Como enxergar um horizonte comum?
Uma parte da população mundial está vivendo de forma
indiferente, insensível, sem cuidado moral, sem
preocupação com o futuro, sem nenhum ímpeto renovador,
sem voz ativa para reivindicar um mundo melhor, e isso é
altamente preocupante. Representa um risco para a
população global.
Tenho a impressão de que essa gente vive num mundo
paralelo, irreal, inventado. Quanto mais ela recebe
influências alienantes, mais se entrega. Quanto mais se
submete a lideranças cínicas e perversas, mais se afasta
do equilíbrio e da vida real.
O que me conforta particularmente, é a certeza de que
esse desequilíbrio psíquico/espiritual não é permanente.
Já tivemos períodos semelhantes no passado, que se
esfumaram quando os agentes que os desencadeavam
deixaram de atuar, ou porque morreram ou porque foram
desmascarados e deixados à margem. Mas enquanto atuaram
ostensivamente, comprometeram muitas vidas, atrapalharam
o curso natural das coisas, atrasaram o progresso.
Se por um lado esse desequilíbrio não é permanente, por
outro, é recorrente. Com o “chegar e partir” constante
de seres através da morte e do reencarne, o ambiente
psíquico na Terra sofre oscilações, ora para melhor, ora
para pior.
O escritor americano John Steinbeck, Nobel de literatura
em 1962, tem uma frase em seu livro O inverno da
nossa desesperança que vem ao encontro do que ocorre
atualmente no planeta: “As comunidades, como os
indivíduos, têm períodos de saúde e de doença – até
mesmo de juventude e velhice, esperança e desalento”.
Vivemos agora uma faixa de tempo onde uma leva
considerável de egoístas e desajustados desembarcou na
Terra e faz o seu movimento de ódio, mentira e maldade,
influenciando milhões de pessoas frágeis mentalmente.
Não é de estranhar que haja tanto antagonismo, tanta
polarização, pois outros tantos milhões não aceitam
isso.
Mas como a humanidade poderá enxergar um único
horizonte? O que falta para que os habitantes da Terra
vivam de maneira civilizada?
Cabe a cada um perguntar à própria consciência: “Eu
odeio, eu minto, eu agrido, eu trapaceio, eu traio, eu
dissimulo? Com as minhas ideias e comportamento eu crio
escândalos e estrago o desejo de paz das pessoas? Com
palavras e ações eu tumultuo o meio onde vivo, seja um
pequeno núcleo, seja um país?
Muitos não terão a honestidade de responder sim a estas
questões, pois estão doentes, precisando de ajuda. O
fato é que eles sofrem e fazem sofrer, e se não buscarem
cuidar da própria saúde mental, continuarão
comprometendo a sua vida e a dos outros.
Em resumo, para aqueles que já se instruíram resta
continuar se exercitando no amor a si mesmo e no
trabalho ao próximo, e agir como se estivessem cumprindo
uma missão para com o semelhante e a vida. Enquanto isso
o tempo enquadrará os que descumprem as leis, todas as
leis.
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