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por Mário Frigéri

Família - antessala do céu na Terra


A importância da família absorve a esfera pessoal e atinge dimensões coletivas. Uma sociedade equilibrada nasce de lares onde o amor e o respeito são vivenciados diariamente. Assim, o lar torna-se o ponto de partida para a transformação do mundo. Cada vez que educamos nossos filhos para a responsabilidade, trabalhamos pela construção de uma humanidade mais harmoniosa e feliz.

Em meio às turbulências da vida moderna, onde tantas vezes os laços familiares são negligenciados, torna-se urgente resgatar o valor do convívio familiar. A agitação do dia a dia, as tecnologias que nos isolam e as pressões externas não podem obscurecer a beleza do encontro em família. A vida, em sua essência, se revela nos momentos simples, ao redor da mesa, no afago silencioso da mãe e na escuta atenta de um pai.

A família é, por excelência, a escola da alma. Ali encontramos as primeiras e mais profundas lições de humanidade. Que possamos sempre valorizar esse sagrado instituto, compreendendo que, no seio familiar, está o germe de uma sociedade mais justa e amorosa. Porque é no lar que recebemos as primeiras noções de vida e começamos a aprender o verdadeiro sentido do amor, o qual compreende e releva as imperfeições e constrói pontes para a plenitude espiritual.

Artistas, poetas e pensadores vêm tentando ao longo do tempo capturar toda a grandeza contida nos conceitos de família e lar. Muitas vezes, essa jornada os leva a contemplar as grandes abstrações das forças imateriais que moldam a experiência humana. No entanto, a resposta a essa busca não reside em lugares distantes ou conceitos inalcançáveis, mas, surpreendentemente, está mais próxima do que podemos imaginar.

No poema que apresentamos a seguir, e que nos foi inspirado pela leitura de uma página homônima de W. O. Goodwin, o amigo leitor é conduzido gentilmente por um pintor que, em seu imenso desejo de produzir uma obra-prima, descobre que a verdadeira inspiração não se encontra na grandiosidade de qualquer coisa externa, mas na simplicidade e intimidade do próprio lar, visto que o lar é o autêntico templo da beleza e da completude espiritual.


A COISA MAIS BELA DO MUNDO


Certo pintor, cujo pincel sublima

As telas em que esplende seu valor,

Um dia, olhando o acervo superior,

Sonhou pintar, por fim, a obra-prima.

 

Indo à procura da motivação

Para compor esse quadro celeste,

Demanda a Natureza, que se veste

De Vida e do fulgor da Criação.

 

– Qual é a coisa mais bela da vida?

Pergunta a um sacerdote, no caminho.

– A Fé, meu filho, em seu tão casto arminho,

É essa joia tão apetecida.

 

Bem mais adiante, expõe, com gentileza,

O mesmo mote a noiva pulcra e nobre.

– O Amor (responde), o Amor faz rico ao pobre;

Onde faltar Amor não há beleza.

 

Por fim, propõe a questão a um rapaz,

Soldado exausto a retornar da guerra.

– A Paz é a coisa mais bela da Terra;

Só pode haver beleza onde houver Paz.

 

Fé, Amor e Paz… Sua mente se abrasa.

Como pintar, de forma realista,

Tão alta abstração? E o grande artista

Toma, tristonho, o caminho de casa.

 

Chegando em casa, é comovente a cena:

A Fé brilhava nos olhos do filho;

Sorrindo, a esposa era o Amor com brilho;

No próprio lar a Paz reinava plena.

 

Estava tudo ali, num só lugar!

Mesclando, então, à tela amor profundo,

Pintou a coisa mais bela do mundo

E, após pintá-la, deu-lhe um nome: LAR.


Mário Frigéri é poeta, escritor, autor e youtuber com a mente e o coração voltados para o esplendor do Evangelho e da Doutrina Espírita. Campinas/SP.
          
 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita