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por Ricardo Orestes Forni

 

Orientações daqui e de lá


Sempre é bom repetir que, no curso das vidas sucessivas, a tua atual 
existência no corpo carnal é a melhor de todas que já tiveste. Irmão José


Ao lermos esse primeiro parágrafo do livro AJUDA-TE e o CÉU TE AJUDARÁ, psicografia de Carlos Baccelli, edição Livraria Espírita Pedro e Paulo de Uberaba-MG, veio à nossa mente a posição dos pais aqui da Terra e o planejamento do plano espiritual antes de voltarmos a uma nova reencarnação no planeta que nos recebe como alunos de difícil aprendizado por misericórdia da Providência Divina.

Quantas vezes não orientamos nossos filhos com base em nossa experiência de vida ao sugerirmos que evitem uma determinada companhia; que não abusem de um determinado alimento; que viaje com tal condução e não com outra; que retorne a casa em um determinado horário etc.?

E, da mesma forma, quantas vezes esses filhos não seguem nosso conselho na posse do seu livre-arbítrio, recolhendo no terreno da semeadura a colheita desvantajosa dessa atitude?

É honesto lembrar que nós, agora na posição de pais, quando estávamos na situação de filhos, também agimos com rebeldia ante o aconselhamento que recebemos através das boas intenções de nossos progenitores.

Em nosso retorno ao mundo físico, Espíritos benevolentes e amorosos procuram nos aconselhar o direcionamento melhor para o aproveitamento daquela nova existência no mundo, que cada vez mais está ficando difícil, já que os casais, em número crescente, cada vez mais desejam menos filhos e, até mesmo, filho nenhum.

Sugerem que nasçamos em determinado lar e tenhamos como pais esse e aquele Espírito disposto de assumir a nossa volta.

Sugerem que tenhamos como irmãos carnais esse e aquele Espírito que venham a compor o ambiente familiar.

Sugerem que recebamos determinados Espíritos, filhos de Deus, como sendo nossa responsabilidade na posição de pais.

Sugerem que tenhamos como companheiro e companheiro tal ou qual Espírito para melhor compor nossa caminhada.

Sugerem essa ou aquela profissão onde possamos render mais em nosso benefício como Espíritos imortais.

Que tenhamos dificuldades ou abundância no campo financeiro.

Que consigamos a cultura no planeta ou tenhamos dificuldades em estudar.

E assim por diante, sempre lembrando que as orientações visam o Espírito imortal e não o homem físico.

E, diante desse planejamento que nos é sugerido, quando vestimos o veículo carnal, agindo como o filho que não aceita a sugestão paterna, desviamo-nos do caminho proposto.

No mesmo livro mencionado, Irmão José nos informa que a nossa indumentária física, da qual tantas vezes reclamamos, é o melhor reflexo das conquistas evolutivas que logramos efetuar. Que nossos familiares e amigos, ante a Lei de Causa e Efeito, são as melhores companhias que conseguimos selecionar. Que o trabalho à nossa disposição é o nosso melhor instrumento para que consigamos habilitar-nos a encargos maiores no futuro.

Mas, como os filhos que não escutam os conselhos dos pais, rebelamo-nos contra as sugestões e tomamos caminhos diferentes.

Reclamamos do corpo físico, que não é alto e magro como determina a moda.

Reclamamos da companheira ou companheiro que encontramos como sugerido foi na dimensão espiritual da existência.

Reclamamos da situação financeira difícil que foi programada como a melhor oportunidade de crescermos na nova experiência.

Reclamamos da oportunidade de trabalho que nos enseja a nova experiência no mundo dos mortais.

Revoltamo-nos contra o patrão que, por meio da sua intransigência, traz a lição para exercitarmos nossa paciência e combater nosso orgulho.

Reclamamos da casa humilde, do carro que não é do ano em curso, reclamamos da vestimenta discreta e clamamos pelo figurino da moda.

Conjugamos o verbo reclamar em todos os seus tempos e pessoas.

Existem aqueles que procuram saber através de “médiuns” imprevidentes quem teríamos sido em existências passadas, não levando em conta que jamais teremos sido melhores no sentido espiritual do ser imortal.

Corroborando com essa informação, citamos o último parágrafo da página Não Especules da mencionada obra: Portanto, se assim é, não especules demasiadamente sobre as tuas experiências pregressas na Terra, porque, com certeza, elas haveriam muito mais de aborrecer-te do que agradar-te.

Como conclusão, se quisermos dar um passo em direção à nossa evolução utilizando da melhor maneira possível a atual existência, convém ouvirmos nossa consciência, que é o reflexo de Deus em nós falando aos filhos recalcitrantes em trânsito na Terra contra as sugestões daqui e de lá.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita