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por Eleni Frangatos

 

O que é o AA?


O AA – Alcoólicos Anônimos – surgiu nos Estados Unidos em 1935. Começou por um pequeno grupo de autoajuda para pessoas que bebiam demais (alcoólatras). Hoje, existem os Narcóticos Anônimos, os Neuróticos Anônimos, Jogadores compulsivos, compradores compulsivos, mulheres que amam demais, pessoas compulsivas em sexo, pessoas que comem demais, os que acumulam a casa de coisas inúteis, os cleptomaníacos, compradores compulsivos e por aí afora vai.

A ignorância leva a que alguns grupos, como os Neuróticos Anônimos, sejam motivo de riso e de deboche porque as pessoas nem sequer sabem a que se refere. Os Neuróticos Anônimos destinam-se àqueles em que as emoções interferem com o seu bem-estar, pessoas sujeitas a grandes traumas, sejam de guerra, de violência etc. Ou outro tipo de trauma que gere sofrimento em excesso... Ocorre, porém, que sofrimento não é mensurável: o que para um pode ser intenso e devastador na sua vida emocional, para outros pode não significar muito, e cada um sabe e tem uma forma de lidar com esse sofrimento intenso e de múltiplas consequências.

Como se encara a espiritualidade nestes casos? O AA não interfere na sua religiosidade e muito menos na sua concepção de Deus. Assim, nos deixa livres nessa área quando dispõe: “DEUS, CONFORME VOCÊ O CONCEBE. Ou seja, o AA respeita você e sua espiritualidade e não o obriga nem o conduz nessa área.

Como são as reuniões? A pessoa chega, não precisa dizer o seu nome, não precisa falar se não quiser, não preenche nenhum formulário, entra e sai sem ser questionado em nada. Apenas existe na sala um orientador que não manda, mas apenas orienta. SE VOCÊ QUISER FALAR, você fala, se não quiser, permaneça em silêncio. Também não precisa se identificar.

No AA você escuta o desabafo de seus semelhantes e aí você começa a chegar à conclusão de que todos temos problemas e uns bem piores do que os outros, e conseguem reerguer-se. Você não foi escolhido por Deus para centralizar todo o sofrimento do mundo. Então, sofra, sim, porque o pior que se pode fazer é NÃO SOFRER e ficar eternamente chorando pelos cantos, com uma dor implacável estourando seu peito e emudecendo sua garganta. Que esse choro se esvaia e fique como uma leve nuvem em sua vida. Essa nuvem não vai embora, mas você começa a dominar a dor, a ter maior controle a cada dia. No AA você encontra gente de todas as classes, pessoas que podem pagar serviços dos melhores profissionais, mas que procuram ajuda nos 12 passos do programa. 

Se me permitem uma dica, entrem no Google e irão encontrar mais informações. Em todas as cidades tem um núcleo do AA. Sei que a maioria tem possibilidade de pagar a excelentes profissionais... O AA é totalmente gratuito. No início são duas horas diárias, horário diurno e/ou noturno. Veja nas suas diversas secções se existe algum que pode ajudà-lo. Se você quiser realmente frequentar, tem sim! Esqueça “Já sei tudo” ou “Besteira, como se eu já não tivesse ido aos melhores terapeutas...” Só posso dizer “entendo”!

Reproduzo abaixo a oração que é de uso frequente nas reuniões do AA:


Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária 
para aceitar as coisas que não podemos modificar, 
Coragem para modificar aquelas que podemos, 
e Sabedoria para distinguir umas das outras.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita