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por Marivaldo Rodrigues Avelino

 

A criação de vida humana em laboratório seria o início do fim da maternidade?


No dia 6 de setembro de 2023, em Brasília-DF, o Jornal Nacional abriu sua edição televisiva com uma bombástica e inacreditável notícia“Cientistas anunciam criação de embrião humano com base em células tronco, sem espermatozoide nem óvulo”.

A incrível notícia, veiculada em vários canais de informação e comunicação, trouxe-nos espanto e inúmeras articulações mentais foram disparadas em todas as direções envoltas em preocupações e temores por parte tanto da população leiga cientificamente, como em religiosos, cientistas, magistrados, políticos e outros mais.

Observando-se pelo lado técnico, inicia-se aqui mais um enorme salto no campo da ciência genética, feito comparado a outros grandes saltos científicos da história, como a fusão nuclear e o início da era atômica, a chamada conquista do espaço com o homem tocando a lua e atualmente com os indianos conquistando, à frente de grandes potências, o lado escuro do orbe lunar, a clonagem perfeita de um ser vivo, pelo enorme avanço da tecnologia em todas as áreas acelerando a comunicação e o conhecimento pelos quatro cantos da terra, entre outros tantos feitos registrados pela História.

Bem se sabia que após a ovelha Dolly a ciência não pararia por aí, embora sempre se afirmasse o contrário.

Seria então o início da vida eterna como veem os homens, com o fim das diferenças perturbadoras historicamente, como a cor da pele, a cor dos olhos, a escolha do sexo? Ou seria a construção de uma civilização de “arianos de laboratório” a modificar o curso da humanidade? Seria o início do fim da maternidade?

Seria como se conseguissem fotografar de longe a imagem da sombra da face de Deus, pois que só a Ele é dado o reconhecimento do poder da criação.

Mas como se chegou a esse embrião de laboratório e quem são os responsáveis por esse feito?

De acordo com o Jornal Nacional (JN), os cientistas israelenses foram os desenvolvedores do embrião humano usando exclusivamente células-tronco – sem óvulo, nem espermatozoide. O estudo foi divulgado na revista “NATURE”, no dia seis de setembro de dois mil e vinte e três.

É o mais perto que se chegou de um embrião-humano, é um modelo perfeito de 14 dias. Nesse estágio, os órgãos ainda não estão formados. Os cientistas aumentaram o potencial de uma célula-tronco para que pudessem se transformar em qualquer outra célula do corpo humano.

“Estamos em 2023 e temos absolutamente quase nenhum conhecimento como o ser humano se desenvolve nos estágios iniciais. Entender isso pode nos ensinar sobre quais genes são importantes para a formação de órgãos. Isto é realmente porque, em muitos casos, a má formação do feto ocorre nesta fase”, explica o Dr. Jacob Hanna, do Instituto de Ciência Weizmann, de Israel, e um dos autores da pesquisa.

O estudo pode trazer novas informações sobre células que podem ser usadas no tratamento de doenças e conforme o Dr. Jacob, no futuro, talvez seja possível transplantar células sanguíneas ou do fígado sadias para algum paciente. O cientista deixa claro que o objetivo da pesquisa não é criar bebês em laboratório.

Em 6 de setembro de 2023a BBC, canal de notícias dos Estados Unidos, por James Gallagher, diz ainda que a experiência até liberou hormônios que deram positivo para gravidez em um teste no laboratório, conforme a equipe do Instituto Weizmann.

As células-tronco foram estimuladas por química que se tornaram quatro tipos de células embrionárias humanas:

· Células Epiblásticas, que se tornam o feto.

· Células Trofoblásticas, que se tornam a placenta.

· Células Hipoblásticas, que se tornam o saco vitelino de suporte.

· Células Extraembrionárias do Mesoderma.

Depois, 120 dessas células foram misturadas numa proporção precisa.

 

Correio Braziliense, por Isabella Almeida, postado em 16 de junho de 2023, lança a matéria: “Camundongo sintético”, que diz, “No ano passado, (2022), a equipe da pesquisa de Magdalena Zenicka-Goetz, Professora da Universidade de Cambridge e do Instituto de tecnologia da Califórnia (CALTHEC), desenvolveu um embrião sintético de camundongo, que chegou a apresentar cérebro, coração pulsante e as bases de todos os outros órgãos do corpo”.

Esse feito foi publicado na Revista Científica NATURE. O estudo descreveu o mais avançado feito do tipo até então.

Não seria a possibilidade do desenvolvimento de seres humanos de laboratório e suas perigosas consequências?

O que nos diz o Espiritismo e sua doutrina sobre a produção de seres humanos em laboratório?

De acordo com “a clonagem humana, por, Pedro Gregori, de 11 de março de 2022, publicado no site, Espiritismo Com Kardec (ECK), ele nos diz que “evidentemente quanto à tecnologia a ciência caminha a passos largos, mas espiritualmente, apenas engatinha”.

A ideia leiga era que, reproduzindo um corpo, nele voltaria o seu antigo dono. Como pensavam os povos antigos das pirâmides, nesse caso, não clonando, mas mumificando seus corpos para poder retomá-los depois.

Usando corpos clonados utilizaria também espíritos clonados.

A reprodução humana certamente passará por mudanças consideráveis ao longo dos próximos séculos, por isso não devemos nos surpreender com a clonagem do corpo humano e mesmo com as gestações em ambientes extrauterinos.

Nenhum desses avanços substituirá os planos reencarnatórios das criaturas. Portanto, não importa a forma como voltamos a esse plano e sim a jornada que teremos que percorrer, pois o corpo é um conjunto de células. Quem dá vida à célula é o espírito, que ensina a cada molécula da célula qual é o seu papel (através dos cromossomos).

O corpo vem do corpo, mas o espírito vem de Deus. Toda oportunidade de reencarnação é aproveitada pelos organizadores do Plano Maior”. Diz Pedro Gregori.

Seja nos abortos precoces, seja nos embriões congelados, seja nos seres clonados ou nos mais modernos embriões ou futuros seres humanos de laboratório, certamente será designado um espírito para dar vida aquele corpo gerando, de qualquer forma, uma nova vida e uma nova missão. Pois a vida não se repete e também não se cria, com certeza.

Lemos na questão 692 d’ O Livro dos Espíritos que “o aperfeiçoamento das raças no orbe, no entendimento dos espíritos, no entanto, é um horizonte passível de ser alcançado pelos encarnados, através do avanço da ciência, pois tudo se deve fazer para chegar à perfeição, e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir os seus fins”.

A evolução humana se dá em dois aspectos, o do comportamento e o do conhecimento, ou seja, moral e intelectual.

Ainda na questão 692 d’ O Livro dos Espíritos, Kardec indaga se aperfeiçoar uma raça é contrário às leis da natureza, e sabemos, conforme o Espiritismo, que não. Já na questão 692-a, o mestre de Lyon desdobra a pergunta e quer saber qual o mérito do homem que emprega esforços para a melhoria das raças, mesmo que seja por um sentimento pessoal e não coletivo. “Que importa seja nulo o seu merecimento, desde que o progresso se realize?” – assim responderam os instrutores espirituais, com grande perspicácia e sinceridade.

O homem que se dedica aos misteres do aperfeiçoamento do próprio homem, então, exercita o desenvolvimento da inteligência, e aí está um mérito, porém, os espíritos pontuam que o correto seria tornar esse mister “meritório pela intenção”, ainda na questão 692 do LE, a nobreza de intenções, diante dessa ótica, é que gera o maior merecimento.

O importante é que a formação do homem, potencializada pelas diretrizes transcendentes do evangelho, é que gerará a superioridade real e conduzirá ao mundo de regeneração, sucessor natural do plano de provas e expiações, aos quais atualmente ainda seguimos vinculados.

Acalentemos, então, o nosso coração e não tenhamos medo, caminhando sempre na senda do bem e auxiliando o progresso como pudermos, na certeza de que “contudo, não se perderá um único fio de cabelo da vossa cabeça” (Lucas 21:18), sem a permissão de Deus que aguarda pacientemente pelo nosso despertar, pela nossa evolução e só Ele detém o total conhecimento do todo e só será feito o que Ele nos permitir, porque só nos será permitido até onde não prejudicarmos a nossa evolução diante do equilíbrio do todo onde aí nos caberá o freio das rédeas, seja ela da ciência, das descobertas, das invenções, das convenções ou de qualquer outra coisa que nos queira ultrapassar a linha invisível do permitido pelas leis da Divindade Suprema.

Fiquemos em paz!

 

*Artigo participante do Concurso A Doutrina Explica 2023, promovido pelo Jornal Brasília Espírita, em parceria com a Revista Eletrônica O Consolador  e a Web Rádio Estação da Luz.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita