Mas,
afinal, o que é fazer o
certo?
Uma amiga chamou-me a
atenção recentemente
para o fato de que “...
o certo ou errado são
concepções variáveis”.
Ela também lembrou,
aliás, pertinentemente,
que “O que é errado para
uns pode ser certo para
outros, e vice-versa”.
Analisando mais a fundo
esse tópico que tão
intensamente permeia as
relações humanas,
torna-se patente que, em
situações mais extremas,
não fica muito difícil
enxergar essa
polaridade. Desse modo,
é provável que para um
ditador impiedoso, “o
certo” deva ser
manter-se no poder a
qualquer custo, haja
vista o que acontece em
algumas nações no
planeta. No mesmo
diapasão, embora em
escala bem menor, para
um delinquente contumaz
a noção do que é certo
poderá estar
circunscrita a um roubo
bem efetuado, ao passo
que para um empresário
inescrupuloso talvez
seja lucrar mais através
da exploração dos seus
clientes.
Em outras situações, no
entanto, a distinção
entre esses extremos
pode ser bem mais
complexa. Por exemplo,
na acentuada divisão
entre direita e esquerda
do espectro político que
ora prevalece nas
grandes democracias da
Terra, teremos
defensores do “certo”
dos dois lados, e ambos
apresentando argumentos
supostamente bem
sólidos. Às vezes,
nações praticamente
inteiras abraçam
determinadas causas ou
ideias tidas como
certas, mas que
encerram, em sua
essência, profunda
maldade, cinismo e
desprezo. Foi o caso, a
propósito, do genocídio
contra os judeus
praticado pelo nazismo.
Seguindo essa linha de
raciocínio, há situações
bizarras hodiernamente
envolvendo decisões
críticas de Estado nas
quais o certo, em dado
momento, revela-se
ruinoso logo em seguida.
Vejam o que ocorre no
rumoroso terreno da
liberação das drogas.
Muitas nações, embaladas
por um ideário
supostamente
progressista,
concordaram com tal
procedimento imaginando
que tal medida fosse
estrangular o comércio
ilegal e mesmo diminuir
o consumo das drogas.
Contudo, não é o que se
viu posteriormente com
resultados extremamente
danosos à saúde pública.
Circula na internet,
vale destacar, um vídeo
de como era a vida em
cidades avançadas como
Toronto e Vancouver, no
Canadá, e no que se
transformaram
presentemente. Em
pouquíssimo tempo, suas
paisagens antes vistas
como oásis
civilizatórios mudaram
dramaticamente para
autênticos infernos.
Aqui mesmo no Brasil há
atualmente um embate
entre o Legislativo e a
Suprema Corte de Justiça
Federal (STF) sobre a
liberalização do consumo
da maconha (40gr) de
causar arrepios. Ou
seja, enquanto o
legislativo defende a
simples prisão para
qualquer quantidade
encontrada com um
portador, o STF entende
que uma “pequena”
quantidade, como a acima
citada, deve ser
permitido, contrariando,
inclusive, pareceres de
especialistas renomados
no assunto.
Mas como devemos encarar
as dicotomias
existenciais mais,
digamos, comezinhas? Não
haveria um caminho mais
claro e seguro para
seguirmos em nossas
vidas nos momentos mais
decisivos? É preciso,
pois, refletir muito bem
para sabermos exatamente
o que fazer ou
incorporar, apesar da
aparente subjetividade
do assunto. Acredito
piamente que há solução
para tal equação, e
começo por recordar que
todas as nossas decisões
e ações devem sempre se
pautar pela moral e
ética como eficazes
salvaguardas contra
posteriores sofrimentos
desnecessários.
Nesse sentido, o
Espírito Joanna de
Ângelis ensina, no
livro Estudos
Espíritas (psicografia
de Divaldo Pereira
Franco), que moral
constituí um “conjunto
de regras” que compõem
“os bons costumes” e
delineiam “os princípios
salutares de
comportamento de que
resultam o respeito ao
próximo e a si mesmo”.
Como tal, “estabelece as
diretrizes seguras em
que se fundam os
alicerces da
Civilização, produzindo
matrizes de caráter que
vitalizam as relações
humanas...”. Por mais
óbvio que pareça, é
vital recordar que a moral funciona
como uma bússola que
deve sempre inspirar as
nossas decisões em todas
as dimensões da vida.
Tendo esse arcabouço
constantemente presente
em nossas mentes,
certamente evitaremos
deslizes
comprometedores. Além
disso, tal solução nos
deixa menos à mercê de
personalismos e atitudes
egocêntricas que, de
modo geral, nos incitam
ao erro.
O Apóstolo Paulo, por
sua vez, foi muito claro
ao nos aconselhar:
“Então, enquanto temos
tempo, façamos bem a
todos [...]” (Gálatas,
6:10). Explicitando essa
ideia, o Espírito
Emmanuel, em Palavras
da Vida Eterna (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), acrescenta que
“mesmo nas
circunstâncias difíceis,
urge endereçar aos
outros o melhor ao nosso
alcance, porque segundo
as leis da vida, aquilo
que o homem semeia, isso
mesmo colherá”.
Carregando no imo de
nossas almas tais
diretrizes, as eventuais
dúvidas sobre o que é
certo ou errado serão
rapidamente dissipadas.
Emmanuel alerta-nos
igualmente, em Caminho,
Verdade e Vida (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), que “Somente
o bem pode conferir o
galardão da liberdade
suprema, representando a
chave única suscetível
de abrir as portas
sagradas do Infinito à
alma ansiosa”. E, por
fim, acrescenta a
recomendação: “Haja,
pois, suficiente cuidado
em nós, cada dia,
porquanto o bem ou o
mal, tendo sido
semeados, crescerão
junto de nós, de
conformidade com as leis
que regem a vida”. Assim
sendo, sejamos
inteligentes em nossas
escolhas, a fim de
evitarmos a ilusão.
Portanto, se a dúvida
nos assaltar sobre o que
é certo ou errado no
percurso da existência,
consideremos, com base
em tão sábias diretrizes
aqui rapidamente
exploradas, o que Deus
gostaria que fizéssemos
diante dos desafios
propostos. Lembremos
ainda que ele já nos
abasteceu de farta
orientação para não
errarmos mais.
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