Orientações daqui e de lá
Sempre é bom repetir que, no curso das vidas
sucessivas, a tua atual existência no
corpo carnal é a melhor de todas que já tiveste.
Irmão José
Ao lermos esse primeiro parágrafo do livro
AJUDA-TE e o CÉU TE AJUDARÁ, psicografia de
Carlos Baccelli, edição Livraria Espírita
Pedro e Paulo de Uberaba-MG, veio à nossa
mente a posição dos pais aqui da Terra e o
planejamento do plano espiritual antes de
voltarmos a uma nova reencarnação no planeta que
nos recebe como alunos de difícil aprendizado
por misericórdia da Providência Divina.
Quantas vezes não orientamos nossos filhos com
base em nossa experiência de vida ao sugerirmos
que evitem uma determinada companhia; que não
abusem de um determinado alimento; que viaje com
tal condução e não com outra; que retorne a casa
em um determinado horário etc.?
E, da mesma forma, quantas vezes esses filhos
não seguem nosso conselho na posse do seu
livre-arbítrio, recolhendo no terreno da
semeadura a colheita desvantajosa dessa atitude?
É honesto lembrar que nós, agora na posição de
pais, quando estávamos na situação de filhos,
também agimos com rebeldia ante o aconselhamento
que recebemos através das boas intenções de
nossos progenitores.
Em nosso retorno ao mundo físico, Espíritos
benevolentes e amorosos procuram nos aconselhar
o direcionamento melhor para o aproveitamento
daquela nova existência no mundo, que cada vez
mais está ficando difícil, já que os casais, em
número crescente, cada vez mais desejam menos
filhos e, até mesmo, filho nenhum.
Sugerem que nasçamos em determinado lar e
tenhamos como pais esse e aquele Espírito
disposto de assumir a nossa volta.
Sugerem que tenhamos como irmãos carnais esse e
aquele Espírito que venham a compor o ambiente
familiar.
Sugerem que recebamos determinados Espíritos,
filhos de Deus, como sendo nossa
responsabilidade na posição de pais.
Sugerem que tenhamos como companheiro e
companheiro tal ou qual Espírito para melhor
compor nossa caminhada.
Sugerem essa ou aquela profissão onde possamos
render mais em nosso benefício como Espíritos
imortais.
Que tenhamos dificuldades ou abundância no campo
financeiro.
Que consigamos a cultura no planeta ou tenhamos
dificuldades em estudar.
E assim por diante, sempre lembrando que as
orientações visam o Espírito imortal e não o
homem físico.
E, diante desse planejamento que nos é sugerido,
quando vestimos o veículo carnal, agindo como o
filho que não aceita a sugestão paterna,
desviamo-nos do caminho proposto.
No mesmo livro mencionado, Irmão José nos
informa que a nossa indumentária física, da qual
tantas vezes reclamamos, é o melhor reflexo das
conquistas evolutivas que logramos efetuar. Que
nossos familiares e amigos, ante a Lei de Causa
e Efeito, são as melhores companhias que
conseguimos selecionar. Que o trabalho à nossa
disposição é o nosso melhor instrumento para que
consigamos habilitar-nos a encargos maiores no
futuro.
Mas, como os filhos que não escutam os conselhos
dos pais, rebelamo-nos contra as sugestões e
tomamos caminhos diferentes.
Reclamamos do corpo físico, que não é alto e
magro como determina a moda.
Reclamamos da companheira ou companheiro que
encontramos como sugerido foi na dimensão
espiritual da existência.
Reclamamos da situação financeira difícil que
foi programada como a melhor oportunidade de
crescermos na nova experiência.
Reclamamos da oportunidade de trabalho que nos
enseja a nova experiência no mundo dos mortais.
Revoltamo-nos contra o patrão que, por meio da
sua intransigência, traz a lição para
exercitarmos nossa paciência e combater nosso
orgulho.
Reclamamos da casa humilde, do carro que não é
do ano em curso, reclamamos da vestimenta
discreta e clamamos pelo figurino da moda.
Conjugamos o verbo reclamar em todos os seus
tempos e pessoas.
Existem aqueles que procuram saber através de
“médiuns” imprevidentes quem teríamos sido em
existências passadas, não levando em conta que
jamais teremos sido melhores no sentido
espiritual do ser imortal.
Corroborando com essa informação, citamos o
último parágrafo da página Não Especules da
mencionada obra: Portanto, se assim é, não
especules demasiadamente sobre as tuas
experiências pregressas na Terra, porque, com
certeza, elas haveriam muito mais de
aborrecer-te do que agradar-te.
Como conclusão, se quisermos dar um passo em
direção à nossa evolução utilizando da melhor
maneira possível a atual existência, convém
ouvirmos nossa consciência, que é o reflexo de
Deus em nós falando aos filhos recalcitrantes em
trânsito na Terra contra as sugestões daqui e de
lá.