A origem
do sentimento de culpa
Muitas pessoas acreditam
que é impossível a
depressão ter relação
com algum tipo de
sentimento de culpa que
somos portadores.
Acreditam em problemas
físicos, emocionais ou
até de herança genética
familiar, mas nunca que
um quadro emocional de
culpa tenha relação com
vidas passadas, até
porque nem se lembram de
acontecimentos da
infância e juventude,
como vão se lembrar de
vidas passadas?
Alguns chegam a
acreditar que é uma
doença que faz parte do
mundo moderno, onde a
falta de acesso a
melhores condições de
vida, bons empregos e
igualdade social seja o
gatilho para o
surgimento desta
síndrome ou enfermidade,
mas não acreditam que na
essência, ela venha a
ter relação com vidas
passadas mal resolvidas.
Existem terapias
holísticas e
espiritualistas que
afirmam, assim como a
Doutrina Espírita, que a
origem ou a matriz do
sentimento de tristeza
profunda, melancolia,
desconforto emocional e
até depressão estão
relacionados a um
sentimento de culpa que
desenvolvemos ao longo
do tempo.
Pode ser dessa vida ou
de vidas passadas. A
Doutrina Espírita vai
procurar mostrar que
existem situações
vividas que acabam
estabelecendo um link
entre o mal cometido e o
momento presente que
estamos vivendo.
Importante autores
espirituais por
intermédio de confiáveis
médiuns nos vão dando
interessantes
depoimentos.
Chico Xavier, que nos
deixou um interessante
livro com algumas
perguntas, publicado
após seu desencarne, nos
relata:
O erro de uma encarnação
passada pode influir na
encarnação presente,
predispondo o corpo
físico às doenças? De
que modo?
A grande maioria das
doenças tem a sua causa
profunda na estrutura
sem imaterial do corpo
espiritual. Havendo o
Espírito agido
erradamente, nesse ou
naquele setor da
experiência evolutiva,
vinca o corpo espiritual
com desequilíbrios ou
distonias que o
predispõem à instalação
de determinadas
enfermidades, conforme o
órgão atingido. 1
(Emmanuel)
Uma dissociação
inconsciente onde o
enfermo nega possíveis
acontecimentos de vidas
passadas. Poucos são
aqueles que param para
refletir e admitir a
possibilidade das
dificuldades ou
sofrimentos da vida
atual, terem uma
vinculação ou relação
com uma atitude
imprudente do passado
distante.
Carl Gustav Jung
psiquiatra,
psicoterapeuta e
psicólogo suíço que
fundou a escola de
psicologia analítica,
afirmou em seus
trabalhos que:
“As pessoas farão de
tudo, chegando ao limite
do absurdo para evitar
enfrentar a sua alma”.
Em outras palavras, é
difícil enfrentar a
consciência culpada,
enfrentar a si mesmo.
Fazemos de tudo para
evitar o desconforto da
verdade. Não conseguimos
compreender como a dor
pode nos beneficiar para
superar o sentimento de
culpa que carregamos na
nossa mente. Como voltar
a estar em paz com a
nossa consciência?
Suely Caldas faz um
bonito trabalho, em sua
obra Transtornos
Mentais,
quando procura
correlacionar os
pensamentos do psicólogo
existencialista Rollo
May ao Espiritismo,
afirmando que o homem
moderno se distanciou de
si mesmo na medida em
que renunciou ao
autoconhecimento.
A Justiça Divina é
perfeita, portanto
equânime, conforme o
próprio Mestre Jesus
asseverou, "a cada um
segundo as suas obras."
Nos códigos divinos não
existem imperfeições,
privilégios, castigos,
perseguições ou
vinganças - embora assim
pense a maioria das
criaturas, que atribuem
a Deus, como punição
impiedosa, as provações
que enfrentam na vida
terra”.2
As pessoas acreditam que
negar a possibilidade da
relação do desconforto
emocional e moral, as
questões mal resolvidas
que estão vivendo, ajuda
a melhor conviver com
esses conflitos
interiores. Hoje sabemos
que a busca do
autoconhecimento e da
Reforma Íntima
representam um grande
passo para nosso
crescimento. Agora fica
a pergunta: Por que?
Em O Livro dos
Espíritos, Allan
Kardec explica das
perguntas 990 a 1002, o
processo de
arrependimento, expiação
e reparação. A
compreensão desse
processo realmente não é
algo fácil, implica no
desejo sincero do
indivíduo entender o que
se passa com ele,
promover sua Reforma
Íntima e aceitar com
humildade a decisão de
em numa nova encarnação
iniciar a reparação, de
acordo com a lei de
Deus, das faltas por ele
um dia cometidas. 3
Um estudo aprofundado da
Doutrina Espírita nos
mostra que estar em paz
com sua consciência
implica em uma mudança
de conduta e atitudes
que levem o indivíduo a
reverter seus
comportamentos e se
possível, iniciar essa
mudança na mesma
reencarnação, através da
prática do amor ao
próximo e da caridade
aos necessitados que
passam pelo nosso
caminho.
Podemos citar os
exemplos bíblicos de
Paulo de Tarso e Maria
de Magdala. Ele era um
sumo sacerdote hebreu
que passou de maior
perseguidor dos cristãos
ao maior defensor do
Cristianismo.
Já a história de Maria
de Magdala representa a
regeneração através do
amor ao semelhante, como
podemos ver na obra de
Irmão X, psicografado
por Chico Xavier, nas
conversas entre ela e
Jesus, quando o Mestre
responde à colocação de
Maria que diz: -
No entanto, Senhor,
tenho amado e tenho sede
de amor! ...
- Sim - redarguiu Jesus
- tua sede é real, o
mundo viciou todas as
fontes de redenção e é
imprescindível, que
compreenda em suas
sendas a virtude tem de
marchar por uma porta
muito estreita. 4
As palavras de Jesus
para Maria de Magdala
foram melhor explicadas
por Kardec no item
Expiação e
Arrependimento.
Precisamos perceber que
muitos valores que
nutrimos nesse mundo
estão viciados e
corrompidos pelos
interesses egoístas das
pessoas. É necessário
rever valores e
ressignificar nossa
caminhada de vida para
que os erros do passado
não nos afundem em um
sentimento de culpa,
lembrando:
“Acima de tudo, porém,
tende amor intenso uns
para com os outros,
porque o amor cobre
muitos pecados”. (1
Pedro 4:8.)
Bibliografia:
1) Xavier,
Francisco Cândido; Verdade
e Amor (2015); Cap.
18: A Doença e a Justiça
- it. 2; Ed. FEB/CEU
2) Schubert,
Suely Caldas; Transtornos
Mentais; Cap. 2 -
Definindo Transtornos
Mentais; Minas Editora.
3) Kardec,
Allan; O Livro dos
Espíritos; 4ª Parte
- Cap. 2 - Expiação e
Arrependimento; Ed. FEB;
4) Xavier,
Francisco Cândido. Boa
Nova; Cap. 20 -
Maria de Magdala; Ed.
FEB.
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