A fisiologia
do perdão
Perdão é ato profundo de libertação e renovação, que
envolve o abandono de ressentimentos, mágoas e
sentimentos negativos em relação a alguém que nos causou
algum mal. Mais do que simples reconciliação ou
esquecimento do que foi feito, é escolha consciente de
não deixar que a ofensa continue a exercer poder sobre
nós. Ele supera as barreiras do orgulho e do ego,
exigindo humildade e compaixão. No âmbito espiritual, é
visto como processo de cura interior, que nos permite
romper os grilhões do passado e abrir espaço para
sentimentos mais elevados, como a paz e o amor.
Perdoar é essencial porque nos liberta da prisão
emocional que o rancor e a raiva podem criar. Esses
sentimentos negativos corroem a paz interior e afetam a
saúde física e mental, muitas vezes resultando em
doenças psicossomáticas e distúrbios emocionais. Ao
perdoarmos, damos importante passo rumo ao
autoconhecimento e à evolução espiritual, permitindo que
o amor e a empatia floresçam em nossas vidas. Além
disso, ele estabelece a harmonia nas relações humanas,
fortalecendo os laços de fraternidade e cooperação entre
as pessoas, que são fundamentais para promover a
convivência de forma saudável e pacífica.
Embora ambos os lados possam se beneficiar do perdão, é
geralmente quem perdoa que experimenta maior alívio e
transformação. Ao perdoar, nos livramos do fardo pesado
da mágoa e do ódio, sentimentos que podem obscurecer a
visão da vida e impedir o progresso espiritual. Quem é
perdoado, por sua vez, pode sentir alívio e gratidão,
mas quem realmente cresce e se liberta é aquele que
concede o perdão, pois esse ato requer trabalho interior
profundo, representando grande avanço em direção a uma
profunda compreensão e aceitação das imperfeições
humanas. Assim, o perdão é a chave da paz interior,
beneficiando principalmente quem perdoa ao liberar a
alma para novas possibilidades de amor e crescimento.
Perdão é a fórmula da paz
Ódio é copo de veneno
Que você bebe dum trago,
Mas crendo – ó ser pequeno! –
Fazer no inimigo estrago.
Ódio é também brasa pura
Que requeima sua mão,
Enquanto você a segura
Para lançar sobre o irmão.
O fato de se ofender
Será assim tão potente
Para o levar a sofrer
Ininterruptamente?
Enquanto seu coração
Discute com os que o difamam,
Você não presta atenção
Nas pessoas que o amam.
No dia a dia o perigo
É resvalar no rancor;
Em vez de crime e castigo,
Que tal a bênção do amor?
Ao proferir com emoção
Velhos termos já infectos,
Abra o som e o coração:
– Desafetos... dez afetos.
Mesmo com as falhas que tem,
Cada ser é hors-concours;
Ao olhar de novo alguém,
Veja a luz, não o abajur.
O perdão sempre coroa
De paz o peito ferido
E gentilmente algodoa
O coração do ofendido.
Fonte de consulta: Conceitos respigados
de vários autores na literatura universal.
Mário Frigéri é poeta, escritor, autor e
youtuber com a mente e o coração voltados para o
esplendor do Evangelho e da Doutrina Espírita.
Campinas/SP. Contato: frigerimario@gmail.com
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