTube; é editor-chefe da Revista Educação Espírita; produz e apresenta programas espíritas na internet; possui mais de 35 livros publicados.

 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita