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por Cláudio Bueno da Silva

Como enxergar um horizonte comum?


Uma parte da população mundial está vivendo de forma indiferente, insensível, sem cuidado moral, sem preocupação com o futuro, sem nenhum ímpeto renovador, sem voz ativa para reivindicar um mundo melhor, e isso é altamente preocupante. Representa um risco para a população global.

Tenho a impressão de que essa gente vive num mundo paralelo, irreal, inventado. Quanto mais ela recebe influências alienantes, mais se entrega. Quanto mais se submete a lideranças cínicas e perversas, mais se afasta do equilíbrio e da vida real.

O que me conforta particularmente, é a certeza de que esse desequilíbrio psíquico/espiritual não é permanente. Já tivemos períodos semelhantes no passado, que se esfumaram quando os agentes que os desencadeavam deixaram de atuar, ou porque morreram ou porque foram desmascarados e deixados à margem. Mas enquanto atuaram ostensivamente, comprometeram muitas vidas, atrapalharam o curso natural das coisas, atrasaram o progresso.

Se por um lado esse desequilíbrio não é permanente, por outro, é recorrente. Com o “chegar e partir” constante de seres através da morte e do reencarne, o ambiente psíquico na Terra sofre oscilações, ora para melhor, ora para pior.

O escritor americano John Steinbeck, Nobel de literatura em 1962, tem uma frase em seu livro O inverno da nossa desesperança que vem ao encontro do que ocorre atualmente no planeta: “As comunidades, como os indivíduos, têm períodos de saúde e de doença – até mesmo de juventude e velhice, esperança e desalento”.

Vivemos agora uma faixa de tempo onde uma leva considerável de egoístas e desajustados desembarcou na Terra e faz o seu movimento de ódio, mentira e maldade, influenciando milhões de pessoas frágeis mentalmente. Não é de estranhar que haja tanto antagonismo, tanta polarização, pois outros tantos milhões não aceitam isso.

Mas como a humanidade poderá enxergar um único horizonte? O que falta para que os habitantes da Terra vivam de maneira civilizada?

Cabe a cada um perguntar à própria consciência: “Eu odeio, eu minto, eu agrido, eu trapaceio, eu traio, eu dissimulo? Com as minhas ideias e comportamento eu crio escândalos e estrago o desejo de paz das pessoas?  Com palavras e ações eu tumultuo o meio onde vivo, seja um pequeno núcleo, seja um país?

Muitos não terão a honestidade de responder sim a estas questões, pois estão doentes, precisando de ajuda. O fato é que eles sofrem e fazem sofrer, e se não buscarem cuidar da própria saúde mental, continuarão comprometendo a sua vida e a dos outros.

Em resumo, para aqueles que já se instruíram resta continuar se exercitando no amor a si mesmo e no trabalho ao próximo, e agir como se estivessem cumprindo uma missão para com o semelhante e a vida. Enquanto isso o tempo enquadrará os que descumprem as leis, todas as leis.           


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita