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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 

Ao espírito do Espiritismo


O Espiritismo tem como principal
objetivo promover a evolução espiritual do indivíduo, sua transformação moral; proporcionando-lhe conhecimento e esclarecimento sobre a vida após a morte, a lei de causa e efeito e a existência dos espíritos. Por meio
da divulgação dos ensinamentos deixados por Allan Kardec, seu ínclito Codificador, o Espiritismo busca ajudar as pessoas
a compreenderem a natureza espiritual
do ser humano e a sua relação com
o mundo espiritual.

Um dos aspectos mais marcantes
do Espiritismo é o seu papel como consolador. Através da consolação
e do conforto proporcionados pelas comunicações com os espíritos, o Espiritismo ajuda aqueles que estão sofrendo com a perda (material) de entes queridos a lidar com a dor da separação, levando esperança e alívio aos corações aflitos.

Além disso, o Espiritismo oferece uma visão mais ampla e profunda sobre
a vida e a morte, auxiliando as
pessoas a compreenderem que a morte não é o fim, mas sim uma passagem para uma nova etapa da existência; noutras palavras, a vivência na
realidade espiritual, pujante e verdadeira!

Por meio da compreensão da lei de
causa e efeito, o Espiritismo também auxilia na superação/compreensão de traumas e problemas emocionais, incentivando o indivíduo a refletir sobre suas ações e a buscar o aprimoramento espiritual.

Assim, o Espiritismo se destaca como uma filosofia/religião consoladora, que oferece amparo e orientação em momentos difíceis, promovendo o
bem-estar espiritual e emocional daqueles que buscam o seu auxílio.
É por meio do consolo e da compreensão que o Espiritismo cumpre a sua missão de promover a evolução espiritual e a felicidade
dos indivíduos, fortalecendo a fé e a esperança na vida após a morte.

Nestes dias difíceis para nós, seres humanos, conservarmos incólumes os preceitos espíritas é fundamental!

Nesta sociedade das redes sociais, da superficialidade e da ausência de profundidade nas reflexões, tudo se espraia rapidamente (sem se verificar a veracidade das informações) e ganha ar de “novidade”. Quando, na verdade, são ilusões e modismos! Que em nada têm a ver com o Espiritismo. 

A Doutrina Espírita está assentada na existência de um Deus único, amoroso infinitamente e extremamente bom; na pluralidade dos mundos habitados; na comunicabilidade dos espíritos; na reencarnação e na imortalidade da alma. Estes preceitos constituem a coluna vertebral desta magna doutrina.

Isto posto, é preciso vigilância
com o espírito do Espiritismo
.

Deixar de lado as vaidades pessoais;
as visões egoístas; o partidarismo;
o pensamento de que “o centro espírita é meu e faço como eu quiser”, porque em realidade o Espiritismo “(...) não tem chefes humanos e nenhum dos seareiros do seu campo de multiformes atividades é imprescindível no cenário de suas realizações” (André Luiz, p. 152).   

É imperioso contribuir com toda a
nossa alegria, força de vontade e disposição em prol da causa
espírita. E “antes de criticar as instituições espíritas que julgue deficientes, contribuir, em pessoa, para que se
ergam a nível mais elevado.
Quem ajuda, aprecia com mais segurança”
 (André Luiz, p. 151).

É relevante, outrossim, a vigilância quanto às obras “doutrinárias” que surgem de roldão, dadas as facilidades dos mercados editoriais
e os interesses espúrios, e que apresentam inúmeros embaraços para o Espiritismo, porque apresentam visões particulares e polêmicas, que ainda não estão concordes com o controle universal dos espíritos.

Portanto, é mister ler de tudo, mas passar pelo crivo da razão, filtrar, absorver o que for útil e aguardar
que mais entidades venerandas confirmem ou refutem determinadas teses (o que Kardec denominou de controle universal dos espíritos). O que não se pode admitir são enxertos doutrinários sob o pretexto de que o Espiritismo está ultrapassado.

Antes de sentirmos a comichão de nos lançarmos aos modismos que surgem aqui e acolá, reflitamos quantas vezes, de fatolemos, estudamos, meditamos e 
aplicamos
 
profundamente os conceitos e orientações das obras básicas e
dos clássicos do Espiritismo (Allan Kardec, Léon Denis, Camille Flammarion, Gabriel Delanne, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, só para citar alguns).

Ademais, devemos também
“apagar discussões estéreis, esquivando-se à criação de embaraços que prejudiquem o desenvolvimento sadio da obra doutrinária. O espírito de verdadeira fraternidade funde todas as divergências” (André Luiz, p. 150).

É preciso vigilância com o espírito do Espiritismo e “em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade. O despistamento favorece a dominação do mal” (André Luiz, pp. 46-47).

Nestes dias de acentuada crise política no Brasil, em particular, é importante não permitir que as diferenças ideológicas contaminem
a ínclita doutrina; separe o movimento espírita; sob o risco de grande debacle.

Separados somos pirilampos bruxuleantes aqui ou acolá. Mas, juntos, somos poderoso facho de
luz e fanal para auxiliar na nossa caminhada junto ao Sempiterno.

É importante eliminar o espírito de sectarismo; acabar com as picuinhas; com as maledicências; com as ironias e comentários desrespeitosos e “arregaçarmos as mangas” para e pelo bem do nosso movimento espírita.

O momento é grave e exige a nossa união! O nosso apoio mútuo! E o nosso carinho! Sigamos.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita