Morri: e agora!?
Após o término de mais uma existência corpórea,
somos automaticamente transferidos, mais uma
vez, para o mundo dos Espíritos, onde
aguardaremos uma nova etapa de aprendizado, por
meio de outra reencarnação, na própria Terra, ou
em outro mundo mais adequado à continuação de
nosso processo evolutivo.
Esta transição de um mundo material qualquer
para o plano etéreo, varia muito, ou seja, as
perturbações que se sucedem após a morte do
corpo físico, são bem variadas, e o que
determina essas diferenças é a forma como
vivemos quando encarnados, se houve ou não preparo
para a morte.
Parece absurdo dizer que podemos nos preparar
para este inexorável momento quando diremos um
até breve ao mundo em que nos encontramos
materialmente vinculados.
É evidente que só faz sentido conhecer ou
entender estas providências para aqueles que
creem na continuidade da vida, caso contrário, é
perda de tempo, contudo, crendo ou não na
imortalidade do Espírito, já fizemos e
continuaremos a realizar muitas passagens entre
os dois planos das existências, tantas quantas
forem necessárias para terminar o processo de
aprendizado das muitas provas previstas e também
para resgatar possíveis expiações provocadas
pelas nossas equivocadas atitudes, quando
prejudicamos ou outros e a nós mesmos também.
Como regra geral, podemos dizer que quanto mais
material, sensória, primitiva, sensual,
preconceituosa, belicosa, repleta de condutas
egoístas e orgulhosas, tiver sido a nossa
existência, tanto mais demorado e confuso será o
período de perturbação pós-morte, e vice versa,
ou seja, quanto mais espiritualizada e
desprendida tiver sido a nossa existência, tanto
melhor para nós, pois a grande transição se fará
mais suave, com possibilidade de sermos
imediatamente atendidos pelos Espíritos
familiares, simpáticos, amigos que já estiverem
do lado de lá e, principalmente, pelo
nosso anjo da guarda, que poderá nos receber de
braços abertos para nos ajudar nesse delicado
momento da desencarnação. De fato, muitos destes
Espíritos sempre estão presentes no momento da
morte, mas em função de nosso estado evolutivo,
ficam impossibilitados de se comunicar conosco,
a sintonia mental não se estabelece.
Existe uma conhecida mensagem do Espírito
Humberto de Campos, pela psicografia de
Francisco Xavier que aborda o tema em exame,
intitulada: Treino para a morte.1
Reforçamos que para aqueles que duvidam da
existência de Deus, não reconhecem a sua própria
imortalidade, creem que tudo se acaba com a
morte, não precisam se preocupar com estas
advertências, mas para aqueles que já perceberam
existir algo mais do que apenas os princípios
materialistas, é muito oportuno refletir um
pouco sobre estas questões, pois, caso se
ajustem às sugestões de Humberto de Campos,
terão como recompensa uma passagem mais
tranquila, com pouco tempo de perturbação.
Entre outras sugestões Humberto de Campos cita
as seguintes: renovar costumes em relação ao
prato do dia, diminuindo a volúpia de comer a
carne dos animais; os excitantes - uísque,
cachaça, cerveja... - ingeridos nos eventos
sociais e mesmo a sós, devem ser evitados a todo
custo; o uso tão comum do fumo desequilibra o
Espírito quando se vê privado do corpo físico;
sobre os narcóticos, fuja deles enquanto é
tempo; e no que tange aos abusos do sexo,
atenção redobrada, sob pena de experimentar
estes mesmos desejos no plano etéreo; doe o que
for possível em vida, para não se aprisionar a
estes bens quando desencarnado, afinal, caixão
não tem gavetas; não esquecer do testamento,
pois sem essa providência tomada, é possível
experimentar agruras de toda ordem quando os
parentes se digladiarem por conta da divisão dos
bens.
Faça todo o bem ao seu alcance, essa é a única
moeda imaterial possível de ser levada conosco
para o além.
No mais, não se aflija em demasia, a morte é
certa para todos, representa apenas mais uma das
muitas passagens que faremos para a vida
verdadeira, em um longo processo de idas e
vindas, até que não mais necessitemos
reencarnar, exceto em missões, quando então
viveremos ao lado do Pai, trabalhando, sempre
trabalhando.
Referência:
1 XAVIER,
Francisco Cândido. Cartas e Crônicas.
Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]. Rio
de Janeiro: FEB, 1979. Treino para a Morte.
cap. 4.