Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Filho favorito?


A mais fiel companheira da alma é a esperança.
 Pe. Antônio Vieira 


Na casa da dona Lina, o filho mais velho era o favorito. Os irmãos comentavam entre si, de modo claro e sem pudor. O filho adulto se tornou, como a mãe, um dedicado apicultor.

De fato, os pais se comportam de maneira diferente com os filhos e, é óbvio, os filhos têm limites distintos para notar essas diferenças.

Na casa do meu pai, por exemplo, meu irmão mais velho, e não o caçula, era o preferido. Essa diferença de tratamento não teve consequência na minha história.

Mas, de outro lado, muitos filhos sofrem na vida adulta problemas de atenção e comportamento pelo fato de terem lidado em casa, e desde a infância, com o favoritismo cristalino dos pais.

Embora a maioria dos pais ame e cuide dos filhos igualmente, descobrirão eles de modo inevitável que têm mais sintonia com um filho do que com outro. Um filho, por exemplo, é mais sociável, outro aprende mais rápido, um terceiro poderá, por sua vez, ter a tendência de se enfurecer mais rapidamente, dificultando o equilíbrio das coisas…

Quando temos mais de um filho e reconhecendo que são naturalmente distintos, para promover um convívio familiar saudável o ideal é: evitar comparações (tente concentrar-se no que cada criança faz bem, sem colocá-las uma contra a outra); dar explicações (às vezes quando um filho está doente, ele precisa receber cuidados e atenção. Para evitar mal-entendidos, quando isso acontecer, explique ao outro a razão desses cuidados especiais); esteja consciente dos seus atos (caso tenha um filho favorito, procure entender por que faz isso e busque ajuda do parceiro, amigos ou profissionais de saúde para compreender as razões desse favoritismo); e, sempre que possível, procure estabelecer um tempo individual com cada filho (assim terão sua atenção exclusiva).

Viver numa família pressupõe experimentar afinidades, diferenças, desafios. Educar não é tarefa fácil, mas com cuidado, consciência e atenção, os pais poderāo evitar que um dos filhos cresça se sentindo capturado “em definitivo” pelo reino dos desfavorecidos…


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita